Inspirar-Poesia, um segundo sopro

dribles no estresse cotidiano...

Por Sueli Maia (Mai) em 3/24/2009

Um jogo de cartas e o drible de um gênio. A paciência veste branco e preto e anda sem pressa a espera da hora de chegar. Discreta rebola suas ancas, macio e devagar. E passa a bola, cede o gol e em tempo, seu time é campeão. Equilíbrio e tolerância aos erros são tão importantes quanto nobre, é ser persistente e companheiro. Mas o estresse desgoverna as emoções, debilita as intenções e desordena as convenções. E a impaciência é humana, veste roxo e não requebra. Mas quebra qualquer um, só com o olhar. Conhece bem sua humanidade falha, e fala menos nessas horas. Mas descontrola a expressão e, irritada, ela era muito, muito engraçada e ria de si, após cada cena. E seu rubor febril era ímpeto e fátuo. Em dois minutos ela ria dos seus surtos pitbull, porque sabia que dela dependia as doses de humor, o riso e o ritmo dos dias a seguir. Deixava para trás as traves e as pedras. Pacífica mas no ataque, a impaciência encontrou um artifício razoável (embora esdrúxulo), para expurgar as doses diárias de absinto que era obrigada a engolir. Brigar com o nada, na inútil surdez das coisas, foi sua opção. Assim penavam sua fúria, a mussarela fatiada e grudada, o Google e o blogger, os chatos globais e a inutilidade televisiva, o lixo das praias, os desvarios de princesa, a cadela real da vizinha e os ‘escandalus brasiliensis’ dos parlamentares de 'Cesar-Inacius', também. E foi assim que lembrou algumas de suas pérolas e o bom humor voltou à ordem do dia. E perguntou o que queriam para o jantar e contando até UM, decidiu: – demorou muito. Vamos todos comer macarrão! E perguntaram-lhe sobre o consumo de álcool e ela respondeu: - Vinho é fruta fermentada. Brandy é vinho destilado. Retira-se a água e você aproveita. Cerveja é feita de grãos. Então beba se quiser e se puder mas não entorne, não chute o balde, não encha o saco! E perguntaram sobre o chocolate: - Cacau é fruta boa e das sementes secas, a pura felicidade, a obesidade ou a aceleração cardíaca. Depende da dose. Seja feliz mas não enfie o pé na jaca! A paciência voltou ao jogo e ela lembrou que corpos saudáveis e mentes sãs, são perfeitos. E a vida não precisa ser uma viagem monótona, triste e chata. E que não se chega ao túmulo, são e salvo. Mas estava bem humorada e pensou no que diria a impaciência, e arriscou: - Melhor viver a vida com alegria e chegar velho, exausto, mas feliz, com o corpo gasto e usado no viver. No dia 'D' voar pelo ar com balões coloridos, gritando: Valeu! Uhu! Que viagem...E ninguém chora! E vai embora sem sentir... E concluiu: - Viver vale à pena. Viver de tudo e com paciência, alegria, tolerância e equilíbrio. E caminhar é bom mas que não se anule e apenas viva caminhando, porque carteiros caminham todo tempo, muitos dias e não são imortais. A paciência é sábia mas a impaciência é engraçada e é humana.
...
Imagem Google
Drible de Garrincha
...

24 comentários:

FERNANDINHA & POEMAS disse... @ 23 de março de 2009 às 18:49

QUERIDA MAI, BELÍSSIMO TEXTO... ADOREI AMIGA...ABRAÇOS DE CARINHO,
FERNANDINHA

Osvaldo disse... @ 23 de março de 2009 às 18:58

Oi, Mai;
Acabei de deixar uma mensagem no post que me tinhas falado. É uma mensagem sincera de como eu vi e vivi esse belo poema/paixão.

Quanto a este post de hoje, é verdade que a paciência apenas está ao alcance de uns poucos embora seja engraçado lidar com os impacientes da vida.
Gostei de nos lembrares Mané Garrincha a alegria do povo embora por vezes tenha me deixado sem graça quando o Botafogo ganhava ao meu Vasco o que, a bem da verdade, era raro...
bjs
Osvaldo

poetaeusou . . . disse... @ 23 de março de 2009 às 19:14

*
mai
eu prefiro a impaciência,
além de humana, dá para sofrer,
,
conchinhas,
,
*

Dauri Batisti disse... @ 23 de março de 2009 às 19:39

Mai,
voltei e tentei ler novamente os dois capítulos do livro depois de ler sua resposta ao meu comentário.
Mas, confirmei minha impressão. A história que o autor romanceou deve ser muito interessante, forte. Mas não gostei da escrita do autor. O modo que ele escreve, não o conteúdo. Me pareceu muito linear, muito distante da complexidade da vida e da obra do poeta retratado na obra. Não sou crítico de nada. Só expresso minha reação ao texto, à escrita. Não nego a pesquisa e o envolvimento do autor.

beijo.

Erica de Paula disse... @ 23 de março de 2009 às 20:22

Tem selinho lá pra vc viu?

Bjoooooooooo, boa semana!


;*

Fragmentos Betty Martins disse... @ 23 de março de 2009 às 20:45

._______querida Mai



a [in]paciência_____é uma característica do homem______mas ainda existe por ai


.alguma paciência____da boa!:=)




adorei o texto



____________///




beijO___ternO

Gilbamar disse... @ 23 de março de 2009 às 22:39

A paciência é virtude que se cultiva gradativamente. Feliz de quem a conserva com o mesmo cuidado e zelo de quem tem um belo tesouro.

Fraterno abraço do amigo Gilbamar.

Andre Martin disse... @ 24 de março de 2009 às 04:41

"Um dia, quem sabe, a -ciência sabiamente pare de jogar pa- ou impa- !" (Mesdre)

Achei ótimo seu ensaio paralelo agarrando-se a partir do jeito de jogar do genial e inocente Garrincha nas partidas em que não jogava, mas apenas ensaiava jogar para a alegria de simplesmente brincar com a bola. Bem bolado!

famainfame.blogspot.com
mesdre.blogspot.com

Elcio Tuiribepi disse... @ 24 de março de 2009 às 07:45

Lendo este finalzinho...
"A paciência é sábia mas a impaciência é engraçada e é humana".
Lembrei desse final aqui também...


BUSCO NO MUNDO A INSENSATEZ PRA MINHA CALMA
UMA INCESSANTE E ENLOUQUECIDA IRREVERÊNCIA
UMA TEMPESTADE QUE SE INSTALE EM MINHA ALMA
NUMA INDESCRITÍVEL E IRREVERSÍVEL IMPACIÊNCIA.
Trecho de um poema meu...Mai, li seu coments no Tossan...pare de cortar cebolas ok...rsrs...adorei o texto...muito bom...
Boa terça...um abraço na alma...

Anônimo disse... @ 24 de março de 2009 às 08:39

"A paciência é sábia mas a impaciência é engraçada e é humana".
...

Nossa Mai, adorei **'
Ahh, já está linkada também =)
Adoro seu blog, beijos!!

Josely Bittencourt disse... @ 24 de março de 2009 às 08:54

Ei Mai,

é só mais um drible e volto!



mas passo sempre, caladinha mas passo rs

beijo grande, linda!

Maria disse... @ 24 de março de 2009 às 08:58

Caminhar só é bom quando temos a sorte de encontrar pessoas lindas como você. Obrigada pela força.
Beijo

Plenitude do Ser disse... @ 24 de março de 2009 às 10:03

Oi!
Bj

Vanessa Anacleto disse... @ 24 de março de 2009 às 10:41

Super bem acabado esse texto!!!


abraço

Letícia disse... @ 24 de março de 2009 às 11:16

Mai, depois desse, acredito que eu seja um "jogador de futebol".

Bjo.

Lipe M.T disse... @ 24 de março de 2009 às 11:26

Assim penso que...

Mesmo a vida sendo um jogo engraçado...

Não se fazem mas jogadores como antigamente...

Tem-se a ideia de que, antes, nos tempos dos meus 'vééééio vovis' as 'coisas' eram melhores...

Será mesmo ?!

Anônimo disse... @ 24 de março de 2009 às 12:43

As palavras ganham formatos sempre inusitados nas mãos de quem as trata bem, assim como tu.

Adorei o final.

Beijos

Eu disse... @ 24 de março de 2009 às 13:33

Oi Mai...
sou muito impaciente...minha natureza é assim impulsiva!

Mas ao longo do tempo a maturidade tem feito com que eu ria muito do que já vivi e passei por conta disso!

Agradeço a sua presença em palavras no meu blog.

Obrigada por seu carinho!

Um dia repleto de dádivas para você!

Um beijo carinhoso

Quintal de Om disse... @ 24 de março de 2009 às 13:38

Mai, adoro este tema... paci~encia.

Ahhh, ando percebendo que há mts posts essa semana sobre o assunto.

"A paciência é um hábito. A impaciência também"

Adoro esta frase, de um livro lindo que li e que recomendo por aqui tbm:

"O PODER DA PACIÊNCIA" Autor: M.J. Ryan.

através de situações cotidianas, podemos encontrar a paci~encia e trabalha-la junto as lições que podemos retirar dela.

Vale a pena.

E ah, paciência e tolerância, são coisas diferentes.

Beijos, querida!

Cadinho RoCo disse... @ 24 de março de 2009 às 15:03

É pela paciência que educamos a impaciência.
Cadinho RoCo

Márcio Ahimsa disse... @ 24 de março de 2009 às 16:44

Gostei, gosto de estar aqui, me sinto livre, me sinto leve, me sinto insitado. Pois, viver é ler a realidade através do olhar e do sentir do outro, e através das escolhas que fazemos a partir do nosso sentir.

Mai, também adoro muito que estás aqui escrevendo como sempre e expondo a mesma Mai que sempre conheci, desde a primeira vez. Mas isso não é ser imutável, é ser quem somos a cada dia diferente de sermos nós.

Beijos, querida, sempre.

Vivian disse... @ 24 de março de 2009 às 20:22

...o impaciente come crú e quente.
e isso obviamente não deixa
boas lembranças.

posso dizer que você
é uma linda?

adoro

bj

Anônimo disse... @ 24 de março de 2009 às 21:32

Mai,
Nossa humanidade permite que muitos in's façam parte do nosso cotidiano. Melhor seria se fossem apenas questão de prefixo!

Um abraço e boas inspirações!

mariza lourenço disse... @ 25 de março de 2009 às 00:48

Mai,

li, reli, treli e, confesso, eu sou falha, mas ando tão sem graça que nem meu velho companheiro de guerra, o espelho, me aguenta mais.
acho que preciso usar roxo de vez em quando. no entanto, uma coisa é certa, quero subir agarrada num tanto de balão colorido. e sim, subir absolutamente convicta de que valeu a pena.

beijo e obrigada por essa preciosidade.

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