Inspirar-Poesia, um segundo sopro

suspiros

Por Sueli Maia (Mai) em 10/11/2009
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Claras. Transparência. Branco e neve, suspiros desmanchando nas línguas. Contraste de opostos é o que provo e provoco sendo clara neste instante. Teia de palavras onde a sombra é parte de tudo. E parte de tudo que é sombra é luz que faz clara a sombra. Serei clara como a luz silenciosa das manhãs, rompendo no escuro um dia qualquer. Lembrei de você e hoje decidi ser mais clara. Suspiros! Quis escrever. Enquanto o branco subia em neve eu percebi como crescem as coisas que se bate intensamente. Percebi o incomum. Não se destrói o que se bate intensamente. Tudo que se bate intensamente, cresce. A arte de fazer crescer neve de claras está no bater intenso. E quando guardada no escuro e sem movimento, o que é sombra cresce mais e mais cresce no escuro a sombra. E porque não se esclarece o obscuro, ele cresce sem ser claro. Por favor, não me julgue sem que eu possa esclarecer e dizer o que quis dizer com uma palavra ou outra. Claras são as manhãs ao som de clarinetas e, por favor, não esqueça, lembrei de você com os suspiros desmanchando na língua. Sou confusa no meu caos e preciso ser clara, mais clara do que sou. É incrível, mas em tudo vejo luz silenciosa e por mais singela e clara o primordial é que a luz está ali, chegando devagar como os suspiros feitos de claras que em neve e dourados no forno, derretem agora nas línguas, que degustam em suspiros...
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28 comentários:

Solange Maia disse... @ 11 de outubro de 2009 às 12:35

Claras... como o amor que quer ser vivido, como o peito da gente que anseia um pouco de compreensão...

Que lindo Mai.
Que lindo.

Beijo grande

Caio Fern disse... @ 11 de outubro de 2009 às 12:49

claro claro claro.. tudo se faz claro quando a luz silenciosa se deita sobre as palavras querida Mai !!
lindissimo ....

Wania disse... @ 11 de outubro de 2009 às 13:06

Aaaiiii....Aaaiiii!

Suspiros eu dou, é claro, saboreando a delícia deste teu texto... mais às claras,impossível!
Tens luz própria, Mai!

Lindo,
Bjs

Batom e poesias disse... @ 11 de outubro de 2009 às 14:20

Mai
Escreveste claramente!
Sem julgamentos, apenas experimento suas palavras e claro, adoro o sabor.

Olha a panelinha na cabeça!
Bjcas
Rossana

Vivian disse... @ 11 de outubro de 2009 às 14:45

...desgustei tuas palavras
como um suspiro desmanchando
doce e lento na ponta da língua.

delícia de provar!

delícia de sentir!

delícia ler você!

muahhhhhhh

Ryanny disse... @ 11 de outubro de 2009 às 16:20

paradoxalmente claro.

Beijos mai


;)

Rosangela Neri disse... @ 11 de outubro de 2009 às 17:34

Belíssimo!!!
Um bj da bisbilhoteira Rô

Osvaldo disse... @ 11 de outubro de 2009 às 18:00

Mai;

A transparência de seres clara nesta crónica de leveza cintilante de raios claros que trespassam sombras irracionais de delírios que perdem a noção da intensidade da luz não acompanhando a velocidade da mesma, porque a fogosidade de montar as claras em castelo, desmorona a frigidez da escuridão, impotente para calar clarinetas sedentas de luz... clara de paixão...

Que mais dizer?!... Não sei, porque a tua crónica é de uma perfeição tão clara, que me tornaria sombrio de continuar!.

bjs, Mai,
Osvaldo

Lara Amaral disse... @ 11 de outubro de 2009 às 18:29

Para mim, vc é clara como a neve.

E é verdade que a escuridão cresce a cada palavra ou gesto obscuro que nos atormenta.

Abraços!

Anônimo disse... @ 11 de outubro de 2009 às 18:40

Qual o ponto da clara em neve? Quando virando a travessa nada cai. Quando as palavras, de tão claras, só são elas mesmas.

Será que estou sendo clara? :)
Nem sempre... ;)

beijinhos

BAR DO BARDO disse... @ 11 de outubro de 2009 às 19:01

O ovo é a síntese do Universo...

Sandra Costa disse... @ 11 de outubro de 2009 às 19:05

Mai, com esse teu texto ficou claro algo que há muito eu tenho vontade de lhe dizer:

PÁRA DE RODEIOS, MULHER, E DIZ LOGO O QUE TU QUER DIZER [que eu tô ansiosa pra saber também..]

hehe.

[um convite ao extravase...]

aproveita. é pegar ou largar!

Tata disse... @ 11 de outubro de 2009 às 19:54

Oi Mai,

A cada vez que venho aqui e leio um texto seu , tudo fica às claras. Vc escreve muito claramente o quer, e fica claro o que sente, e é claro que eu adoooro te ler!!!
E que fique bem claro!!!! RS

bjinhos sua sumida!

Erica de Paula disse... @ 11 de outubro de 2009 às 23:23

Suspiros lindos e melódicos os seus Mai!

Tá lindo querida :)

Bjos em teu coração*

Paula Barros disse... @ 12 de outubro de 2009 às 00:19

Querida, sempre boas analogias (não sei se chamam assim?)

Venho agora de um momento que se confunde com o seu texto.

Onde o ser clara, diminui as dúvidas, os medos, os receios e a insegurança.

Onde alimentar sombras, só faz crescer muitos desse sentimentos que citei, e que futuramente podem as claras ficarem escuras, e os suspiros se esfarelarem.

Porém, também acho, que em caso de dúvidas é melhor perguntar.

Belíssimo texto!

beijos

Abraão Vitoriano disse... @ 12 de outubro de 2009 às 00:22

"Lembrei de você e hoje decidi ser mais clara. Suspiros!"

e o branco da noiva
não por acaso
simboliza a espera da paz
de mentes e união
folha em branco
a ser pintada por corpos de amor...

beijo você tanto,
com carinho,
do seu homem-menino-feliz

Macaires disse... @ 12 de outubro de 2009 às 02:31

Sua escrita é bem clara, tanto quanto você, tão clara que cresce,clara em neve, que se derrete ao se ler!

Doces beijos suspirantes!

meus instantes e momentos disse... @ 12 de outubro de 2009 às 06:03

belissimo post.
Gosto da tua facilidade em mexer nas palavras, gosto daqui.
Maurizio

Mário Lopes disse... @ 12 de outubro de 2009 às 10:35

É de manhã que se colhe a luz alta das aves ou que os rios ardem a caminho das fontes, lá onde as águas da loucura nos esperam, rumorosas de desejos, onde o sol é branquíssimo. Mas, nas margens mais altas há árvores de sombra, de ramos que prendem a luz. Então, uma música doce desce pelas paredes de cal, impedindo-te de olhares o rio que arde com a última luz do dia, aquela de que precisas para continuares a tecer delicadamente o teu coração de veludo e para que ele continue a bater, até ser ave novamente.



Os teus pensamentos, de claridade embebidos, em belas palavras entornados, inundam-nos e levam-nos até ti, até à tua fonte de luz, querida Mai.

Ricardo Valente disse... @ 12 de outubro de 2009 às 15:41

é uma saudade obscura.
beijo!

bete disse... @ 12 de outubro de 2009 às 15:52

tá, eu sei que não era isso, mas eu li e fiquei com vontade de comer uma torta que tem aqui perto, chmada marta-rocha, feita de suspiros. acho que vou ali...rs

Abraão Vitoriano disse... @ 12 de outubro de 2009 às 17:59
Este comentário foi removido pelo autor.
Abraão Vitoriano disse... @ 12 de outubro de 2009 às 18:00

...estou esperando por você...

um beijo,
e diga o que quiser...!

nydia bonetti disse... @ 12 de outubro de 2009 às 22:22

eis aqui um texto absolutamente claro. como a neve. na verdade, eu também me incluo na lista das pessoas confusas. :) mas sempre haverá quem nos entenda... beijo, Mai!

byTONHO disse... @ 13 de outubro de 2009 às 04:55


Sigh!
Uf!

Doçura de texto!

Abraços!

Unknown disse... @ 13 de outubro de 2009 às 07:54

Mai querida,

Tua luz é clara e sempre será. E mesmo sendo sombra, nós, teus leitores te reconheceremos na verdade mais clara que existe no mundo.

Numa clara manhã ganei um tempo e teu texto vai me fazer pensar e reletir sobre o claro e o escuro, e entre eles, as sombras.

Grande poetisa!

Parabéns!

Beijos

Mirse

Sidnei Olivio disse... @ 13 de outubro de 2009 às 13:36

Claro como a neve e um suspiro...
Belo, texto, Mai.
Bjos.

Márcio Ahimsa disse... @ 13 de outubro de 2009 às 20:18

Ser clara, é ser relevo, é ser tato, é ser objetivo de onde se deseja estar, além dessas montanhas, além desse horizonte, além desse subsolo... Esses trilhos levam adiante, sempre, algum tempo atrás, no futuro irrestrito do viver, é onde mora o caos preciso que nos faz completos.


Beijos, querida, fique bem...

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