Inspirar-Poesia, um segundo sopro

ave rara...

Por Sueli Maia (Mai) em 6/14/2009

Ave rara fugidia que num ímpeto rasgou o azul. Aquela ave de asas rubras lá no alto, não sou eu. É um signo místico e esquivo voando no céu. É a palavra fustigada que fugiu e agora dança e se lança bordando o espaço em voo de ir e só vem, quando ela quiser. Volta depressa, bem sabes, tens minhas mãos. Vem, volta breve, alegre em bando. Vem leve, festiva, menina faminta de mim e de minha poesia. Quem sabe dou-me asas e eu também, voo junto contigo em azul. Meus versos secaram e deitaram na areia. Adentrei minha selva e, com medo, derramei o meu corpo e fui rio, deitada nos braços de um igarapé que afluia outro rio, correndo 'pro mar. Afoguei os meus olhos e eles vazaram em noite. Ave rubra, reclusa em meu coração, porque te esquivas nos beirais e varadouros? Dá-me palavra, meus versos de volta e fica placenta em mim? Ave rara, tu sabes que tens a minha devoção.
.
Fotografia: Alex Almeida

18 comentários:

Sandra Costa disse... @ 14 de junho de 2009 às 00:26

Maiflogin, vc é ave rara... e precisa da palavra.

e está conseguindo vôos solos com a mesma alegria dos vôos em bando.

e eu fico feliz por assistir teu lançar. pois.. nada nos liberta mais que a consciência do livre arbítrio. nada nos dá mais satisfação do que a consciência de que o mundo é nosso. todo nosso.

voe asa livre, sem asa delta e sem pára-quedas.

[mas volte de vez em quando pra blogar, porque se vc sumir, eu te furo. hehe.]

;**

Sandra Costa disse... @ 14 de junho de 2009 às 00:28

p.s.: o Doodie tá liberado, pode divulgar. hehe!

Vivian disse... @ 14 de junho de 2009 às 00:35

...Ave rara
és tú!

pairas no céu das palavras
como pluma solta no espaço.

um dia quero voar assim
contigo...

um dia...

bj

Márcio Vandré disse... @ 14 de junho de 2009 às 00:41

"Ave rara fugidia que num ímpeto rasgou o azul"

Mai, que fantástico!
Só esse início me valeu uma centena de devaneios compensadores.
Tu tens o dom da palavra.
E aproveita-o da mais magnífica forma.
Trazendo para nós, mortais, o belo gosto da escrita.
Um belíssimo texto, para não perder o costume!

Beijos!

Márcio Vandré.

Rafael Sperling disse... @ 14 de junho de 2009 às 02:19

Mai, você já está me seguindo!Na quadradinho de seguidores do meu blog você aparece, e se clicar no seu profile aparece também que você me segue...
Bjs

Luna disse... @ 14 de junho de 2009 às 08:44

Quando o amor voa, voa uma parte do coração, se é amor é puro vive nessa ave rara que voando está presa, e quando a primavera chegar, voando vai voltar.

Namastê

Anônimo disse... @ 14 de junho de 2009 às 08:56

Tem horas que ela vai embora, mesmo, e a gente deixa, porque sabemos que volta, porque invejamos essa sua liberdade e, sem querer, porque precisamos de férias desses "animais de estimação"! :))

beijinhos

Elcio Tuiribepi disse... @ 14 de junho de 2009 às 09:07

Oi Mai, passando nos blogs que apesar da ausência sempre deixam uma palavra ou muitas palavras lá no verseiro. Ainda enrolado, mas hoje quis tirar um tempinho para comentar. Primeiro queria falar do Vitor Ramil, gosto muito também, inclusive Estrela, estrela é dele, Vnto Negro muito bonito...enfim...sou fã de carteirinha deles...e sempre que posso to dentro dos shows dele, este foi especial, na roça, em Ipiabas, perto de Conservatòria, um show super simples, mas grande nesta sua simplicidade fina, pois eles o fazem assim, parece que de Corpo e Alma, outra música que emociona, e este é o ponto forte deles, a emoção, o ser humano, as brincadeiras que fazem, o interagir com o público de igual para igual...
Sobre seus posts, não comento mas geralmente leio as postagens novas, cárceres é uma verdade evidente, essas prisões invisíveis são as piores...rsrs
Quanto ao de hoje, ave rara, me fez lembrar a Dodó, já ouviu falar desta ave rara? Era tão inocente que não sabia nem ao menos o que era perigoso, e acabou sumindo da face da terra...não tinha medo dos predadores, pois não sabia identificá-los, quando li ri muito, pois existem muitos humanos dodós por aí...
Mai, deixa eu andar...valeu pela presença...ótimo domingo pra ti...daqui a pouco vou estudar para a prova de segunda...Um abraço na alma...Ah...por um acaso a ave da imagem é uma "dodó"...rsrs...valeuuuuu...

Paula Barros disse... @ 14 de junho de 2009 às 09:35

Dai-lhe Mai, mete poesia nesse mundo escuro. Coloca asas em quem ler e vamos voar.

Que imagem linda, um voo raro, suas palavras se soltam de você, voam longe.

E se permitar voar...de todas as maneiras.

Ai, ai...adorei, adorei....


abraços carinhosos, se cuida!

Lú Naíma. disse... @ 14 de junho de 2009 às 09:44

"Quem sabe dou-me asas e eu também, voo contigo."

Tu nem sequer precisas de asas.
"As palavras são pedras, o que vive nelas é o espírito que por elas passa"
Lembro-me sempre desta citação quando venho aqui.
As tuas palavras conseguem voar mais alto do que qualquer ave, Mai. Por que tu és o espírito que por elas passa.

Linda imagem!
Beijo grande*

Maria Dias disse... @ 14 de junho de 2009 às 10:47

Isto é poesia...Gostei de te ler assim viu?E essa ave rubra?Nossa!!!Q contrate lindo...Lindo demais!Voe Mai,voe bem alto mas volte,vc é livre para ir e vir feito esta ave rara!

Beijinhos

Maria

Letícia disse... @ 14 de junho de 2009 às 11:14

Mai,

Fiquei meio lenta de repente e a única coisa que posso dizer que é você faz poesia e sabe usar as palavras.

Beijos.
E eu estou bem. =)

Márcio Ahimsa disse... @ 14 de junho de 2009 às 12:00

Ave rara é voar, olhar divagando a tez, divulgando a alegria, promovendo o sorriso que agora é apenas pluma, é apenas vulto ao céu, ao escarcéu que faz as estrelas, ao léu que se dispersa em brevidade, pois se despede das ausências e vem fazer companhia para uns versos meus, agora, derradeiros de mim, derramando meu fim numa brincadeira de descascar o milho e deixar à mostra, o sabugo. Pois é esta alma nua que quer voar, pois esta asa tua que vem pousar em meu sorriso, pois, menino, quer escapulir pelas capoeiras do meu norte e fincar a sorte num encontro de amigos.

Beijos,querida. Bom domingo.

Nade T. disse... @ 14 de junho de 2009 às 14:46

Olá, querida!
Estou de volta, graças a Deus!
Estava com muita saudade disso tudo... É bom escrever aqui novamente também!
Faço-te um convite para participar de uma Blogagem Coletiva que estou elaborando sobre o Dia da Música, que é dia 21 de junho... Espero que aceite meu convite!
Grande beijo e um excelente domingo pra você!

Carlos disse... @ 14 de junho de 2009 às 15:18

Ola Mai...eu nao vou em bando...mas sozinho e serenamente ler, com muito agrado os teus textos, os teus sentimentos e os teus pensamentos....
è um prazer emotivo faze-lo. Nao percas esse dom e transmiti-o com esse carinh que fazes..tudo de bom para ti..

:.tossan® disse... @ 14 de junho de 2009 às 18:58

Se as palavras não aparecem, imagine quando aparecerem...Lindo texto, plaina na poesia. Beijo

Beatriz disse... @ 16 de junho de 2009 às 09:54

Pássaro é a metáfora da poesia. Mas essa alavra rubra contra o azul é cristal iluminado por detro: sombrio e incandescente!

Daniel Hiver disse... @ 22 de junho de 2009 às 16:23

Vi que "Outono" é um dos melhores e mais impressionantes livros que você leu, nos últimos tempos.
Coincidentemente o meu "Pelos caminhos dos plátanos", tem uma relação direta com o outono. Aqui no sul. As folhas de plátanos caídas nessa estação são também conhecidas como folhas de outono.
Voltei aqui para "sentir" teus versos que se secaram e que deitaram na areia... Por que poesia não é para se ler e sim para se SENTIR.

Daniel

Postar um comentário

 

Seguidores

Links Inspirados