Inspirar-Poesia, um segundo sopro

rotunda qualquer

Por Sueli Maia (Mai) em 10/06/2010
Há uma voz surgindo do escuro. Há um pano de fundo entre o palco e o camarim. Há uma rotunda qualquer entre o vulto e a meia luz iluminando devagar. Há uma cadeira entre o chão e o teto. Há uma linha entre o linho e o leito a cobrir. Há um texto a ser dito entre o teu nome e toda palavra inaudita. Há uma verdade entre os dentes e outra entre o silêncio e o grito. Há sempre o entre, entre as pernas, o ventre e a luz. Há um abismo entre o ser nada e o tudo que há. Há sempre um blues a cantar entre a bebida e a voz. E entre um texto qualquer repetido, eu ainda te vejo em tudo ao redor. E entre a chama e isto que chamo, hás. E no tanto do nada que é isto tudo que ora sinto, eu chamo o teu nome.
.
Música: Oksana Grigorieva - Say my name
Imagem:Google

50 comentários:

Marcelo Mayer disse... @ 18 de dezembro de 2009 às 23:02

have you ever loved a woman... so much

e mais um trago!

Lou Vilela disse... @ 18 de dezembro de 2009 às 23:05

Menina buliçosa(rs),

Seus textos, além de poéticos, são inquietantes e dão mostra de uma percepção acurada. ;)

Beijos,
Lou

Mariana Andrade. disse... @ 18 de dezembro de 2009 às 23:23

eu tenho um texto chamado Grande Abismo que fala exatamente sobre isso :D

mas talvez ele, o rapaz a quem chamas, seja a ponte.
agora é adaptar-se e passar por ela.

adorei o post (:

Wanda disse... @ 18 de dezembro de 2009 às 23:31

Muito bonito...
Minha noite ficou ainda melhor depois de passar por aqui.
A música também é linda.
Bj

byTONHO disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 00:31



Tanto nas entrelinhas há!

Há braços que abraçam!

:)

Lara Amaral disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 02:26

Há sempre um "entre aspas'...

Adoro sua sensatez meio insana.

Beijos para vc, mulher que mostra sem medo tudo o que há nas entre-linhas...

Cantodomeucordel disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 03:27

E há um lindo texto que merece ser lido e relido sob a luz do luar e ouvindo o marulhar encantando a noite. Esse, que deslumbra.

Poético abraço do amigo Gilbamar.

Anônimo disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 08:05

Por isso, quem escreve tão bem por entrelinhas, sabe que ser lido nelas é a leitura mais audaz.

Por entre meus olhos, o encanto pela tua escrita.

Um beijo, Mai.

Katyuscia.

Pâmela Marques disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 09:11

Ultimamente estou tentando me livrar das entrelinhas e tudo que possa ficar subentendido, pois tudo que fica no 'meio' e 'entre' causam muitas feridas. Dói.

Maria Dias disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 09:13

Oi,

O Avesso abre as portas para desejarlhes um feliz Natal e boas entradas!Te aguardo para continuarmos a festa por lá ok?!rs...Eu não posso deixar de observar q vc é uma super escritora viu?Sempre sutil,sensível,sincera,chic e muitas coisas legais q posso observar daqui mas nao caberia neste comentário...

Beijão

Maria Dias

Beto Canales disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 09:28

Legal (de novo)

joyce Pretah disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 09:45

...'' Há sempre um blues a cantar entre a bebida e a voz. E entre um texto qualquer repetido, eu ainda te vejo em tudo ao redor. ''

muito lindo,muito feminino...li ao som de gal costa,nuvem negra....

e meu dia começou mais bonito^^

bjbj

Desmanche de Celebridades disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 10:53

Há sempre um pouco de nós em cada palco que já pisamos. Há sempre um pouco deste palco em cada um de nos também. As vezes há tanto, que ambos, nós e o palco, desejamos reviver uma cena.

Abraços.

Paula Barros disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 10:59

Sempe há algo entre algo...

"Há um texto a ser dito entre o teu nome e toda palavra inaudita"

E textos surgem dizendo, falando, expressando...

beijos querida.

A mão é de Larissa sim. rsrs

Unknown disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 12:16

Mai,

Um dos seus mais belos textos!

Realmente tudo fica no "entre" parace que a chama jamais se consumirá!

Belíssima visão!

Querida, quero deixar um abraço apertado pelo Natal e desejar um Ano Novo Cheio das Graças que almejas, e tudo mais, pois mereces!


E os céus, sabem!

Beijos

Mirse

Abraão Vitoriano disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 12:46

"Há sempre o entre, entre as pernas, o ventre e a luz"

e o embutido revela a graça de viver entre nós mortais simples e de alma pequena... dentro do corpo coração, e no coração sangue que muito quente pode ser amor, e ainda penetrado no amor o sentido maior de toda a existência...

a voz que fala não sabe de nada,
há palavras no ar, no olhar, e nas mãos que cruzadas oração...

beijos mai minha,
e de você eu alimento poemas que não sei ainda lidar... é você fruta, é você faísca necessária...

seu menino-homem!

Marcelo Novaes disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 13:04

Mai,


Seus "flagrantes fotográficos" são muito acuradamente explanados...





Beijos,







Marcelo.

Erica de Paula disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 16:31

Que bonito Mai...

Saudades viu?

Carinhos em teu coração.

Unknown disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 17:26

Lindo em precisão, a sensação rotatória. Como um blues em espiral. Cheiro e devaneio.

Luanne Araujo disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 18:06

É verdade, há o entre. E é preciso exaltar o entre, entrar no entre. Porque a modernidade achou que tudo era dualista, sim e não, vida e morte, céu e inferno. Corpo e alma. Mas veja só, há algo entre um e outro que funde para o indivisível... É muito bonito, me passou uma urgência, uma necessidade de respirar...

Katrina disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 18:27

e entre esquinas, ficamos sempre entre elas

Unknown disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 21:11

Há tantos entres na vida..
Mas, é assim mesmo..
Belo texto.
Beijos

nydia bonetti disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 23:03

Sem dúvida, teu texto mais intenso, Mai. Bonito demais.
Entre tudo e todos - etérea ponte, que temos que transpor.

Beijo,querida.

Márcio Ahimsa disse... @ 19 de dezembro de 2009 às 23:50

Mai, de volta para o passado parte..., rs. Bom, aqui eu vejo o novo, que é diferente, que é uma marca tua. Bom, já lá em casa, não sei se percebeu ainda, mas o que tem lá é para ti, é algo do passado que eu resgatei, preste atenção e verá... Já está registrado, rs.

Beijos.

Mário Lopes disse... @ 20 de dezembro de 2009 às 00:51

Mai, o que escreveste e descreveste é verdadeiramente espantoso! Só muito poucos chegariam onde chegaste. Fiquei emocionadíssimo! És uma escritora de corpo inteiro, minha querida. Parabéns!
Beijo doce, enorme, para ti.

Márcio Vandré disse... @ 20 de dezembro de 2009 às 00:57

Vazio.
Há sempre espaço para divagações...
Entre o assopro de um pensamento voraz, há o tempo de comprovar que tudo aquilo não foi em vão. Ou não. ;)

Um beijo, Mai!

Anônimo disse... @ 20 de dezembro de 2009 às 04:11
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse... @ 20 de dezembro de 2009 às 04:12

E há aplausos, muitos, todos pra vc.

Lindo-lindo,
máxima-máxima.

Meu beijo e todo carinho.

Wania disse... @ 20 de dezembro de 2009 às 08:37

Mai

Já dizia a célebre frase do personagem Hamlet, de William Shakespeare: “Existem mais coisas ENTRE o céu e a terra do que pode supor nossa vã filosofia...”

Lindo teu texto, forte e profundo com tudo que escreves!



Aproveito para te deixar o meu abraço e meu desejo de um Natal muito lindo juntos dos teus afetos e um 2010 de Luz e Harmonia pra ti!

Bjs

Unseen India Tours disse... @ 20 de dezembro de 2009 às 12:11

Beautiful and lovely post !! Thanks for sharing..

Anônimo disse... @ 20 de dezembro de 2009 às 12:51

A gente fala do que há entre uma coisa e outra como se fosse algum mistério, ou algo não revelado. mas na verdade, pra mim, tudo está entre uma coisa e outra, e a gente inventa esses extremos só pra se guiar no 'escuro', o problema é que às vezes a gente confunde e parece buscar esses extremos (até chamar pelo nome).

Sabe o que eu acho que acontece? Somos (estamos) 'entre', acreditando que somos 'coisas' (preto e branco); e acaba que eu, você, e umas outras pessoas, só conseguimos falar disso, do cinza. É o que precisa incomodar.

Gostei do seu ritmo.

Márcio Ahimsa disse... @ 20 de dezembro de 2009 às 18:54

Ei, Mai, rs. Acho que já percebeu de onde eu estou tirando meus últimos textos lá no Tecer Palavras, né? Estou meio sem tempo, e, bom, porque não, eu estava relendo meu comentário aqui do ano passado e, para te homenagear, resolvi publicá-los. Tem mais hoje, que saiu daqui.

Beijos, querida. Bom fim de domingo e boa semana de natal.

Ryanny disse... @ 20 de dezembro de 2009 às 19:14

Mai, maravilhoso seu texto.

O entre... O entre.



Beijos,
Ry.

Macaires disse... @ 20 de dezembro de 2009 às 23:05

E entre os entres há tantas coisas mais, que não precisam ser ditas, apenas sentidas!

Amiga, um enorme beijo pra você!

MissUniversoPróprio disse... @ 21 de dezembro de 2009 às 10:35

Nossa...assustadoramente parecido com o que sinto.

Lindo.

Um grande beijo e obrigada pela visita! ;)

André F. disse... @ 21 de dezembro de 2009 às 11:46

Beckett baixou aqui.
Em cena o Homem e o teatro. Ele que tanto se acredita um Deus e diante do vazio se dá conta de que é um perfeito idiota que idealiza.
Teatro com ritmo.

Letícia disse... @ 21 de dezembro de 2009 às 12:45

Mai,

Serei breve... Muito bom mesmo.

Bjos.

MissUniversoPróprio disse... @ 21 de dezembro de 2009 às 13:16

Isso mesmo, flor. É isso que espero.

;)

Beijos!

Daniel Hiver disse... @ 21 de dezembro de 2009 às 13:20

Grande! Grande amiga!
Esse foi um dos melhores. Achei que você escreveu como se estivesse apresentando as palavras umas às outras.
Que coisa fascinante ler coisas como:
"Há um texto a ser dito entre o teu nome e toda palavra inaudita. Há uma verdade entre os dentes e outra entre o silêncio e o grito."
Continue escrevendo com a alma. deixe as palavras assim brotarem do mais profundo dos teus sentimentos.

abraço,

Lipe M.T disse... @ 21 de dezembro de 2009 às 13:23

Volto, e vou-me...
Com a certeza de que vou voltar...
E enquanto, em algum lugar, um alguem, aclamada lua estiver, seu nome existirá...
Chama todos os nomes, grita calada e inventa mil sons, Tropeça o cadarço, vence o cansaço, abusa-se, e seja feliz.
Por que breve há de voltar o que nunca se partiu, só não se sabe se ficou.

O Neto do Herculano disse... @ 21 de dezembro de 2009 às 13:46

O mundo está morrendo na nossa frente, mas quem deveria parece não enxergar.

lisa disse... @ 21 de dezembro de 2009 às 17:12

Entre o um e o dois há uma numeração indescritivel.

lula eurico disse... @ 21 de dezembro de 2009 às 20:55

Passou tão brevemente, 2009, mas ainda há o que fazer, ainda há um bem, um afago, uma palavra amiga...

Grato por tudo.
Abraços de muita luz!

Ester disse... @ 22 de dezembro de 2009 às 00:47

Querida Mai,

passando para desejar-lhe um explêndido final de ano,
que venha 2010 ainda mais iluminado e cheio de bençãos!

com carinho,

ESTER

Eu disse... @ 22 de dezembro de 2009 às 11:33

Mai, fez parte da minha caminhada durante esse ano.

Eu agradeço de coração por você ter marcado a minha vida com a sua presença.

Desejo para você e todos os seus familiares um Natal repleto de AMOR e MUITA PAZ!

Um beijo carinhoso

Anônimo disse... @ 22 de dezembro de 2009 às 16:26
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse... @ 22 de dezembro de 2009 às 17:19

Nesta rotunda da vida, nem preciso chamar o teu nome. Apenas sentir o teu nome, amar quem assim
se chama, sentir o que MAI(s) se quer viver, sofrer
por assim viver, viver sempre na esperança que algo possa ser vivido, sentido, amado, ou qualquer outro
nome assim clamado, entusiasmado, acalorado, mesmo que esvaziado, de sentido, de noção, de razão.
**********
Aproveito este espaço para desejar

***** UM FELIZ NATAL e BOM ANO NOVO *****

Osvaldo disse... @ 22 de dezembro de 2009 às 20:10

Mai;

E há nesse momento de espaço abstrato, tanto para dizer ao ficar calado, tanto para fazer ao estar imovel, tanto para ouvir e continuar surdo, querer gritar e continuar inerte,... e apenas murmurar o prazer do momentonum momento de prazer.

Querida Mai, aproveito para te desejar o melhor Natal do Mundo e que no teu sapatinho, encontres tudo o que anseias.

FELIZ NATAL e um Novo Ano pleno de alegrias.

bjs,
Osvaldo

Vivian disse... @ 23 de dezembro de 2009 às 01:52

...Mai minha querida linda,


Natal é Paz, Natal é Amor,
Natal é Luz de nome JESUS!

...à você que caminhou comigo
por todo este tempo, e que
por isso considero um amigo
especial, um irmão de caminhada
nesta jornada terrestre,
à você que comigo "trocou"
tantos pensamentos e idéias
do bem,
quero deixar meus sinceros desejos
de que tenhas um maravilhoso NATAL!

um beijo!

Dauri Batisti disse... @ 28 de dezembro de 2009 às 22:28

Querida Mai,

obrigado pela leitura carinhosa do meu conto O último porto do rio. Vou tentar dizer-explicar uns pontos.

1. sua leitura confirma que o leitor escreve enquanto lê. Parte do que você diz decorre do ponto de vista que você escolheu-intuiu para ler. Desde o início senti pelos seus comentários que você imaginava um personagem matuto. Mas ele não é um matuto. Se voce voltar aos primeiros capítulos verá que o seu modo de falar é o mesmo. Ele vive no interior, lida com tropeiros e barqueiros, mas deles se distingue.

2. A história se passa no século XIX quando a sociedade era predominantemente rural, mas a história quer ser contemporânea sim, você está certa.

3. É relato ficcional em que o que importa mais é o cenário e o mundo interior dos personagens. Falando do passado escrevo para o presente. SEria impossível - para mim - ser de outro jeito pois que não faço pequisas de época para escrever.

4. se você prestar agora atenção verá que não há influência Roseana. Em nenhum momento pensei uma história que retratasse os matutos e interioranos. Antes, a prposta é percorrer interiores da alma humana, mesmo que me falte competência para isso.

5. Inspiro-me numa cidade do Espírito Santo que foi um importante porto fluvial. Mas só me inspiro.

6. depois falo mais...

Um beijo.
Obrigado mesmo pela atenção que você dá aos meus escritos.

Dauri

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