Inspirar-Poesia, um segundo sopro

irrevogáveis

Por Sueli Maia (Mai) em 12/16/2009
Regressivos finais de um filme onde há um duelo entre os atores principais. Há piratas espalhados no cenário se escondendo por trás da fumaça dos gases letais. Figurantes vestidos de gelo estão a pingar, a brigar ou brincar com o que há de mais sério no mundo. Olha a claque: - Gravando! À deriva e devagar estamos todos no mesmo barco do degelo. Há vidas sangrando oceanos. Piratas singrando nos mares, espreitando tesouros que estarão fatalmente perdidos quando tudo terminar. Fatal mesmo é esquecer de lembrar que no epílogo da vida, do fim mudo restará uma pobreza plural. Estátuas de gelo começam a pingar lentamente. Magnatas-piratas e gigantes-pigmeus, por favor não esqueçam do instante irrevogável que começa no segundo primeiro, após o minuto final. 15...14...13...
.
Imagem: Google

26 comentários:

Anônimo disse... @ 16 de dezembro de 2009 às 15:56
Este comentário foi removido pelo autor.
Wania disse... @ 16 de dezembro de 2009 às 16:47

Oi, Mai

Desde que nascemos já somos personagens de um filme, cada um com seu papel e o cronômetro entra, imediatamente, em contagem regressiva até o desfecho final.
Qualquer esquecimento é fatal, com certeza, a gravação não pára nunca e nem dá chance de recomeçar!


Lindo texto, muito adequado para a ocasião!

Bj grande pra ti,
Wania

Marcelo Mayer disse... @ 16 de dezembro de 2009 às 17:16

com toda certeza um filme sem roteiro

Paula Barros disse... @ 16 de dezembro de 2009 às 17:24

Mai, muitas vezes seus textos dão margem a várias interpretações.

abraços e beijos

Anônimo disse... @ 16 de dezembro de 2009 às 17:40

Resta saber se sobrará alguém para contar o final desse "filme".

Querida Mai,

Teus textos em volta desta temática merecem desde já ocuparem não os cinemas, mas as salas de aula, universidades, associações...

Com um calafrio, aplaudo-te.

Beijos.

byTONHO disse... @ 16 de dezembro de 2009 às 17:58



The end!

Lara Amaral disse... @ 16 de dezembro de 2009 às 18:16

Do Teatro para o Cinema da vida... Pena não nos darem um roteiro. Somos sempre personagens a improvisar.

Beijos.

Luna disse... @ 16 de dezembro de 2009 às 18:45

Sabes que desde sempre adoro a forma como escreves, mas para mim hoje superaste e não só pela escrita mas pela verdade latejante que invocas, afinal o que somos nós ou quem somos nós seres repelente que esmagam a própria vida, será a que há volta, que ainda podemos alterar toda a escoria que vamos plantando no nosso jardim terra, quero crer que sim, no entanto o calendário Maia continua a ser o mais certo de todos e diz que no ano 2012 será o princípio do fim
beijinhos

Caio Fern disse... @ 16 de dezembro de 2009 às 18:45

isso e bem triste .
conexao dinamarca nos seus ultimos posts

Macaires disse... @ 16 de dezembro de 2009 às 19:12

A grande pena é que começou como um filme, que tinha tudo para ter um final feliz,mas como, na vida real, nem sempre há finais felizes, este tem tudo pra acabar como um filme de terror, onde o suspense é interminável!

Mai, belíssimo texto!
Precisamos pensar sobre isso tudo!
Beijos, amiga!

Mateus Araujo disse... @ 16 de dezembro de 2009 às 20:11

Há! Comecei a ler sobre os piratas e de repente a música!
Dei um pulinho aqui da cadeira
askoaskokasask
e saiu de leve um suspiro: - Essa Mai é demais!



Com suas analogias,
Quem dera de fosse apenas um filme!

bjão amour, saudades das nossas conversas loucas.

Lipe M.T disse... @ 16 de dezembro de 2009 às 21:39

Mai...

Cheguei...

E assim...vou direto ao assunto...

Pq nós...seres que tecnicamente raciocinamos temos a idéia fixa de que é nescessario perder algo para receber algo em troca, acabando assim de reconhecer nosso merito e esforço ?!

Sei que na maioria das vezes é isso que de fato acontece...

Mas já recebi tantas coisas sem ter que abrir mão de outras...

Por exemplo...vamos citar um evangélico devido a visão estigmatizada dos demais...

O pastor chega e diz "Coloca aqui agora o dizimo irmão, que uma porta de emprego vai se abrir !!!"

O cara coloca o dizimo e pensa "Bom...agora que coloquei o dizimo, vou arrumar um emprego...é só procurar"

E quando ele arruma um emprego...
Ele acha que foi por causa do dizimo, concordo com a idéia de que
Papai do céu deu uma força...mas ele não poderia conseguir um emprego sem dar o dizimo ?!

Não seria maia facil se ele simplismente fosse procurar o emprego...

Sem querer tirar o merito do meu bondoso Deus (e olha que tenho muito o que agradecer a ele...rs)

?!


xD...

Dauri Batisti disse... @ 16 de dezembro de 2009 às 21:50

Vc faz bem em nos lembrar que todos somos filhos da terra, membros da mesma família, navegadores do infinito no mesmo barco.

Anônimo disse... @ 16 de dezembro de 2009 às 21:56

Vc escreve q é uma loucura. quem lê pode pensar o q quiser... pode ser um drama pessoal uma crítica ao momento ou um devaneio qualquer. Mas pelo jeito e no cj da obra é cop15. vê as ftos dos protestos hj. se puder divulga.
sds ambientais
Arturo

Mário Lopes disse... @ 16 de dezembro de 2009 às 22:25

Somos os únicos piratas à superfície da Terra. Somos até piratas de nós mesmos. Como disse Lévi-Strauss: a Terra nasceu sem o homem e há-de acabar sem ele...
Mais um lindo texto saído da tua alma não rendida a quaisquer piratarias. Em tempo de ilhas, eu iria buscar o título que uma pessoa tão minha querida usou para o seu único romance: "A ilha ao contrário". É isso o que tu és, doce Mai, uma ilha ao contrário!
Beijo terno para ti.

lula eurico disse... @ 16 de dezembro de 2009 às 22:58

Estou bem, menina!
Mãe quebrou femur e clavicula em queda tola na cozinha de casa.
Kelly com virose, astenia, etc.
Filha veio pra q eu a ajude com recurso judicial...

E eu devo me operar em poucos dias.

Mas estou vivo!!! rsrsrs

Beijos.

Jacinta Dantas disse... @ 17 de dezembro de 2009 às 07:31

Penso que, em nossas muitas máscaras, a briga é dura. E, então, se faz necessário o degelo como processo de transformação, de purificação e refinamento. Sei lá menina! por aqui viajo com força e com vontade.
Grande abraço

Anônimo disse... @ 17 de dezembro de 2009 às 08:54

"Fatal mesmo é esquecer de lembrar que no epílogo da vida, do fim mudo restará uma pobreza plural."
FATO! quem alimenta a pirataria agora é quem mais padece. Um boicote mundial aos produtos da China talvez fizesse com que eles repensassem. Parece que o Brasil esqueceu que já esteve em uma posição bem pior do que está. Mas quem é rico hoje se tudo é uma bolha...Foda é falsear tudo.

Unknown disse... @ 17 de dezembro de 2009 às 12:18

Irrevogável: estamos adiantando o final. Quero cada capítulo por inteiro, instante a instante.
Cheiro.

nina rizzi disse... @ 17 de dezembro de 2009 às 14:56

Mai,

adoro filmes, e ainda mais boas prosas-poemas.

Um beijo.

Katrina disse... @ 17 de dezembro de 2009 às 16:37

Me imagino, pirata pigmeu, isolada na minha ilha que descongela a cada palavra

Beto Canales disse... @ 17 de dezembro de 2009 às 17:25

legal

dade amorim disse... @ 17 de dezembro de 2009 às 18:45

Uma alegoria do aquecimento global, Mai?
Ficou muito bom. Essa ideia do gelo derretendo é o que há de mais atual.

Beijo pra você.

Elcio Tuiribepi disse... @ 17 de dezembro de 2009 às 22:43

"Por favor não esqueçam do instante irrevogável que começa no segundo primeiro, após o minuto final"...

Esta frase deveria ser assustadora , mas infelizmemnte,alguns não estão nem aí...
Será que existe algo mais importante do que o aqui e agora para essas pessoas...
Estamos mesmo devagar, divagando sobre um destino que já sabenos irrevogável.
Luz, camera...ação...com a palavra:
A natureza....
O Brasil como um pigmeu gigante tem deixado muito a desejar...mas ainda há tempo...
Quanto aos magnatas...ahh..esses não tem jeito, querem continuar sugando...sugando e ainda dividir o prejuízo com os mais carentes...
Quer coisa melhor do que isso, usa, abusa e depois dicide a conta...sem mais...senão tá nojo...
Um abraço na alma Mai...bjo

Eduardo Barbossa disse... @ 18 de dezembro de 2009 às 17:17

Palavras inspiradoras!
Irrevogavelmente!


Um grande abraço.


Eduardo


Ps: Quando tiver um tempo, lembre de mim.

Oliver Pickwick disse... @ 18 de dezembro de 2009 às 18:30

Aprecio qualquer manifestação artística ou literária engajada. São armas poderosas no combate à insanidade.
Apesar deste "filme-post" ter um final previsível, ainda assim, foi muito oportuno e bem produzido.

Um beijo!

P.S.: Sobre a sua pergunta:
Nas minhas gravações de um único instrumento, utilizo apenas samplers de efeitos, tais como delay, chorus, reverb, etc. Eles dão um "colorido" ao áudio. Assim, o que você ouve é o som original do instrumento, acrescido de efeitos digitais, como faz qualquer instrumentista ou cantor nas gravações.
Como sabe, toco violão, guitarra elétrica, piano e "alejo" no contrabaixo. Nas gravações da minha página de jazz (onde faço uso de muitos instrumentos), eu uso samplers com timbres de instrumentos específicos. Por exemplo, se incluo um solo de saxofone em certo arranjo, toco este solo no piano e gravo o som. [Note bem que não uso um teclado polivoz e solo diretamente com som de sax, pois, nesses casos, o resultado é amadorístico demais, fica parecendo música de tecladista de churrascaria]. Em seguida, substituo a voz do piano que gravei por um sampler do tipo soundfont com a voz de um saxofone de alta qualidade. Mas ainda não terminei, pois cada instrumento tem os seus "cacoetes". Assim, enquanto ouço o solo que fiz no piano (agora, com som de saxofone), faço ajustes na pauta musical das figuras musicais que compõe uma partitura. Afinal, um piano não "sola" do mesmo jeito que um sax, utilizam-se de técnicas diferentes. Assim, vou substituindo semínimas por tercinas, ou as figuras mais características e mais apropriadas para cada instrumento.
Se acessar o meu site de jazz e ouvir a música que compus em parceria com Fred Xavier, chamada "Carpem Diem Frevo", ouvirá mais de vinte instrumentos musicais. É um arranjo que fiz para grande orquestra. E, cada instrumento que você ouvir ali, exceto, piano, violão, guitarra elétrica e contrabaixo, foi inserido, um por um, com o método que descrevi acima. Foram seis meses e muitas doses de café até o trabalho ficar pronto.
É meio complicado, um pouco trabalhoso, além de exigir domínio pleno de leitura musical, mas, nem queira saber como é prazenteiro.
Peço desculpas por tamanha invasão das suas terras. ;)

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