grá_vida, canção temporã...
Por Sueli Maia (Mai) em 4/24/2009Um vento cantando nas frestas da casa. Estou grá_vida de paz, que em silêncio me dou. Pre_vi contr'ação à ex_posição, meu poema é parto sem dor. Meu corpo dilata em letras que escorrem das mãos. São vãos meus receios. Nas salas vazias, me dispo, me gesto, sou verbo, nutrido em água. Re_pouso minha fala. No branco silente da página, sou voz e palavra, me escrevo. Dilato meu ventre e absoluta_mente, sou nada. Sou gente, sou ente, sou livre, sou Verbo, gerando palavra. Faminta, devoro emoção. Sou cor-respondente. O exílio é o breu. Transgrido a ordem. Transmuto a dor em sorriso. Meu grito é alegria guardada que esvai em desvãos. E a dor que se tenta abafar, se expande silente e, por dentro, eclode e explode em Arte. Em princípio era o verbo.
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Imagem Google
Música: Tanto tempo - Bebel Gilberto
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29 comentários:
...olha amor,
para trazer à luz este
paraíso de letras,
só estando grávida
de paz mesmo.
adoro te ler
adoro
bj, bj
Brindo mais uma taça de Dão português a este texto muito bonito e forte como uisque sem gelo. Beijo
"Meu poema é parto sem dor."
Ela tem o poder... E como sinto-me feliz em "apreciá-la sem moderação"...
você é muito, mais muito mesmo em mim...
te gosto,
beijos...
Oi, Mai;
Mais bela imagem que uma mulher grávida, não deverá existir. Nunca, como nesse momento, a mulher esteve tão ligada à mãe natureza, como nesses instantes da vida...
Também nesse momento a mulher, como a terra, gera seu fruto nas entranhas do seu corpo. É a Primavera que desponta em fruto desenvolvida no Inverno do sonho.
É fruto que crescerá no Verão para mais tarde, também ele, fruto, espalhar suas sementes e apreciar o resultado da sementeira no Outono da sabedoria.
Mulher grávida,... a esperança de um Planêta eterno, a certeza de um Mundo justo...
bjs, Mai.
Osvaldo
Razão tinha eu para te chamar "transgressora" (vd comentário no post anterior).
E esta transgressão feita de dor... está perfeita_mente dorida!
Até na transgressão de que "No(Em) princípio era o (v)Verbo"!
Brilhante, Senhora!
E beijos.
Delícia isso! Nem sei porque, me lembrou um riacho correndo (na verdade teria que ver uma grávida, né?).
Mas o gostoso do riacho é que você pode tocar, sentir e mergulhar nele, como nas suas palavras agora.
Beijinhos, querida.
E o primeiro verbo foi "fazer", não foi? Mas de tudo, essa gravidez de paz e de luz e de vida (e pq não?) é tão bela e plácida.
Mundo fugaz, carente, esperando esse parir, esse choro primeiro e tantos outros. Chorar é tbm um verbo. O universo pranteando através de nós.
Que gere a beleza dos teus verbos!
E nós, esatremos sempre aqui, aguardando e dando boas vindas aos nascimentos dos teus versos. Belos versos.
beijos na alma!
E nesse parto, fico sempre embalando o novo filho, gerado na emoção inquieta, parido na explosão de muitos sentimentos.
Seu estilo, é realmente único, sempre forte, sempre inquieto (assim sinto), um beijo.
eu estou gráida de felicidade, vivendo o dia de hoje.
esse é o verbo ;)
Quem você não decifrou nesse poema, se não eu, nós?
Difícil não se enxergar em seus versos, Mai. São verbos, sim. E se fazem carne.
Beijo.
é minha primeira vez por aqui
mas sinto-me completo por demais...
!
demais de lindo, intenso e simples ao mesmo tempo!
e ao ler fiquei com uma só palavra na cabeça....
SOU
bjs
...e do verbo se fez carne...Gênesis.
...agora sim um poema que não me fez lembrar nenhum estilo...talvez uma Lispector qnd ela escrevia versos soltos de meditação e de existencialismo. VC, assim como eu, pensa bastante a palavra. Isso é bom e doloroso. Mas no fim é bom.
te cuida!
Nas contracções da vida vivemos transmutando os sentires da melhor forma que sabemos, por vezes perdemos o norte mas como na vida tudo passa, tudo tem o sem tempo,
sempre acaba por existir um tempo para darmos o nosso grito de ipiranga
beijinhos
Olá Mai.
Gosto tanto dos teus comentários. Dizes as verdades, e eu gosto de as ouvir. É verdade, estou a sorrir mais. Não que, eu antes, andasse a rir menos. Porque eu sou uma rapariga que anda sempre sorridente. Mas, claro que, na vida existem "coisas" que nos metem abaixo, mas não é por isso que eu vou andar menos Viva não é?
Vai dando noticias tuas. (:
Beijo *
BELO…
…
O verbo vent a r… g r i t o pro f u n d o…
Vida que re n a s c e…
Poes i a e música de viola afi n a d a em s i l ê n c i o…
Beijinhos
A palavra é a lira, a palavra expira o ódio, o desamor, a palavra veste de luz um singelo verbo inerte. A Palavra desnuda a alma que já desejou estar calada. A Palavra é o sal, é a fé cega, faca amolada. A Palavra reverbera o sentimento. A Palavra usa, a palavra é difusa, a palavra é a trave e o gol, a palavra é magia que se faz e desfaz com o olhar alheio, com o compartilhar de instantes antes mesmo belos, com elos e castelos de cartas não marcadas, mas destacadas pelo saber ser verso nesse universo de poesia sem fim.
Beijos, querida minha. Engravide-se sempre de palavras, de verbos e versos, de poesia linda assim.
Ainda a maiêutica. E o fazer vir à luz coisas verbais. Estás grávida de paz e de luz!
Ah, que imagem linda sobre o fundo preto! Ficou bem, a flutuar.
Abraço fraterno.
Mai, que lindo, que intenso, que profundo!
Adorei querida Mai!
Bjos em teu coração!
Claro que sou um rapariga alegre. Sempre fui, e irei sempre ser. É muito dificil por-me triste. Mas obrigada pelas tuas palavras. Cresci meio metro quando disseste que eu Brilhava. Obrigada. É por estas simples coisas que vale a pena viver ou mesmo, simplesmente, escrever. Para receber este elogios todos.
Beijo
*
e o orgulho que depois nos inunda por darmos à luz algo tão belo, tão nosso ..
adorei adorei ! logo eu que sou caranguejo, símbolo da maternidade :')
Mai *
"O parto ocorre, parto-me (...)"
Achei, simplesmente, sensacional!
beeijos!
Oi Mai...caramba, você está numa fase super boa mesmo, também pudera, engravidar-se assim é uma dádiva...
"Sou gente, sou ente, sou livre, sou Verbo, gerando palavra. Faminta, devoro emoção. Sou cor-respondente"...bonito isso, mas uma coisa que não me saiu foi essa:
"Deveríamos esperar mais falta ou, a completude? Será que conseguiríamos, amigo? Uma suposta inteireza? Custo a crer, sabes? Mas podemos ser íntegros"...seu coments me fez pensar, refletir...
Talvez a completude nos acomode...ou não...já a falta nos permite querer preencher o vão, buscar luz, e regar...regar e regar...mesmo que as sementes não floresçam...ou sim? Como já não diria Caetano...rsrs...
Quando nascer a próxima criança, eu apareço, o berçario aqui está em alta...rsrs...um abraço na alma...
Oh Mai, eu tenho a sensação que ja me estou a repetir muitas vezes, mas as tuas palavras têm que receber um Obrigado gigantesco. Sim, porque as tuas palavras são lindas. Mais um vez, Muito Obrigada.**
Agora em relação ás tuas perguntas, não, não sou actriz mas, tenho que confessar que adoro o palco em termos de dança. A dança para mim é uma das melhores coisas da vida. É tipo de um refugio no fim do dia. É quando sentimos o nosso corpo em harmonia, quando sentimos cada musculo, cada tendão dos nossos braços ou pernas. E sim, eu Amo a dança. Infelizmente, neste momento não estou a exercer regularmente esta actividade, mas que adorava, adorava.
E é verdade, hoje é dia 25 de Abril. Esta data tão importante para nós portugueses.
Para finalizar o meu comentário, gostei quando escreveste "aplausos", deu a sensação de estar num palco, onde as pessoas estavam a aplaudir, como um modo de terem gostado do que eu tinha feito.
Mais uma vez, Obrigada.
Bom fim de semana, Mai.
Beijo
**
No princípio era o verbo, e o verbo estava com a poetisa, e o Verbo era poesia, e "habitou" entre nós, cheio de graça e de verdade.
Um beijo!
E seus textos de fato brotam de ti, nascem de ti com grande esplendor de suas majestosas palavras.
Um grande abraço,
Átila Siqueira.
Engravidar palavra dá nisso!
Textos que parecem ter vindo de um ventre onde o verbo faz morada.
Linda tua gestação.
Magnífico o parir!
Um beijo verbal.
Katyuscia.
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