Inspirar-Poesia, um segundo sopro

cio de águas

Por Sueli Maia (Mai) em 9/23/2009
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Cio de águas e em ar respirável há luz e novas manhãs. E uma nova luz amanheceu eternidade, na eternidade que se dá em cada dia ou em apenas um segundo quando se vive este segundo, como se fora uma vida inteira. Manhãs respiráveis com nascentes preservadas e nós estamos e somos, água e ar, todo ar que se possa respirar ou água a escorrer e livremente escoar. E se por vezes fomos noites nas águas caídas das chuvas, um novo dia amanheceu. Então renascidos em nascentes, sussurramos manhãs com desejos eternos de água e ar, prá beber, respirar e, mansinho, prá sempre ficarmos imersos em vida. Eu, tu, nós em teu rio, em minhas águas e na luz das manhãs, tua e minha. Banho-me em ti e em mim tu te banhas por segundos sem fim. Porque eu sou boca de mar engolindo teu rio e devolvendo tuas águas em minhas águas, encontro das águas. Noites - mortos eternos - dormimos e mortas, as noites renascem nos dias seguintes, disfarçadas em bocas d’água ou mil olhos d’água que saciam as sedes, ebulindo suas águas nas bocas. E uma boca noutra boca disfarça as fomes e assim nos rompemos na areia e em segundos eclodimos - serenas manhãs - em luz de um agora que é sempre, pois – serenos - seremos nascentes perenes de infindos segundos.
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24 comentários:

Caio Fern disse... @ 23 de setembro de 2009 às 12:43

somos aguas , voltaremos as aguas , somos mares de sentimenyo .....o cio das aguas... voce e linda Mai
obrigado

Cris Animal disse... @ 23 de setembro de 2009 às 13:00

Que houve sumida?
Tudo certo?

A força da água...lava, leva, arrasta, refresca, salva, cura, tira manchas e pecados.


beijo pra vc

Lara Amaral disse... @ 23 de setembro de 2009 às 14:16

O texto ficou uma mistura sensacional. Adorei! Abraços.

Anônimo disse... @ 23 de setembro de 2009 às 16:11

Adorei o fundo verde!!!

O texto correu como as águas, mansinho pelos olhos, escorrendo pelo meu sorriso, derramando-se nos meus pensamentos e deixando a Mai passar... Olha a Mai... :)

beijinhos

Dauri Batisti disse... @ 23 de setembro de 2009 às 16:49

Água e vida se misturam, sinônimos da mesma fluidez. O rio vai, a vida...

Um beijo

BAR DO BARDO disse... @ 23 de setembro de 2009 às 17:24

Deus é líquido...

Unknown disse... @ 23 de setembro de 2009 às 18:46

Mai,

Você tem uma luz superior que emana da escrita para a alma de quem lê.

Admiro-a muito!

Beijos

Mirse

Vivian disse... @ 23 de setembro de 2009 às 19:57

...tirastes água dos olhos meus!

você é linda!

adoro..

beijo imenso!

tonholiveira disse... @ 23 de setembro de 2009 às 19:58

Lavei a alma!

Beij♥s!

Ana Casanova disse... @ 23 de setembro de 2009 às 21:50

Um texto lindissimo Mai.
É inspirador! Somos feitos de água...
Beijos

Abraão Vitoriano disse... @ 23 de setembro de 2009 às 22:17

"e nós estamos e somos, água e ar"

Mai,
é da água que vivemos
é como água que aprendemos a ser...

um rio transborda, seca, é fundo e raso, e quem dera fosse sempre doce e limpo...

um beijo,
e de tu eu vivo...

do teu homem-menino-se-arrependendo-menos...

Rafael Sperling disse... @ 24 de setembro de 2009 às 00:55

E aí, Mai? fazia tempo que não vinha aqui...
Gostei do seu cio das águas!
bjs

Anônimo disse... @ 24 de setembro de 2009 às 13:35

Muito bom o Cio das Águas... um ciclo, né?
Adicionei o vídeo ao meu post lá!

beijos.

adouro-te disse... @ 24 de setembro de 2009 às 13:45

Para já... um beijo dum regressado!

Como se percebe que, por aí, a primavera faz das suas. São cios, senhora, são cios!

Por aqui... é outono...um (iní)cio de outro ci(cl)o.

Letícia disse... @ 24 de setembro de 2009 às 16:59

E ficou tudo verde por aqui. =)
Faz tempo que não venho, Mai. Sequestraram minhas horas de leitura, mas volto. Sempre volto.

Beijos, Mai.

Dani Pedroza disse... @ 24 de setembro de 2009 às 19:19

Há coisas realmente inexplicáveis. Ontem passei por aqui, li o post, mas era um desses dias que a gente sente e pensa tanta coisa que engasga e acaba não saindo nada. Mas mesmo assim estive aqui. Por quê? Pelo mesmo motivo que te fez ir até o Impressões procurando por notícias, por essa proximidade, essa ligação que há entre nós. É impressionante como o seu post tem uma ligação nítida com o que estou vivendo, com o que postei hoje. Não, não é exatamente com o momento que estou vivendo, é mais com a minha forma de encarar tudo isso.

Ontem eu estava pensando em como as bases da minha vida, minhas referências, foram todas postas em xeque. Mas, um segundo depois, me veio à cabeça o quanto isso é idiota. Eu nunca acreditei em verdades absolutas, nunca achei que minhas bases estivessem em coisas externas, minha casa nunca foi meu lar. Sempre achei que minha maior referência fosse a forma com que olho pra tudo, essa certeza de que tudo é transitório, flexível. Sempre me encontrei dentro de mim mesma, minhas tempestades, meus furacões. Pois é, independente do que nos aconteça, a vida é simples, mantem sempre seu curso, o dia sucede a noite, a água também é ar, uma eternidade é o conjunto de segundos, segundos que se bastam, que podem valer muito mais que toda uma vida. No fim das contas, tudo é a mesma coisa, em formas diferentes sim, mas é só a vida vivendo.

É isso, querida, ando meio ausente mesmo, tentando me equilibrar no meio de muitas mudanças, mas estou sempre por aqui, mesmo que às vezes não tenha muito a dizer. Bjs.

Márcio Ahimsa disse... @ 24 de setembro de 2009 às 20:54

Oi, Mai, querida...
Aqui estou, passando, me derramando, me lavando, me indundando de tuas palavras...
É esse oceano que se esconde atrás dos meus olhos, e dos teus, que me banho, eu ganho, sou tamanho...

Beijos, querida, fique bem.

Solange Maia disse... @ 24 de setembro de 2009 às 22:59

Que amor fluido Mai...

Líquido como meus olhos, ao te ler...

Beijo

Márcio Vandré disse... @ 24 de setembro de 2009 às 23:03

O rio, pequeno, leva ao mar, enorme. Quiçá isso possa ser usado numa interpretação mais profunda de vários atos humanos.
Quantas nascentes se transformam em insondáveis oceanos. Quantas fumaças viram fogo, num só piscar.

Belo texto, Mai!
Um beijo!

Unseen India Tours disse... @ 25 de setembro de 2009 às 07:25

Nice post !! Nice to see your blog..Unseen Rajasthan

Anônimo disse... @ 25 de setembro de 2009 às 08:21

Sem saber muito bem explicar um motivo, pus-me a morder os lábios, em meio a esse texto, como se contendo-me a entrar nesse rio.

Vontade de mergulhar nas tuas idéias, talvez. *rs* Delicioso como sempre, caríssima.

Márcio Almeida Júnior disse... @ 25 de setembro de 2009 às 17:04

Um belo texto sobre a água-viva que é o sentimento. Que Deus nos dê sede sempre renovável.

Ricardo Valente disse... @ 25 de setembro de 2009 às 18:33

Somos feitos de amor líquido e renovável.
Beijo!

_Sentido!... disse... @ 26 de setembro de 2009 às 03:50

Vês?!....
Que é que eu digo agora?!...

Fico assim de olhos abertos de espanto, sempre que te leio..., e hoje com o som desta harpa...

Bom..., no fim tiveste as palmas merecidas. É bem mais fácil assim, porque as palmas dizem muito bem das nossas emoções :)))

Adorei Mai, como sempre!
Vou com o som dessas águas no coração.

Beijo.

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