Inspirar-Poesia, um segundo sopro

TORMENTO

Por Sueli Maia (Mai) em 11/25/2008
Sépia estavam o dia e os meus olhos. Amarga era a bile derramada no refluxo que ácida, toda raiva, travava e tapava minha garganta. Metálica era a lâmina de tua voz gritada em maiúsculas mentiras, e sangrava meu coração. Negros os ciúmes que tramava em silêncio, o mais louco pensamento, envenenado pelo arsênico do teu verbo que eu, nunca engoli. Sépia-atormentada e angustiada, era toda eu.

42 comentários:

Anônimo disse... @ 26 de novembro de 2008 às 00:06

Nossa, fantástico Mai. Se um dia eu conseguir construir ao menos um pouco desse universo de texto-imagem como você faz, ficarei feliz. Admiro muito isso, seus textos são impecavelmente belos, bem construídos, recheados de vida, de sentimento.

Parabéns. =)

Bj

FRAN "O Samurai" disse... @ 26 de novembro de 2008 às 01:36

Oi amiga!

Seu texto é fascinante e ao mesmo tempo dramático. Adoro poemas assim, com drama!

Trazem aquelas frases impactantes! Cheias de emoção e vida. Queria muito poder escrever assim, mas sou apenas um pequeno peixe perdido no imenso oceano da poesia.

Beijos! Muito belo...

PreDatado disse... @ 26 de novembro de 2008 às 08:50

Sépia, amarga, metálica. Negros ciúmes. Que tromento!

Anônimo disse... @ 26 de novembro de 2008 às 10:02

E no alvacento dos sonhos, o desejo doce de se perder... O amargo que corta e o silêncio perturbador das horas... Por vezes, somos simplesmente folhas secas em valsa pela vida torta...

Palavras, escritas com a alma...

:**

Flávia disse... @ 26 de novembro de 2008 às 16:38

Negros ciúmes.

Negros.

Isso tortura.

Beijos, bela.

Eu disse... @ 26 de novembro de 2008 às 16:48

Confesso que senti aqui e a emoção contida em suas palavras!

Soubeste expressar com enorme clareza uma situação conflituosa.

Muita paz para seu coração!

Beijim

Nem Li disse... @ 26 de novembro de 2008 às 18:11

Fodástico!

Luna disse... @ 26 de novembro de 2008 às 18:20

Existem palavras que nos elevam ao céu ou que nos mandam para o charco, quando impregnadas de ciume tornam-se impiedosas
beijos

Márcio Ahimsa disse... @ 26 de novembro de 2008 às 18:39

A voz vela a palavra
que vela a emoção
que detona,
que impulsiona
à fuga,
ao desapego.
A voz é tormento
quem vem de dentro
como um veneno
de dez tons.

J. disse... @ 26 de novembro de 2008 às 19:31

Faz tempo que não lia lirismos tão bem estilizados assim... Bom, não faz tanto tempo, mas, enfim.

'brigado pelos elogios, mesmo. Mas "escrever como gente grande" é algo que tá um pouco além pra um escritor tão jovem e despretensioso como eu, apesar de sonhar em viver disso um dia, quem sabe...
Não, responderam não: e tô achando melhor assim.

Jacinta Dantas disse... @ 26 de novembro de 2008 às 20:21

É...
não dá para nos fragmentarmos em coração, pulmão, estômago... o EU é o pulmão, é o coração, é o estômago. E o organismo, todo, sofre os efeitos das nossas emoções.
Beijo

Sueli Maia (Mai) disse... @ 26 de novembro de 2008 às 20:27

Olá, Rogério.

Fantástica esta tua generosidade.

Abraços.

Sueli Maia (Mai) disse... @ 26 de novembro de 2008 às 20:28

Olá, Fran.

Deixa te contar um segredo: Não gosto de dramas. É exercício puro.

Abraços.

Sueli Maia (Mai) disse... @ 26 de novembro de 2008 às 20:30

Olá, "PreDatado" boas vindas.

Grata pela visita.
O tormento aqui versado, é tão somente licença poética.
Esta sépia envenena em altas doses.
Não gosto de tormento ou ciúmes.

Grata.
Volte sempre.

Sueli Maia (Mai) disse... @ 26 de novembro de 2008 às 20:30

Olá, Bill.

Grata pela visita.

Depois do tormento, melhor o silêncio.

Abraços.
Volte mais vezes.

Sueli Maia (Mai) disse... @ 26 de novembro de 2008 às 20:33

Oi, Flá.
Pois é.
Caetano cantando "Ciume" diz: "... o ciúme lançou sua flexa preta...
Carinho, linda!

Sueli Maia (Mai) disse... @ 26 de novembro de 2008 às 20:33

Oi, tatiana.
Tens razão. Somente a poesia consegue este feito.

Abraços.

Sueli Maia (Mai) disse... @ 26 de novembro de 2008 às 20:34

Olá, "nemli"...

Eu li.
Grata pela visita.

Sueli Maia (Mai) disse... @ 26 de novembro de 2008 às 20:35

Oi, Luna.

Sempre te agradeço. É muito bom receber poetas como tu, aqui neste espaço.

Abraços.

Sueli Maia (Mai) disse... @ 26 de novembro de 2008 às 20:35

Oi, Márcio.

Te visitei. Estás escrevendo como nunca.
Lindo teu comentário e teu post.

Abraços.

Sueli Maia (Mai) disse... @ 26 de novembro de 2008 às 20:36

Olá, Tiago.

Grata pela visita e comentário.

Abraços.

Sueli Maia (Mai) disse... @ 26 de novembro de 2008 às 21:55

Oi, Jacinta.

Sim, sofre. Uns mais outros menos.
Bom seria se experimentássemos estes sentimentos, o menor tempo possível.
Eu, uso o pouquinho de razão que tenho, para não mergulhar em sépias-ciladas.
Grata pelo teu carinho.
beijos.

Anônimo disse... @ 26 de novembro de 2008 às 21:57

O ciúmes e essa coisa de uma dor intensa, que aperta o petio e parece vir arrancar o fôlego. Sufoca de um jeito tão perigoso e tão proibitivo. Quem existe, se dessa forma? O que sobrevive no tão inóspito dos sentimentos.

Dias em sépia... delicioso, Mai.

lula eurico disse... @ 26 de novembro de 2008 às 23:01

Autentico "fingere" pessoano. Exercício catártico que paradoxalmente nos refrigera a alma. Vc consegue atingir o efeito poético que quer. Isso é domínio da emoção e da técnica. Isso é arte!

Sueli Maia (Mai) disse... @ 26 de novembro de 2008 às 23:07

Oi, Troll.

E como é inóspito, não?

Teu comentário é ouro!
Abraços.

Sueli Maia (Mai) disse... @ 26 de novembro de 2008 às 23:09

Eurico, amigo pernambucano!
Pessoa?
Menino!!!

Você superlativa aquilo que gosta.
Uma coisa eu digo, como não é um sentimento com o qual eu me conecto, sofri um pouco prá escrever este texto.
Beijo.
Não demora a voltar e nem a postar aqueles tesouros como o q li hj. em teu blog.

Carinho.

Elcio Tuiribepi disse... @ 27 de novembro de 2008 às 07:32

Oi...Será imaginação...realidade? Certo é que as palavras alfinetam, espalham e dão um certo ar de suspense no poema...são palavras fortes, tenho um poema meio que assim, na verdade eu me coloco do outro lado da moeda, na pele do lobo...show...parabéns...um abraço

insens disse... @ 27 de novembro de 2008 às 08:37

Mai

Denso, lirico, e imagético. Belos textos vc tem. De ler e inspirar...

adouro-te disse... @ 27 de novembro de 2008 às 11:16

"...estragos-fel..." (...) "...tremia-espasmos..." (...) "Sépia-atormentada..."

São somente três exemplos duma marca própria. Tua. Não me lembro de já ter lido... Mas leva-me sempre para uma sintaxe em que o segundo termo, independentemente da classe morfológica, acentua e clarifica o primeiro.
Para mim...isto é criação.
Apetece-me imitar-te.
Beijo.

Carla disse... @ 27 de novembro de 2008 às 14:19

Em sépia estou, por isso adorei o teu texto
beijos

Sueli Maia (Mai) disse... @ 27 de novembro de 2008 às 15:14

Olá, Elcio.

Diante do teu comentário, cresce meus níveis de rigor.
Grata pela visita e incentivo.

Abraços.

Sueli Maia (Mai) disse... @ 27 de novembro de 2008 às 15:15

Olá, Cesar.

Grata pela visita e cmentário.
Sim, é um texto denso tanto quanto o sentimento e o tom.
Fico feliz em saber que estou conseguindo inspirar.

Abraços.

Sueli Maia (Mai) disse... @ 27 de novembro de 2008 às 15:25

Olá, Mateo.

Esse teu comentário é muito significativo para mim.
Na verdade esta "hifenização" abusada em meus textos, uma espécie de subversão às regras, tem uma explicação.
Estas palavras compostas me ajudam a dar a tonalidade,a intensidade e a gravidade, daquilo que estou poemando.
Talvez seja uma transgressão grave à regras gramaticais.
Não tem problema, é linguagem, como lindamente descreveste: esta é a minha linguagem, tanto para tons leves quanto para os tons pesados.

Guardarei o teu comentário com muito carinho. Registrarei tuas palavras em um lugar especial.

Volta sempre!

Abraços.

Sueli Maia (Mai) disse... @ 27 de novembro de 2008 às 15:28

Olá, Carla. Seja bem vinda.
Obrigada pela visita e comentário.
Este é um sentimento que nos toma de assalto. Desconfortável, por certo. Mas é humano.
Desejo-te dias de algodão.

Volte sempre!

Abraços.

Qualquer Um (Bigduda Nobody) disse... @ 27 de novembro de 2008 às 18:20

Cara-Mai,

Outro belo texto da sua cepa de palavras com pulso. Letras carnudas.
Difícil é comentar, Melhor apreciar,cheirar o texto e tremer
um ab
Edu

Anônimo disse... @ 27 de novembro de 2008 às 20:25

EXATAMENTE isso, bem assim.

Teu texto foi certeiro, lindo. Há coisas incrivelmente bem escritas... E toda vez que chego aqui, confirmo.

Adoro aqui.
Meu beijo.

poetaeusou . . . disse... @ 27 de novembro de 2008 às 20:50

*
ciumes,
a arma letal,
no amor . . .
,
conchinhas de luz, deixo,
,
*

Carla Martins disse... @ 27 de novembro de 2008 às 21:18

Mai, linda amiga, adorava escrever assim...parabens estou a gostar imenso de ler, beijinhos

Sueli Maia (Mai) disse... @ 27 de novembro de 2008 às 23:43

Oi, Edu.

Se este texto excitou o teu olfato, vou tentar lê-lo novamente.
É que, de fato, não senti o
cheiro-sépia.
Muito bom saber que a linguagem faz isto.
Seguirei aprimorando minha escrita.

Grata pelo registro.

dois ab

Sueli Maia (Mai) disse... @ 27 de novembro de 2008 às 23:48

Olha, Patrícia, tens a responsabilidade-poética - não enganes uma amadora...

Oh! linda!
Tua alma generosa, uma
poeta-mante, contigo aprendo, a cada frase que escreves.
Confesso, teu comentário meincentiva a seguir.

És mesmo linda.

carinho.

Sueli Maia (Mai) disse... @ 27 de novembro de 2008 às 23:50

Olá, poeta.

Bem vindo!

De fato, arma letal. Não sinto este veneno.

Talvez por isto não me custe escrever, logo depois o texto Alegria.
É que, quem não se atormenta com os ciúmes, mais facilmente, é feliz.

Grata pela visita e comentário.

Abraços.

Sueli Maia (Mai) disse... @ 27 de novembro de 2008 às 23:51

Olá, Carla.
Seja bem vinda.

Tua visita e comentário me alegram imenso.
Bom saber que gostaste daqui.
Volte sempre.

Carinho.

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