Inspirar-Poesia, um segundo sopro

um blues para Lévi-Strauss

Por Sueli Maia (Mai) em 11/03/2009
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De perto e de longe as idéias de um homem podem estar na vanguarda de um tempo. Harmonia em tons de azul de um dia qualquer. Ouço um blues, uso um jeans que é um legítimo índigo do alemão levi's que não é o Lévi-Strauss de quem falo. Mas o meu pensamento selvagem transborda na hora do rush. Meu estresse é grafado em tupi-guarani e espanto ouvindo uma valsa de Strauss. Lévi-Strauss é o nome de um homem que pensava o homem e mitos das tribos e ritos de sonacirema que escrevo invertido e leio ao contrário. Yeah! Você viu na TV que o homem é o mesmo, ontem e hoje nas tribos ou nas universidades? É porque a mente selvagem dormita junto à civilizada. Verso hoje um poema pequeno e diferente porque não faço versos, hoje faço silêncio e um blues para um centenário que vive.

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33 comentários:

Marcelo Mayer disse... @ 3 de novembro de 2009 às 21:40

estava trocando idéia com o desmanche de celebridades sobre ele. a gente não entende muita coisa dele, mas sabemos que ele era um cara legal.

Glaucovsky disse... @ 3 de novembro de 2009 às 21:42

Nossa... agora que entendi seu jeito de escrever... é demais. Vai e volta! Que legal! Demorei porque sou meio lesado.

Katrina disse... @ 3 de novembro de 2009 às 22:15

Acho que ele não tocaria uma valsa para nós

Dauri Batisti disse... @ 3 de novembro de 2009 às 22:53

Poemas, silêncio, blues........... meu Deus! Assim o estresse é desgrafado, com certeza. Já até desgrafei o meu, pelo menos por enquanto.

Um beijo.

Monday disse... @ 3 de novembro de 2009 às 23:06

Vi a reportagem hoje na tevê, dizendo que ele se foi. Incrível, mas a primeira coisa que me veio à cabeça foi o jeans e não o homem.

Talvez porque o jeans marcou minha adolescência, ele não.

Mas acho que nenhum jeans vai ser homenageado na tevê no dia de sua morte por ter sido um grande pensador, não é? Talvez, por ter sido um bom companheiro.

E desses eu tive muitos, todos azuis, até a última desbotada.

Os tempos de hoje são bons, mas aqueles sempre foram ótimos, muito bons mesmo.

Paula Barros disse... @ 3 de novembro de 2009 às 23:15

"Mas o meu pensamento selvagem transborda na hora do rush"

Enquanto pensamentos transbordam vou só me deliciando por aqui.

abraços com carinho e muita saudade.

lisa disse... @ 4 de novembro de 2009 às 00:41

Maravilhosa prosa poética. Ode a Strauss. A blogosfera é incrivel! :)

Anônimo disse... @ 4 de novembro de 2009 às 00:58

Um homem que lia a linha da mão da humanidade.
Nossos "Tristes Trópicos" hoje mais tristes.

Belo tom em blue, Mai.

Beijos.

Leo Mandoki, Jr. disse... @ 4 de novembro de 2009 às 06:35

foi um genio da cultura humana. Mas tbm houve o Darcy Ribeiro - que mto pouco se fala dele e este sim foi um homem fundamental para se perceber a origem do povo brasileiro (assim como o Sérgio Buarque de Holanda e o Gilberto Freyre). Mas o Strauss foi o Strauss. 100 é um nº redondo - um nº bom para morrer.

Erica de Paula disse... @ 4 de novembro de 2009 às 08:37

O texto é lindo e a música perfeita...

Bjos minha querida Mai.

Carinho sempre♥

Unknown disse... @ 4 de novembro de 2009 às 09:13

Belíssima homenagem!

O blues, o jeans que todos adimitimos quase como uma segunda pela, perde seu criador. Certamente outros virão, mas sua prosa poética ficará para lembrar o dia.

Parabéns, Mai!

Beijos

Mirse

Desmanche de Celebridades disse... @ 4 de novembro de 2009 às 09:22

Homenagiei o Levy Strauss num comentario do Desmanche pouco antes de vc postar esse escrito. Era um cara difícil de se entender mas era legal. Coloquei essa frase no meu msn inclusive, hahahaha. Como antropólogo, sofri várias noites tentando entender o que ele escrevia, mas posso dizer que esse esforço valeu a pena. Foi um dos maiores intelectuais que já existiu. É duro ver a inteligencia morrer, saudades mas não tristeza pq ele viveu muito e foi bastante feliz.
Abraços

Marcos Ciabattari disse... @ 4 de novembro de 2009 às 10:14

Junte à sua homenagem a minha. O homem pode ser o mesmo ontem e hoje. Mas hoje eu e você nos entendemos e nos respeitamos um pouco mais por que ele passou pela Terra.
Obrigado pelo texto. Foi um presente!

Sidnei Olivio disse... @ 4 de novembro de 2009 às 10:31

Grande texto-homenagem ao grande Levy Strauss. Blue kisses for you.

Macaires disse... @ 4 de novembro de 2009 às 10:49

Querida Mai, pensar o homem, suas tribos e ritos, americanos ou não tem sido o maior dos desafios e o fato da mente selvagem andar lado a lado à civilizado é o que gera o caos, pois não se encontra o equilíbrio.
Porém, ter o privilégio de poder ouvir um blues, afasta qualquer ruga de preocupação ou esresse!

Beijos, minha amiga!

Caio Fern disse... @ 4 de novembro de 2009 às 12:40

e que perfeito silencio ......
leve , levi , levis ...

nydia bonetti disse... @ 4 de novembro de 2009 às 13:04

"Meu único desejo é um pouco mais de respeito para o mundo, que começou sem o ser humano e vai terminar sem ele".

Ele disse esta frase aos 97 anos! Lucidez incomparável.

belo post, Mai. beijos.

Mário Lopes disse... @ 4 de novembro de 2009 às 14:21

Como disse o escritor Michel Tournier, uma das lições que aprendemos de Lévi-Strauss foi a de suprimir do nosso vocabulário a palavra "selvagem".
De facto, foi ele que nos levou a compreender as sociedades primitivas e a desvendar os seus mistérios rompendo com a visão "tribalista" das mesmas.
Numa entrevista, há dez anos, ao jornal "Público":
Jornalista: Aos 90 anos, como se vê a si próprio? Vê-se como um sábio?
Lévi-Strauss: Ah não! Ao longo da minha existência, fiz os possíveis para me divertir ou, se quiser, para não me aborrecer (risos). Foi por isso que trabalhei, porque se não o fizesse aborrecer-me-ia imenso. Escrevi apenas para passar o tempo. E não dou qualquer importância a isso.
Jornalista: Os que leram dão. Por que razão se apaga tanto?
Lévi-Strauss: Se calhar, isso é que é ser sábio! (risos). Os outros deram-me uma certa importância em certo momento, sobretudo os da mesma geração, nos anos 50, 60, 70. Hoje não se interessam pelo que faço ou fiz. E acho bem que assim seja.
Jornalista: O senhor é um dos últimos sobreviventes de toda uma geração de pensadores e escritores-Braudel, Lucien Febvre, Sartre, Merleau-Ponty, Raymond Aron, Duzémil, Breton, Max Ernst, Marcel Duchamp, Lacan, Alexandre Koyré, Foucault, Jakobson, a lista é interminável. Tem consciência da referência intelectual que representa?
Lévi-Strauss: Mas eu não sou uma referência. O que se passa é que vivi mais, sou mais velho. É tudo!

Um blues em sua honra. Junto ao totem onde ele estará representado. Um sol ficaria bem...


Escreves maravilhosamente.
Beijo doce, Mai.

Eduardo disse... @ 4 de novembro de 2009 às 15:31

Abraços.....Boa postagem

gabi disse... @ 4 de novembro de 2009 às 16:17

obrigada pelo comentário. nem sempre recebo tanta animação por lá... :)

gostei do teu template, mas não gosto de Lévi-Strauss ( nada contra, apenas nada a favor )

bj bj ;**

Mateus Araujo disse... @ 4 de novembro de 2009 às 16:33

Eu sabia que era algum alienígena... Centenária né..
Hamm u.u

sasaoksakosa

Xo calaboka...
Lévi-strauss é ótimo
Lév´s também..
Rush então
shauhsa
Indicam bastante Rush pra quem toca bateria.
É Super técnico.

Bjããoo amourrr♥

Márcio Ahimsa disse... @ 4 de novembro de 2009 às 16:45

...vivemos nessa invenção de ser, bruta, insana e nua... mas somos como a lua, efêmera e leve, longe e metafísica, somos essa condição indissociável de sermos fera, de sermos homem... hoje, não mais que antes, não mais que depois, não mais que agora, eu sou uma árvore frutífera me enveredando pelos caminhos do fim, pelos caminhos do início que um dia fugiram de mim...

Beijos, Mai, querida.

Acho que está um calor da era dos vulcões, e meu cérebro ferve as horas sem pressa, sem demora...

BAR DO BARDO disse... @ 4 de novembro de 2009 às 18:47

Deus permanece em quem amamos...

Paula Barros disse... @ 4 de novembro de 2009 às 18:52

Querida, o bem-te-vi e a cerejeira é de uma casa de pessoas acolhedoras, que a dona é belíssima igual a cerejeira, e tem a alma voadora do bem-te-vi.

Um sonho realizado e adorado!

beijos

Beti Timm disse... @ 4 de novembro de 2009 às 19:40

Mai,

o belo fica tatuado para podermos sempre reverenciar o que é eterno e divino.

Beijinhos

Marcia M. disse... @ 4 de novembro de 2009 às 19:53

ola mai vim matar as saudades daqui e de suas conversas ao pé da letra rs rs um abraço!

Ricardo Valente disse... @ 4 de novembro de 2009 às 20:25

fugiu da igualdade. para mais, assim como o contrário, deixa ensinamentos. é notável e merece muito respeito e admiração.
tava com saudade docê, bichinha...
beijo!

Tatiane Trajano disse... @ 4 de novembro de 2009 às 23:59

Lévi-Strauss, me lembra as aulas de antropologia na faculdade.
Ow sim, ele foi um cara bacana.

Cris Animal disse... @ 5 de novembro de 2009 às 09:41

Mai, Mai...

Inevitável, mas comparei o homem ao jeans. Entre épocas e modas vai se moldando e como vc mesma diz, a reportagem diz...é sempre tão igual e tão comum. Comum e único.
Um jeans que vai se desbotando, ficando surrado e fatalmente um dia irá se esgarçar a tal ponto que não será mais usado ou...esquecido novo no fundo de uma gaveta qualquer!

Viajo por aqui....rs


beijo e beijos

Osvaldo disse... @ 5 de novembro de 2009 às 09:50

Mai;

Se fazes um silêncio para o homem e um blues para comemorar, eu digo que este homem, intencional ou não, mudou todas as regras da moda.
Não foi um Yves St-Laurent, não foi Coco Chanel, mas vestiu todo um mundo de todas as classes sociais...

bjs, Mai,
Osvaldo

Marcelo Novaes disse... @ 5 de novembro de 2009 às 12:04

Mai,




Belo texto. Levi-Strauss fez amplo trabalho, e era um cara correto.



O homem é mais civilizado em micro-grupos. Em micro-civilizações. Junta-se muito, dá merda.
O pior evoca o pior, com extrema facilidade. O inverso NUNCA SE DÁ. Com uma exceção eventual:pós-catástrofes. Quando não há beneficiários. (Mas no mundo globalizado, alguém acha de tirar proveito até de catástrofes naturais; então, elas também precisam "se globalizar"...). Ou quando se juntam equipes-de-bombeiros-em-resgate. No mais: pior evoca pior. E em escala infinitesimal (e sempre micro-grupal),eventualmente, "melhor evoca melhor". Em enorme descompasso.



Essa, em síntese, a minha visão do humano.






Beijos,











Marcelo.

Olga disse... @ 5 de novembro de 2009 às 19:08

Seu bom gosto é de "outro mundo".Em todos os detalhes...!

Oliver Pickwick disse... @ 8 de novembro de 2009 às 18:08

Seja um blues, um jeans, uma valsa vienense, e especialmente um texto da Mai, se tem "strauss" é bom. Uma bela homenagem à estrelas que jamais perdem o brilho.
Um beijo!

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