Inspirar-Poesia, um segundo sopro

rebeldes modernos

Por Sueli Maia (Mai) em 11/09/2009
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Noviços rebeldes em tempos modernos, também. Hoje verso a primavera brasileira e os festivais dos anos rebeldes. Poetas bravios versando com flores os ditos e as cores da bandeira nacional. Rebeldes e as dores do mundo. Ora direi e também cantarei os cravos de abril dum ano qualquer. E prá não dizer que não falei das flores, versarei à Flora e Yasmin. Lembrei Gandhi e o sal dessa terra. E por vezes estar liberto é deixar-se quedar sem quebrar seus ideais e ossos, também. E houve um dos heróis nacionais que escreveu que derrotas tinham gosto de vitória por não se vender ou estar ao lado de alguém em quem não se confia. Prosseguir porque navegar e viver é preciso também. Mente dura e um tenro coração, Luther King falou. Há rebeldes que ditaram um tempo e deitaram numa cama a vadear e amar. Lennon vive e Mandela também e há atos sem balas ou gestos violentos que calam platéias. E no cenário nacional há o frágil que é forte àquilo que precisa ser preservado. Quadros da atualidade, natureza morta e calmas Marinas a se contemplar. Ouví Hendrix no youtube e ainda me arrepio com seu solo. Nada fazer também é uma forma de lutar. E ao pescador o seu peixe, inteiro e sem dilacerar. Há rios rebeldes, também. Lumiar e o encontro das águas. Porque há rios com corredeiras e mistérios, com trutas ariscas e rebeldes a pescar e depois saborear. Vi alguém que lembrou Kerouac na estrada. Todo mundo foi ou é rebelde e um dia quis dominar alguém. Mas liberdade sem luta pode ser simplesmente ouvir o que se quer, quando e com quem se quer bem. Beatles, soul, jazz ou new age mas também o Tim Maia ou o maestro Jobim. Meu cabelo tem raiz africana, eu sou índia brasileira e rebelde, também.

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Música: Primavera - Santana
Imagem Google
Fotografia encontro das águas - Lumiar - Friburgo

11 comentários:

Unknown disse... @ 9 de novembro de 2009 às 18:50

Mai! tem Drummond la no blog é pra vc tbm seu blog é muuuito bom!!!

ai se sobrar um tempinho vejá q tem Hendrix no blog 20 Anos Blue

bjo_na __alma!

Lara Amaral disse... @ 9 de novembro de 2009 às 19:09

Algumas pessoas devem ser versadas para sempre e eternizadas. Gandhi, sem dúvida, é uma delas.

Sua prosa esteve linda e versou também minha noite, só de lê-la.

Beijinho, amiga!

Luna disse... @ 9 de novembro de 2009 às 19:25

Eu penso que a guerra não se acaba com guerra,mas a verdade é que cada vez as palavras e o coração esta a bater mais fraco
beijinhos

Marcelo Mayer disse... @ 9 de novembro de 2009 às 20:08

esse é o único cara que me recordo que fez revolução sem disparar uma bala. jesus não cito pq ele era ilusionista. rs

Caio Fern disse... @ 9 de novembro de 2009 às 20:21

gostei de muitos nomes citados ...
obrigado por isso .por lembra-los ...
tchau rebelde ( ohhh... agora eu lembrei da novela mexicana "rebelde" RBD" , HAHAHHH.... CLARO ... a tv tinha que tentar estragar significados e valores como sempre faz com tudo ... mas nunca consegue no final ) .
mas eu nao . eu nao sou um rebelde . sou um prefeito cordeirinho ...


nao se esqueça que o maior rebelde contra leis dos homens , foi crucificado , e foi o unico que realmente mudou o mundo definitivamente .
tao rebelde as leis dos homens , tao obediente a Deus .
ser rebelde e uma questao de angulo .
eu . eu sou um corderinho bem pequeneninho , com um pomponzinho .

:.tossan® disse... @ 9 de novembro de 2009 às 21:05

Essa era a minha turma...Onde estão? Pra onde foram? Agora só restam os cansados. Belo texto Beijo

Francisco disse... @ 9 de novembro de 2009 às 21:27

Fiquei pensando...! Será que daqui há alguns anos, as novas gerações terão "novos rebeldes" para lembrar? Ou esses que você citou serão eternizados!
Beijo grande!

Macaires disse... @ 9 de novembro de 2009 às 22:04

Muitas vezes, rebeldia soa como teimosia, mas acho que aspecto do idealismo soa bem melhor. O rebelde está sempre lutando pelo que acredita e não se entrega facilmente.
É duro ver alguém abandonar uma causa, pela qual tenha lutado fervorosamente, é como uma traição, por isso um rebelde será sempre rebelde!

Gostei tanto desse texto!
Talvez eu tenha um quê de rebeldia!
Beijos, querida!

Anônimo disse... @ 9 de novembro de 2009 às 22:49

Mai,

Que bom ler-te sobre este tema.
A rebeldia [com causa] e a rebeldia mesmo sem causas ganhas foi e sempre será o motor impulsionador da humanidade, das mudanças importantes.
Rebeldia é desde o jeans rasgado para deixar à mostra uma identidade de que todos necessitamos desde a adolescência, quando procuramos o nosso próprio rosto no mundo, até o grito profundo estampado em atitudes que ultrapassam a circunferência do próprio umbigo.

Hoje confesso que me frustra sentir-me um tanto órfã porque numa geração em que os rebeldes já se foram.
Queria sentir que o DNA se prolifera, mas alguma mutação parece ter ocorrido com a sociedade atual.

No entanto, aqui e de mãos dadas, desperfilo-me entre as ovelhas negras, e panteras também!
E que as rosas vencendo canhões encontrem-se no mesmo jardim onde deixo um cravo de abril para o teu cabelo.

Abraços.

Katyuscia.

Anônimo disse... @ 9 de novembro de 2009 às 22:55

Mai, vou pedir-te licença para deixar aqui este texto:

Perguntas

«Onde estavas tu quando fiz vinte anos
E tinha uma boca de anjo pálido?
Em que sítio estavas quando o Che foi estampado
Nas camisolas das teen-agers de todos os estados da América?
Em que covil ou gruta esconderam as suas armas
Para com elas fazer posters cinzeiros e emblemas?
Onde te encontravas quando lançaram mão a isto?
E atrás de quê te ocultavas quando
Mataram Luther King para justificar sei lá que agressões
Ao mesmo tempo que víamos Música no Coração
Mastigando chiclets numa matinée do cinema Condes?
Por onde andavas que não viste os corações brancos
Retalhados na Coreia e no Vietname
Nem ouviste nenhuma das canções de Bob Dylan
Virando também as costas quando arrasaram Wiriammu
E enterraram vivas
Mulheres e crianças em nome
De uma pátria una e indivisível?
Que caminho escolheram os teus passos no momento em que
Foram enforcados os guerrilheiros negros da África do Sul
Ou Allende terminou o seu último discurso?
Ainda estavas presente quando Victor Jara
Pronunciou as últimas palavras?
E nem uma vez por acaso assististe
Às chacinas do Esquadrão da Morte?
Fugiste de Dachau e Estalinegrado?
Não puseste os pés em Auschwitz?
Que diabo andaste a fazer o tempo todo
Que ninguém te encontrou em lugar algum.»

Joaquim Pessoa

Beijos.

Márcio Ahimsa disse... @ 9 de novembro de 2009 às 23:40

eu estive as pernas doendo, era uma noite longa e estrelada, do lado de fora os sacis e os lobisomens atormentavam minha memória, foi quando o reumatismo não me doeu mais, pois tinha a arruda fazendo companhia pelas mãos pretas de dona Quelé, e ia embora qualquer espinhela caída, mas a revolução não veio, nem a alforria dos esquecidos. Depois toquei tambor, pesquei meu peixe com a lança fina do meu medo, e, hoje cedo, tinha uma areia fina querendo fazer poeira daquelas horas meninas, quando meus pés eram amarelinhas, quando a canção me perguntava: "se essa rua, se essa rua fosse minha, eu mandava, eu mandava ladrilhar, com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes..." só para ver aonde esse caminho ia dar... Mas deu que eu cresci, aquela sede voraz me calou, hoje resta essa palavra quase muda, que ainda fala por esses dedos ainda ávidos, que revela um coração, ainda verde, que anuncia homem ainda menino... Mas virá os seus gravetos colhidos daquelas árvores todas de sonhos, e naquela moldura estará a fotografia inconfundível do seu tempo de peleja...

Beijos, meu bem, hoje, não sei, mas eu estou nostálgico de algo que não deixei para trás, está aqui o tempo todo dentro de mim.

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