Inspirar-Poesia, um segundo sopro

sempre mar

Por Sueli Maia (Mai) em 8/20/2010
Premências de amar em mar, um amor. Do que me falta, pondero a falta. E se me basto por me amar, eu faço o pacto de te amar em tua falta. Perenidades de um vazio em nossas fomes, nossos quereres, esses são tudo, esses transbordam. Assim, amar-te em mar de amor é tudo e nada. Minha desordem é que te amar, prá mim é sempre, sempre te amar. E o sempre é tudo e sempre, é nada!
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Fotografia: SMaia

biografia de tantos nadas

Por Sueli Maia (Mai) em 8/19/2010
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Nem sempre nos damos conta, mas nem tudo nesse mundo é o que aparenta ser, nem tudo é o que se quer. Assim é que o rochedo maciço lá do alto, se transforma simplesmente em uma imagem, e na água escura do lago, ele pode ser tocado, sentido e no toque das mãos recolhido, para depois escorrer pelos dedos, gotejar no chão e sumir na terra. A gente perde muitas coisas vida afora, é fato, mas ganhamos outras tantas ao longo do viver. Pequenas coisas, assim como gestos singulares, podem colorir a mesmice cotidiana. Na solidão plural, os dias se fazem diferentes com um simples bom dia, um abraço, um sorriso ou um e-mail singelo. Pequenos nadas que podem ser o bastante para fazer um dia ser diferente. Ontem foi uma noite muito fria, a noite mais fria de toda a minha vida e eu tenho 52 anos. Por instantes eu pensei que não conseguiria me controlar, me aquecer... E lembrei dos tantos que estão sem abrigo e por fim, me encolhi, tremi calada até dormir. Hoje o meu coração se aqueceu com um desses gestos. O poema "Balada de tantos nadas incontidos", escrito pelo poeta José de Assis Freitas, um tudo que pode ser lido em:ww.mileumpoemas.blogspot.com/2010/08/311-balada-de-tantos-nadas-incontidos.html.

Obrigada, Assis, guardarei para sempre


Fotografia: SMaia
1 Lago Nova Friburgo Country Clube
2 Leito do rio Lumiar
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incontido

Por Sueli Maia (Mai) em 8/17/2010
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O mar da minha terra é como eu. Primeiro se arrebenta nos corais e arrecifes, e espraiando no alto se espalha e expande, marcando lugar. E domado ele rola miúdo e mansinho, na beira, na areia, olhando pro sol. O ar da minha terra está em mim. Porque ele inspira, insípido, invisível, as mais fortes paixões. Depois ele exala o tempero e cheiro das índias e suas especiarias. Os rios da minha terra correm em minhas veias, e lembram Veneza que deita seus veios, sem rumo e sem foz. O chão da minha terra é meu plexo, meu nexo, oriente e nordeste, porque é nele que nascem mangabas, goiabas, sapotis e cajás, que no pé, eu trepo faminta e no alto eu pego, o fruto maduro que eu quiser chupar. O mar da minha terra é como eu, nada contém.
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Escrita em 16/12/2008
 

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