Inspirar-Poesia, um segundo sopro

apóstrofe para olhos, abelhas, tigres et cetera

Por Sueli Maia (Mai) em 11/19/2010
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"Viver... bom, viver o senhor já sabe: viver é etcétera"
(Guimarães Rosa)


E tu, ó minh'alma, onde estás? Acaso andas a espera da aniquilação? Questão sensível - o ar entrava com o sol, janela a dentro, e silenciosamente o mundo e a fúria era eu e uma abelha a me atordoar. Arapuá - seis milímetros a me atazanar com um movimento indefinido em voo rasante ameaçando pousar ou invadir meu nariz e ouvido. Não chegava a ser um enxame, mas o vexame é que eram apenas três e numa guerra desleal, as abelhas que surgiam em diferentes direções, importunavam e impediam o meu trabalho.  O problema agora tinha a importância solar. [De onde vem a dominação?]  Parece que não há uma lógica explícita, e nem sempre a tática de se encolher funciona. Então o que menos importava era saber quando ou quem havia inventado aquele artefato. [Sempre se inventará uma maneira de expressar os instintos e viver sem receios]. O instrumento com etiqueta chinesa era uma raquete com marca americana grafada em relevo. Uma arapuca com redes de aço e corrente elétrica e quando acionada fechava o circuito descarregando a tensão. Ah! Arapuá... Enquanto eu lia sobre a fúria e o limite do mundo, o minúsculo voador voltou a atacar. Um choque, e selva a dentro se vai a metáfora, o animal e o homem. Tende piedade de mim, senhor, porque pequei!

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