o ressentimento das pipas
Por Sueli Maia (Mai) em 9/09/2009.
Me encanta ver, o mover da liberdade nas pipas, colorindo o ar. Gosto de sentir a leveza e por vezes em silêncio, reproduzo movimentos de delicadas bailarinas. Mais que ser leve, aprecio a alegria de viver em paz. Liberdade é sentir o cheiro da seda dançando ao vento e deixando o perfume de limpo no ar. Liberdade é sentir que o tempo de se querer bem pode durar, o mais que ele possa durar. Basta sentir devagar, sorver cada passo, sentir cada dança, cada gesto e, lentamente sentir,re-sentir e, outra vez bemquerer. Gestos como bons perfumes permanecem no ar e depois que se vai, eles ficam no ar. Há algo - sagrado - que não se vê, enquanto as pipas se movem e permanecem no ar. Entre a posse e a perda, o que se assiste é um espetáculo de leveza e liberdade que oscila entre bemquerer e malquerer, sentir e ressentir, subir e descer, ganhar e perder as tantas e outras pipas que permanecerão, ainda no ar. Bonito é ver, com seriedade, a alegre brincadeira das pipas em silêncio, rasgando o céu com a leveza da seda, suspensa na linha. Existe, um espaço sagrado em tudo que move e não se vê. Existe. E sempre que pipas subirem e dançarem no ar, existirá o re-sentir de se ganhar e se perder. Me encanta ver, o mover da liberdade colorindo o ar.
Me encanta ver, o mover da liberdade nas pipas, colorindo o ar. Gosto de sentir a leveza e por vezes em silêncio, reproduzo movimentos de delicadas bailarinas. Mais que ser leve, aprecio a alegria de viver em paz. Liberdade é sentir o cheiro da seda dançando ao vento e deixando o perfume de limpo no ar. Liberdade é sentir que o tempo de se querer bem pode durar, o mais que ele possa durar. Basta sentir devagar, sorver cada passo, sentir cada dança, cada gesto e, lentamente sentir,re-sentir e, outra vez bemquerer. Gestos como bons perfumes permanecem no ar e depois que se vai, eles ficam no ar. Há algo - sagrado - que não se vê, enquanto as pipas se movem e permanecem no ar. Entre a posse e a perda, o que se assiste é um espetáculo de leveza e liberdade que oscila entre bemquerer e malquerer, sentir e ressentir, subir e descer, ganhar e perder as tantas e outras pipas que permanecerão, ainda no ar. Bonito é ver, com seriedade, a alegre brincadeira das pipas em silêncio, rasgando o céu com a leveza da seda, suspensa na linha. Existe, um espaço sagrado em tudo que move e não se vê. Existe. E sempre que pipas subirem e dançarem no ar, existirá o re-sentir de se ganhar e se perder. Me encanta ver, o mover da liberdade colorindo o ar.
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Música: One love
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30 comentários:
Olá, querida Mai!
É assim como um sonho bom...
Fico feliz com suas palavras!
Abraços!
final com chave de ouro...
parabéns, mai!
Pipas,
pipas, imagens no céu
do que voa em nós.
Os anseios
sempre maiores
que o peito.
Pipas.
Uma liberdade
que vai alto, mas
continua presa ao chão,
mesmo que
por um fio.
Asas
de águia
em coração de pardal.
Um beijo.
Lindo!
As pipas coloridas são parte do nosso inconsciente coletivo, que nos remete à infancia, à liberdade e à alegria. É o voar dos sonhos...
É movimento...
E tudo o que move é sagrado.
Lindo Mai
Beijos querida
Rossana
Todas as pipas enroscam-se no meu muro... :(
Mas, isso me lembrou a primeira frase que Davi falou, com dois anos (sim, ele morria de medo de errar e só falou nesta idade), apontando para o céu: duas pipas!
E lá estavam elas, as duas pipas, no céu imenso, e na alegria imensa do meu menino que descobriu que falar lhe dava a mesma liberdade que as pipas.
beijinhos
...Liberdade é sentir que o tempo de se querer bem pode durar, o mais que ele possa durar. Basta sentir devagar, sorver cada passo, sentir cada dança, cada gesto e, lentamente sentir,re-sentir e, outra vez bemquerer...
QUE BONITO ISSO SUELI, BEMQUERER O MAIS QUE POSSA DURAR...
Ola Mai !!
Entrei inspirei... sai um pouco mais rica !!
beijinhos
Zira
Muito lindo, Mai!
A liberdade é sempre linda e inspira.
Certa vez li sobre a complicada arte de fazer a pipa e depois de pronta, acertar o vento, o voo, enfim, tudo tem seu preço.
O bonito foi a inspiração da pipa com a liberdade!
Maravilha!
Beijos
Mirse
E quantas vezes não dá vontade de se deixar levar, assim? De se pendurar numa delas e ser apenas aquilo, um desenho que o vento faz conosco, pelo ar.
O quanto temos a ver, lá de cima, que jamais saberemos? Exceto quando a mente se permitir flutuar. Desse mesmo jeito.
De tirar o fôlego, Mai. Gostaria de publicar um texto seu no proseares, pode ser? Beijos, querida.
Liberdade sempre...
Carinho
Mité
"Liberdade é sentir o cheiro da seda dançando ao vento e deixando o perfume de limpo no ar."
Mai,
isso é tudo o que preciso agora... sentir sem medo, ser nuvem e mar...
não paro com as reticências, é uma espécie de conforto, pois ainda vou fazer... e apelo a tu, pessoa boa e bonita, me deixe livre assim...
beijos,
e sou de ti...
do teu menino-homem que te adora...
Sabe, Mai? Às vezes me pego pensando que o segredo de bem viver é saber a exata medida da pressão que exercemos sobre a linha. Saber o quanto dar linha, quando puxar de volta, quando se apropriar do carretel com a mão toda, tomando o controle da direção, saber deixar voar. Saber se deixar voar, não com passividade, mas com flexibilidade, maleabilidade. No fim das contas, me parece mesmo o mais sábio a se fazer, mas quem disse que é fácil ser sábio? O mais condizente com meu temperamento é tentar segurar com as duas mãos as rédeas do destino, meter os pés na porta e buscar o que quero, até cair exausta, ficar prostrada, renovando energias e começar tudo denovo... rs. É, eu realmente estou longe da sabedoria, um sinal disso é que, lá no início do comentário, usei termos como "segredo de bem viver", "exata medida", como se viver estivesse relacionado a fórmulas prontas, estivesse descrito em algum manual. Não... Na verdade, a gente só domina a técnica da fabricação de pipas, o jeito certo de amarrar a linha, passar o cerol. Ao ganhar os céus, nossa vontade se mistura com o imprevisível e aí só o que nos resta é aproveitar a "viagem". Bjs, querida.
... a alegria de viver em paz... limpo ar... DISSE TUDO!
Beijo!
...e daí me vem à mente a
hora de descer...
depois de tanta liberdade
cruzando o firmamento,
eis a realidade,
um frio batendo no peito.
assim somos nós...presos
na linha da vida...
ainda bem que existem
os poetas que nos ajudam
na viagem...
smacksssssss, amor meu!
Eu ainda posso voar!!!
Abraço fra/terno.
"Existe, um espaço sagrado em tudo que move e não se vê. Existe. E sempre que pipas subirem e dançarem no ar, existirá o re-sentir de se ganhar e se perder. Me encanta ver, o mover da liberdade colorindo o ar."
.... tens as palavras que eu não sei...
Beijo.
E elas voam tão libertas, coloridas e dançantes. O espetaculo da liberdade que nos encanta.
Bjs
Ao vento e ao seu molde se amarras, só presa a terra pela situação corpórea... AH liberdade. lindo bela querida mai.
beijosss ah, visite minhas fotos
http://captandomovimentos.blogspot.com/
pipas, meio livres, meio presas.
amei esta frase: Liberdade é sentir que o tempo de se querer bem pode durar, o mais que ele possa durar.
guadarei com carinho
bj
Pois é, Mai, a vida é um sobe e desce, altos e baixos, e a liberdade é justamente saber lidar com isso, encarar as coisas sempre pelo lado bom, que elas podem oferecer e aprender com isso, saber apreciar todas as pipas que sobem e descem, colorem o céu o ar, e o perfume do vento que as leva, sutilmente, deixando-se levar também!
O que amarga a vida é apenas enxergar as coisas ruins, sem tirar lições disso!
Grande beijo, querida!
Adoro a leveza, a harmonia, a liberdade, simplicidade contagiante e expressividade do seu texto. Maravilhoso. =)
Bj
legal
Oi Mai, obrigado pelas visitas e pelas palavras queridas! Lindo testo, se o tempo aqui no sul estivesse limpo seria a combinação perfeita
Somos pipas Mai, e o mais interessante é que nós somos também a mão que segura a linha, a que da tibicadas fazendo rasantes entro da gente mesmo, aí a gente sobe, desce e as vezes fica parado no ar, absorvendo ventos, ventanias, acolhendo chuvas, tempestades, até que chegue um dia a hora de aterrisar em terra firme, mas, nada de cerol, que todas as pipas possam voar livres, cada uma com sua própria gentileza...enfeitando e colorindo o ar...eita Mai...muitas pipas ainda no ar por aqui no meu céu...um abraço na alma..bjo
Delicadeza de texto, Mai. Vida em liberdade, em cores, em sabores ao vento, céu, cabeça nas nuvens e pés firmes, caminhando de cá prá lá, equilibrando no fio a façanha de voar, com os pés nos chão.
Um abraço e bom domingo
Fui, durante a infância e parte da adolescência, um bom construtor e empinador de pipas. Porém, jamais as imaginava como peças essenciais de um universo de tão rara beleza. Continua produzindo lindas coreografias de palavras.
Um beijo!
O importante é dar-mo-nos liberdade ao sentir!
Beijinho terno
o ar colorido do teu texto
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