Inspirar-Poesia, um segundo sopro

Flora

Por Sueli Maia (Mai) em 12/01/2011
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Jasmins africanos
voltaram a florir
Aqui
amarelam retinas
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panapaná

Por Sueli Maia (Mai) em 12/01/2011
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inadvertidas
borboletas pousam
posam, pausam:
asas e instante
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antônimos

Por Sueli Maia (Mai) em 11/26/2011
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Perto ou longe
Próximo ou distante
presente ou ausente
Antônio e Maria
se complementam



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birutas

Por Sueli Maia (Mai) em 8/10/2011
quando o cenho do céu cismou ventania
bambus assuntaram direção
jandaias arquearam vozerio
sanhaços arribaram azuis
mas as flores do ipê pintaram
vento e silêncio
no chão

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matutos

Por Sueli Maia (Mai) em 6/07/2011
In friou
e quando In fria
eu matuto, tu matuta
e nós
aguardente, mel
juntim
p
i
n
g
a
n
d
o

virtuais

Por Sueli Maia (Mai) em 5/04/2011
Há alguns meses tenho estado afastada do mundo nético.
Os poucos contatos virtuais que mantive o fiz por email, ou em pequenos círculos de relacionamento. A despeito da minha ausência recebí, comovida, diversas mensagens de amigos (às quais procurei responder).
Aos poucos venho recuperando a motivação para escrever, e tenho refletido sobre o silêncio, a palavra, reclusão, redes sociais, contatos presenciais, o inesperado, a condição humana, a solidariedade, amizades, afetos e afins...

Paralelamente, o mundo inteiro parece estar em ebulição. O inesperado nos sacode e desconstrói vidas, lugares, histórias, geografias, economias...
Agora, assistimos à notícia (e o espetáculo em torno) da virtual/real morte de Bin Laden. É notório que há pontos obscuros a serem esclarecidos; mas a imprensa noticiou que: o suposto esconderijo de Osama teria sido descoberto pelo fato (suspeito) de naquela mansão não haver telefone, internet e demais parafernálias tecnológicas.
[Ironicamente Bin Laden estava desconectado da vida e do mundo moderno].
Apesar das questões políticas e econômicas ligadas a este tema - pasmem: ao final de 10 anos de caçada, Bin Laden foi encontrado e morto porque não tinha internet, facebook, celular, telefone fixo, cartão de crédito...

Então me ocorreu um paradoxo:

Por não ter internet ou telefone, Bin Laden teria sido, suposta ou virtualmente, morto. Por outro lado há quem defenda que, face às relações digitais, teria havido um reducionismo e superficialismo das relações humanas,  e a consequente morte dos abraços, afetos, memória (pois, que os arquivos online estão sujeitos a serem deletados subitamente, e as pessoas somem quando há pane nas telecomunicações ou num bug qualquer dos sistemas... E ainda precisamos ter backup de tudo em várias mídias...)

Reflexões (e ironias) à parte, o fato é que cá estamos todos nós, percebendo-nos linkados e ligados por laços etéreos, virtuais, néticos; mas, certamente ligados por afetos, pela escrita, por um bem querer qualquer, uma alegria qualquer e um querer estar com...
 
Então, após tudo que aconteceu em Nova Friburgo, em nossas vidas e pelo mundo, estou de volta.
Este talvez seja um segundo sopro, uma sobrevida do "inspirar-poesia", mas é bom estar aqui, e novamente agradeço a todos que vieram, me escreveram, e deixaram mensagens de bom ânimo.
Obrigada!
Brevemente retomarei a escrita, visitas e leituras nos blogs amigos.
 
um grande abraço

cenários

Por Sueli Maia (Mai) em 1/27/2011
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Por hora há pés sobre seixos e brita
Há cortes, há mato, há lama e sobressalto...
Nuvens terracota no ar
Entre cochilos e cochichos - coaxares
Exceto por algumas galochas - flutuam futuros

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conta gotas

Por Sueli Maia (Mai) em 1/18/2011
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Ouço

as vezes canto
noutras planto
e quando pranto


aguo jardins
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notícias

Por Sueli Maia (Mai) em 1/14/2011
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Na medida do possível estamos bem. Um temporal arrasou Nova Friburgo. Houve ruptura no fornecimento dos serviços básicos, desde terça-feira estivemos incomunicáveis. Pontes e morros ruiram, há centenas de vítimas fatais e são milhares os desabrigados. Sequer sabemos a real situação de amigos que moravam em áreas de risco. Deixei minha casa e neste momento estou em companhia de meus filhos em uma cidade próxima. Voltarei para Friburgo no próximo domingo. Há muito que fazer por lá.

Obrigada aos amigos que me escreveram.
um grande abraço a todos



 

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