Inspirar-Poesia, um segundo sopro

painéis de madagascar

Por Sueli Maia (Mai) em , 7/12/2009

"Sol buito quente" era a fala, nos goles da manhã de uma criança. E novamente, o menino estava em seu colo. No quarto a brincadeira era um painel com mosaicos do tempo em que as pernas e as roupas cresciam e em cada fotografia havia comédia e memória de madagascar nas estórias do menino. Quadro a quadro ela revia a mescla da infância de um e outro. Imagens de fraldas, chupetas, fantasias de piratas, domadores de pôneis nos parques, e sonhos, muitos sonhos. E o sorriso do momento foi a ordem: – eu quelo batata navalha. - Mas aquilo não era a comida, era o jogo e ela disse: batalha naval? – Não. Eu quelo batata navalha. – Crianças sempre tentam um reinado vitalício e parece não haver democracia porque em seu território só existe Um, ele - o rei - mas ainda usa fraldas. E sempre tentam outra vez e novamente, e agora mais alto: – eu quelo agola! - E o agora da criança, desafia o tempo das coisas, os poderes restritos, a impotência dos humanos e os perigos, e tudo para eles são coisas e crianças não conhecem os perigos das coisas e ainda desconhecem os perigos das verdadeiras batalhas navais ou as dores dos embates das guerras que Vitor ou Vitória - na vida – terão que enfrentar, sustentar, vencer ou perder, mas sempre com a possibilidade de aprender e crescer, viver, ser feliz e contar essas mesmas estórias aos seus filhos. E novamente as duas crianças a brincar e o menino apontou e disse: - você lembra daquela batata navalha? – Manhãs de sol são sorrisos na voz das crianças e nos painéis de madagascar.
.
Imagem: Google -
Música : Sítio do Picapau Amarelo - Tema: Pedrinho

28 comentários:

Quintal de Om disse... @ 12 de julho de 2009 às 15:16

rsrs... gostoso demais sorrir por aqui um sorriso de infância.

Carinho S.E.M.P.R.E.
Sam

Luna disse... @ 12 de julho de 2009 às 15:52

As crianças gostam de medir forças com os adultos, mas também têm a sabedoria da simplicidade que nós já perdemos
beijinhos

Beatriz disse... @ 12 de julho de 2009 às 16:34

Mai, seu texto tem o nome que merece: Inspirar poesia. é o que vc faz.
Cada vez que venho aqui saio com idéias;))) Sua prosa poétuica alimenta munha poesia de aprendiz.

Beijo e bom final de domingo.

Ana Casanova disse... @ 12 de julho de 2009 às 16:53

E é tão bom esse tempo em que para eles não existe a palavra maldade, guerra ou perigo...
A tua forma de escrever, de falar das coisas da vida é maravilhosa!
Beijinhos Mai.

Jacinta Dantas disse... @ 12 de julho de 2009 às 18:58

Que bom seria se a gente fosso se tornando gente, mantendo a simplicidade de viver o instante com a felicidade do olhar colorido de criança.
Beijos, moça. Sempre bom te ler.

Paula Barros disse... @ 12 de julho de 2009 às 20:00

Adoro crianças e o mundo delas. A filha da minha além de linda, é muito inteligente, me diverti muito ontem com ela.

beijo (vou guardando os abraços rsrsrs)

Paula Barros disse... @ 12 de julho de 2009 às 20:00

Adoro crianças e o mundo delas. A filha da minha além de linda, é muito inteligente, me diverti muito ontem com ela.

beijo (vou guardando os abraços rsrsrs)

Vivian disse... @ 12 de julho de 2009 às 20:08

..sei bem de todas as suas
palavras, porque já me fiz
vovó, e esta magia de anjos
povoando a casa é tudo de bom...

as crianças são os melhores
professores que temos...

pena que poucos entendem
este recado...

um beijo, querida linda!

Márcio Ahimsa disse... @ 12 de julho de 2009 às 20:35

Ah, Mai... Juro que não me aguentei aqui e me desmanchei de tanto rir, rs... "eu quelo batata naval, eu quelo agola". Puxa, isso é um primor, reproduzir o lúdico e pueril de uma criança não é tarefa fácil. É para poucos, e, em vc, sinto essa naturalidade, essa coisa singela e transparente, como criança é.


Beijos, querida, adoro tudo que escreves, adoro...

Naty disse... @ 13 de julho de 2009 às 00:58

Olá que belo recado ...Todos deviam refletir nele
uma boa semana
bjs

Osvaldo disse... @ 13 de julho de 2009 às 09:00

Oi, Mai;

Quando a humanidade der mais valor aos Paineis de Madagascar, provávelmente teremos um Planeta mais colorido!... de amor e fantasia.

bjs
Osvaldo

Daniel Hiver disse... @ 13 de julho de 2009 às 13:53

Ótimo isso que você escreveu. Eu sei o que é um "quelo por quelo e tem que se agola". Crianças são assim. Egocêntricas. Mas ao mesmo tempo são irresistíveis. E eu poderia até escrever um poema em que um dos versos seria.... EU SOU MOVIDO A SORRISO DE CRIANÇA.
Daniel Hiver

lula eurico disse... @ 13 de julho de 2009 às 17:45

Estou precisando de crianças aqui!

Abraço fraterno.

olharesdoavesso disse... @ 13 de julho de 2009 às 19:56

AH, aquele sorriso bobo e sábio infantil. Gosto d compor as palavras pois compostas ela se "decomponhe" forma outra coisa hehe belo post voltarei todos os dias possíveis beijos ótima semana. "Obrigado eu"

Elcio Tuiribepi disse... @ 14 de julho de 2009 às 08:37

Oi Mai, realmente o agola deles tem que ser já, bem depress, como se amanhã não houvesse mais a possibilidade de existir. Quanto aos perigos, acho que pra eles não existem, o bom de tudo isso é poder ser espontâneo sempre, diferentemente dos adultos.
Um abraço na alma Mai...fica bem também...uma ótima semana para você e o Cebolinha aí...rsrs

Eu disse... @ 14 de julho de 2009 às 11:43

É maravilhoso o universo infantil...
E para mim está aí a terra mais fértil para plantarmos as sementes!

Um beijo carinhoso para você Mai!

:.tossan® disse... @ 14 de julho de 2009 às 14:16

Pena que crescem, oxalá que todas tenham oportunidades! Adorei o teu mosaico. Magnífico! Beijo

Ilaine disse... @ 14 de julho de 2009 às 17:13

Mai!

Seu texto me deu saudades do tempo em que meus meninos eram pequeninos. Que maravilhoso recordar aqui com você. Agora já cresceram um pouquinho e estão aprendendo a lidar com tudo o que a vida oferece.

Escritora, este texto está lindo!
Beijo

Daniel Hiver disse... @ 14 de julho de 2009 às 17:15

Valeu. Obrigado pelo comentário lá em meu post. Simplesmente adoro escrever. E com a passagem do tempo vou gostando cada vez mais.
Adoro unir palavras de dificil aproximação. E como toda pessoa que escreve admito que as vezes fico inseguro. Mas continuo com os exercícios. Não tenho fórmulas. E o que disse é uma grande força para continuar. Obrigado.
Daniel Hiver

Monday disse... @ 14 de julho de 2009 às 23:13

eu não consigo falar em Madagascar sem pensar nos pinguins, Maizita ... rssss

Sandra Costa disse... @ 14 de julho de 2009 às 23:25

eu juro, Mai, ia comentar com toda a seriedade do meu coração.

mas BATATA NAVALHA não dá, né?

HSUAHUSHAUHSUHAUHSSHUHSHUAHUAHHA!

miacabay!
e quando eu 'miacabo', cê sabe! fica difícil de concentrar, viu..

olha, o Victor tem que conhecer os A.G.E.I.S.

demás!

amo esses amores da nossa vida! os únicos sinceros!

f@ disse... @ 15 de julho de 2009 às 17:10

Texto e mosaico de sonho...

as soltas asas da imaginação infantil de que nunca nos perdemos...

... sempre o b e l o que nos liga á pureza de ser criança... e ter os balões coloridos a v o a r no (c)éu...

imenso beijinho

Dani Pedroza disse... @ 16 de julho de 2009 às 00:44

Sabe, Mai? Logo que cheguei do hospital, meu irmão ligou um laptop, acessou meu blog e eu, deitada, meio sem posição, fiquei ali, com o corpo todo dolorido e, ao mesmo tempo, dormente, meio morto, lendo as msgs que me haviam deixado. Minutos depois eu estava aos prantos e o corpo já não doía mais, a cama ficou de repente confortável, feito colo de mãe. Os comentários me tocaram de uma forma meio mágica. Depois de alguns dias sem tomar banho ou escovar dentes sozinha, alternando entre a embriaguez dos anestégicos e a tormenta das dores, eu, enfim, me sentia gente denovo, com a cabeça fervilhando e o coração aquecido.

Eu passei por aqui hoje, na verdade, pra agradecer. Agradecer por seu comentário, sua mão estendida, seu oferecimento de ajuda. Provavelmente não conseguirei explicar o que isso representou pra mim. Há momentos em que tudo tem uma força na máxima potência. Estou vivendo um momento deste e ler as suas palavras realmente me fez um bem enorme.

Apesar da minha mãe ser do interior do Rio, a gente optou por fazer a cirurgiao em Juiz de Fora. Ficaremos por aqui até a equipe que fez o transplante nos liberar. De todo jeito, bom saber que posso contar com vc.

P.S.: Já tinha lido muitos comentários seus em blogs "amigos", sentia neles uma intensidade, uma certa fúria, como uma tempestade de raios, mas ali também havia uma doçura genuína, por isso mesmo, nada convencional. Enfim, gosto do que vc escreve e como vc escreve. Bjs.

joyce Pretah disse... @ 16 de julho de 2009 às 15:45

que lindoo^^

é bom ser criança....

infância é pureza e alegria....


adoro^^

SILVANA PEDRINI disse... @ 16 de julho de 2009 às 16:41

Estou aqui, depois de tanto tempo. Confesso não ter lido o texto, pois perdi meu óculos e não enxergo bem sem eles.
Mas estou aqui para divulgar uma idéia, além disso pedir seu apoio;
Um blog, voltado para o tema: Transtorno Bipolar, trazendo artigos públicados, enfim, um lugar de informação.
Vou deixar o link, se você puder ajudar com alguma sugestão fique a vontade.
Deixo aqui o link de um blog voltado para a saúde mental, gostaria do seu apoio em divulgá-lo pois lá será um local de informação, debates, artigos, etc. Conto com sua colaboração. http://transtornobipolar2009.blogspot.com/

Porque a saúde mental, merece atenção!

Abraços

Silvana Pedrini

Abraão Vitoriano disse... @ 16 de julho de 2009 às 20:28

Mai,
o menino-homem não seria o mesmo sem você... e nesta comemoração de aniversário do blog quero te agradecer muito,
suas palavras abastecem a minha alma.

beijos,
carinho!

Éverton Vidal Azevedo disse... @ 16 de julho de 2009 às 22:05

Mai,

adorei os textos sobre crianças que você publicou, aquele da vó (no dia do aniversário da minha vó rs) e este. Nos deixam saudosos. Nos fazem crianças, ainda que talvez, só enquanto estamos lendo.

Grande bj.
Inté!

Oliver Pickwick disse... @ 18 de julho de 2009 às 11:54

Emocionante e muito bonito! O "espírito" da "batata navalha" ainda segue os seus passos. A propósito, no meu último post, de certa maneira, por caminhos e contextos diferentes - e, é claro, sem a sua sensibilidade acurada - suponho que falamos da mesma coisa.
Desculpe a ausência, mas o meu tempo disponível para o mundo de Matrix anda muito escasso. É visível no condado, uma teia de aranha ali, outra acolá.
Um beijo e bom fim de semana!

Postar um comentário

 

Seguidores

Links Inspirados