Inspirar-Poesia, um segundo sopro

laranjas - um vendedor e um ponteio

Por Sueli Maia (Mai) em 10/31/2009
Olha o trenzinho do caipira, uma famosa brasília e no meio da praça, um vendedor de laranjas, meus olhos atentos, a escolha e o ponteio. Era um era dois era cem e olha o laranja sem graça e o que vale é que, sem trapaça, na praça ainda tem aquele vendedor de Laranjinha doce - quem vai querer comprar laranja? - Ele grita: - olha o fruto da terra que eu garanto é seleta e escolha sem pressa que eu descasco prá você. Não é de mentira é dulcíssima, repare na cor e sinta o cheiro do que é bom. Cuidado com o sumo da casca nos olhos que arde feito pimenta que nos olhos dos outros é refresco. Mas prove esta laranja natural, um autêntico refresco e deixe o sabor se espalhar. Quer saborear? É tão suculenta que escorre na boca um sumo de muito valor que dá gosto provar e comprar, não tem preço esse mimo do céu que, honestamente é boa porque eu escolhi como se fosse para mim. Olha a laranjinha doce, senhoras e senhores é uma laranja de verdade. Olha um, olha dois, olha cem pregoeiros de valor. E em princípio era um trenzinho caipira e quem vai querer comprar laranjas? E quem tem mais valor? Eu ponteio.
.
Música:
Hamilton de Holanda - Trenzinho Caipira, Ponteio, outros
Almir Sater: Luzeiro

35 comentários:

Desmanche de Celebridades disse... @ 31 de outubro de 2009 às 13:38

Fiquei com vontade de chupar uma laranja, hahahaha.
Muito legal mais uma vez.

Abraços.

Marcelo Mayer disse... @ 31 de outubro de 2009 às 13:45

quem me dera eu tivesse uma viola pra cantar! ponteio!!!!!

Mário Lopes disse... @ 31 de outubro de 2009 às 14:35

Os frutos são os sinais que a natureza nos deixa para não ignorarmos quem nos chama, para nos fazer estremecer quando alguém nos pede amor-como diz o poeta. São o pedacinho de sol que os ramos prendem e a doçura da terra nas veias. Por isso, quando tocamos com os dedos os troncos das árvores, as aves nascem dos nossos olhos e voam logo ao encontro da luz. Da luz da vida, onde o nosso amor será maior no pomar das laranjeiras, como alguém já cantou.


São frutos que nascem nas tuas mãos, as palavras que nos dás a beber, linda árvore da vida! E são música, também, querida Mai!

Luna disse... @ 31 de outubro de 2009 às 15:21

Como diz o Mário Lopes, fruta é vida,
então com um apregoar desse estilo quem vai negar, eu não ia
beijinhos

Vivian disse... @ 31 de outubro de 2009 às 15:36

...gosto de olhar a laranja
em seus bagos amarelinhos
feito pedrinhas de topázio.

e assim tbm me lembro das romãs
pedrinhas de rubí.

e é claro,
gosto muito de você,
artífice das palavras vivas.

beijos procê!

Caio Fern disse... @ 31 de outubro de 2009 às 15:40

sinseramente nao queria ser uma laranja !!
mas a svezes me sinto como se fosse uma bem la no fundo do monte a venda !!

Anônimo disse... @ 31 de outubro de 2009 às 16:13

Fato. O laranja é fruto da trapaça e o trabalho honesto q tem valor é desvalorizado. Mas valor tem esse texto que tira a casca do laranja e da desonestidade e enriquece quem tem valor.E quem escolhe um ou outro?Boa música.bjo

Jacinta Dantas disse... @ 31 de outubro de 2009 às 16:15

Nossa!
lendo-te, vejo-me criança, no centro de Vitória, com os olhos ávidos por uma laranja amarelinha no carrinho do moço que tinha uma máquina que tirava a caca bem fininha. De vez em quando o dinheiro dava para satisfazer os olhos e o paladar. Que bom!
beijos

Tatiane Trajano disse... @ 31 de outubro de 2009 às 21:54

Quero chupar laranja
doce, amarelinha, suculenta.
Cansei de ser laranja e me sentir no bagaço.

Moço, me dá uma laranja, me dá que eu mesmo descasco.


;)

Quero mesmo! ^^

Anônimo disse... @ 31 de outubro de 2009 às 23:41

Querida Mai,

Fiquei aqui a sentir o sabor não propriamente do sumo, mas do sotaque. - Que gosto bom!
E o cheiro de lembranças das delícias auditivas que escorregavam da voz dos feirantes da minha infância.
Era um sotaque outro, mas a criatividade, sempre brasileira.
Não imaginas como me soube bem este "descascar" linguagens que preenchem o nosso idioma de pluriculturas, de musicalidade estampada nas cores tropicais do nosso povo.

Um beijo.

Katyuscia.

Abraão Vitoriano disse... @ 31 de outubro de 2009 às 23:55

"E quem tem mais valor?"

e a laranja mesmo de origem ácida é doce, e o seu valor é arrancar risos de alegria de toda família na mesa do café com uma criança de 3 anos, na fase de degustação... o ser que vende a laranja é puro, e não mente, e é rico, pois vende e honestamente...

beijos enormes,
você é luz e amor e é bonita...

do seu homem-menino-quase-leve,
carinho!

Osvaldo disse... @ 1 de novembro de 2009 às 07:00

Mai;

Caramba, hoje nâo vou comentar porque este tema teve o dom de me reabrir saudades lindas de minha adolescência no Rio de Janeiro. Quando iniciei meus estudos na Faculdade Estácio de Sá no Rio Comprido e a grana não era muita, ia nos fins de semana para a feira de Copacabana (no sábado) e pra feira da Glória (no domingo), vender todo o tipo de fruta... laranja, mamão, kaki, banana, melão etc... Foi uma experiência incrivel de positiva e onde, além de ganhar relativamente bem, ter feito grandes amizades, ter conhecido pessoas maravilhosas e ter identificado a grande virtude do povo brasileiro que é a solidariedade...

bjs, Mai, e obrigado por me reavivar maravilhosos prazeres do Brasil.
Osvaldo

Tatiane Trajano disse... @ 1 de novembro de 2009 às 10:04

Mai, tem selo-meme pra você lá no meu cantinho!

Márcio Ahimsa disse... @ 1 de novembro de 2009 às 11:19

eu também ponteio, alinhavo no tanger do dias quantas palavras soltas, quanta boca escancarada, quanto sumo derramado de laranjas espremidas com as mãos... enleio hoje cedo minha madrugada de versos, hoje cedo minha nota de rodapé, coube um dia uma vestimenta de palavras, coube um dia uma paráfrase de verbo, como quem fome abastece o estômago de comida, como quem sede derrama água goela abaixo, como quem cedo pertence ao raiar do sol...

Beijos querida.

Fique bem... bom domingo, bom feriado.

Márcio Vandré disse... @ 1 de novembro de 2009 às 11:45

Laranjas doces e acerbas.
Cabeças pensantes, às vezes não.
Um perdido na multidão.
Vendedor de sonhos.
às vezes doces, às vezes acerbos.
Sonhos são laranjas?

Um beijo, Mai!

Talita Prates disse... @ 1 de novembro de 2009 às 14:25

Que DELÍCIA de texto, Mai!
Genial, uma gostosura! :)
Lindo ponteio poético!

Bjo grande. :)

Lara Amaral disse... @ 1 de novembro de 2009 às 14:26

Há vendedores incríveis que sabem vender muito bem o seu "peixe", com entusiasmo e criatividade.

Vc vendeu muito bem suas laranjas, ou melhor, poemas. Eu compro todos!

Beijos!

Mariana Andrade. disse... @ 1 de novembro de 2009 às 16:41

ponteio apenas que teu blog é maravilhoso, e, como já disseram, compro todos os teus poemas-textos-dialogos e todas as coisas que escreves com as mãos no coração.

;*

bete disse... @ 1 de novembro de 2009 às 19:06

como vc estva com saudade dessa vez direto foi lendo e ouvindo uma música de fundo...aí vai

http://www.youtube.com/watch?v=uPJ8kyahRb8

lula eurico disse... @ 1 de novembro de 2009 às 20:40

oiiiieee! na wireless do hospital, te mando um beijo de gratidão. apesar das dores...rsrsrs

Unknown disse... @ 1 de novembro de 2009 às 21:02

Todo fruto da terra, é ponteio certo. Como certa é a beleza, Mai, que você encontra em tudo!

Muito lindo!

Beijos

Mirse

Flá. disse... @ 1 de novembro de 2009 às 21:33

Ei Mai!

Por onde ando? Dei uma sumida dos meus blogs amigos e do meu próprio blog. O ser humano é cheio de fases, né? Eu estou em uma não muito produtiva (mas coração feliz). Fiquei feliz em revê-la. Suas palavras sempre me trazem alegria.

Um abraço!

Luciana Marinho disse... @ 2 de novembro de 2009 às 00:50

ah... mimo do céu tem o cheiro de minha vó e do cuidado de sua mão segurando os bagos para me dar. cheirinho de tempo que arde nos olhos... obrigada! abraço!

À PÉ ATÉ ENCONTRAR disse... @ 2 de novembro de 2009 às 00:58

Oláa Mai!
QUE POSTAGEM DELICIOSA!!
Deu vontade de sentar num batente, descascar e me deliciar com uma laranja, da forma mais rústica possível...Ê coisa booa!
Abraço pra vc, sumii mas apareci novamente!

Anônimo disse... @ 2 de novembro de 2009 às 10:02

Laranja é fruta que seca apodrece e cai. Não gera frutos. Inútil.
Mamão e maça perfeita combinação. A generosidade da maçã abraça o mamão e no instante é fecundada. Dentro da maçã há um jardim à espera de uma semente.
Boa postagem!

Zélia disse... @ 2 de novembro de 2009 às 12:00

Que delícia de texto, Mai! Me deu água na boca. Hummmmmm! Só que no meu caso a laranja tem que ser suculenta, sim, mas não doce. Azeda. É assim que eu gosto. Verdade! kkkkkkkkkk

Bjos! ;)

Wania disse... @ 2 de novembro de 2009 às 12:04

Mai,

As laranjas estão aí para serem degustadas por nós. Uma lindas e suculentas, outras podres ou azedas demais. Cabe a cada um saber bem escolher, pois em bagaço todas ficarão!
Feliz daquele que escolhe a mais doce e se lambuza até o fim... o vendedor de laranjas continua na praça fazendo a sua parte!!!!!

Mai, tu sempre ponteando as palavras com maestria! Tua laranja é mais doce que o mel!

Bjão, Amiga!

Sandra Costa disse... @ 2 de novembro de 2009 às 12:48

[i]eeeeita...
bela reflexão sobre a falsidade, sobre o jogo de mentiras.. e sobre o que se esconde por detrás de tudo. engraçado.. realmente, uma fruta, algo que pode parecer tão puro, pode estar podre por dentro. me lembra os contos de fadas.. quem foi mesmo que comeu a tal maçã envenenada?
acho que todos comemos uma diariamente.
lindo o teu post.. faz viajar.. mas um tanto triste também. aliás, teus últimos textos tem sido um pouco assim.. paisagens lindas, e um humor triste. pode isso? humor sarcástico.

a minha nova (nova?) frase no msn é assim: why so serious? let's put a smile on that face!

lá vem o joker, do batman, me inspirar de novo. so, let's put a smile on YOUR face!
[/i]

Sandra Costa disse... @ 2 de novembro de 2009 às 12:48

p.s.: saudades de you, viu?!

Dani Pedroza disse... @ 2 de novembro de 2009 às 15:06

Outro dia estava comentando o quanto gosto de laranja lima e um amigo disse que eu era o único adulto que ele conhecia que gostava de laranja lima. De acordo com ele, laranja lima é coisa de bebê. Vê se pode. Agora até nossos gostos mais doces o povo quer enquadrar em parâmetros temporais. Desconfio de que muita gente pensa que crescer é passar da laranja lima pra azeda. Louco isso, né? Quer saber de uma coisa? Eles que "cresçam" enquanto eu me lambuzo de laranja lima... rs.

É nessa horas que penso. Pimenta nos olhos dos outros é mesmo refresco. Mas algumas pessoas me fazem pensar que refresco em sua boca é pimenta. Mania de tornar tudo mais pesado, mais amargo, mais ardido.

Agora me lembrei de que também gosto de laranja azeda com sal. Porque o doce às vezes cansa e a gente precisa variar o paladar. Tudo demais perde um pouco do encanto. Por isso mesmo, a vida, e seus inúmeros sabores, é tão incrível.

Ando com saudade dos seus comentários. Vc faz muita falta no Impressões. Bjs !!!

Andre Martin disse... @ 2 de novembro de 2009 às 15:53

Com o sol (laranja) na (ponta da) cabeça, pego o trem azul...
e sigo pra Brasília onde tem muitos laranjas praqueles trens que os políticos de lá fazem com dinheiro da gente pra virarem deles...
e sigo morando da villa cercada de lobos....
e sigo nesse Trem das Cores, ouvino Caetano e olhano...
A franja da encosta
Cor de laranja
Capim rosa chá
O mel desses olhos luz
Mel de cor ímpar
O ouro ainda não bem verde da serra
A prata do trem
A lua e a estrela
Anel de turquesa
Os átomos todos dançam
Madruga
Reluz neblina
Crianças cor de romã
Entram no vagão
O oliva da nuvem chumbo
Ficando
Pra trás da manhã
E a seda azul do papel
Que envolve a maçã
As casas tão verde e rosa
Que vão passando ao nos ver passar
Os dois lados da janela
E aquela num tom de azul
Quase inexistente, azul que não há
Azul que é pura memória de algum lugar
Teu cabelo preto
Explícito objeto
Castanhos lábios
Ou pra ser exato
Lábios cor de açaí
E aqui, trem das cores
Sábios projetos:
Tocar na central
E o céu de um azul
Celeste celestial

Anônimo disse... @ 2 de novembro de 2009 às 20:48

Muito bom esse seu post...
bjuuu

Everson Russo disse... @ 3 de novembro de 2009 às 10:01

Cenas da vida, das cidadezinhas do interior, daquele aconchego que nao temos mais...beijos querida e uma otima semana pra ti.

Márcio Vandré disse... @ 3 de novembro de 2009 às 10:45

Tem selo para ti, Mai!
:D
Um beijo!

Mateus Araujo disse... @ 3 de novembro de 2009 às 11:42

Vc me chacoalha os sentidos...
Entre ser um trenzinho, um comboio caipira, e ser um trenzinho assim como descreve em sua música, villa lobos. Daí cheguei a pensar em laranjas, frutas, crianças brincando próximas, um feira.. e ah, muitas coisas...
Suas descrições fazem assim..
Chacoalham nossos sentidos.
Bjão amouur♥

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