Inspirar-Poesia, um segundo sopro

grá_vida, canção temporã...

Por Sueli Maia (Mai) em 4/24/2009
Um vento cantando nas frestas da casa. Estou grá_vida de paz, que em silêncio me dou. Pre_vi contr'ação à ex_posição, meu poema é parto sem dor. Meu corpo dilata em letras que escorrem das mãos. São vãos meus receios. Nas salas vazias, me dispo, me gesto, sou verbo, nutrido em água. Re_pouso minha fala. No branco silente da página, sou voz e palavra, me escrevo. Dilato meu ventre e absoluta_mente, sou nada. Sou gente, sou ente, sou livre, sou Verbo, gerando palavra. Faminta, devoro emoção. Sou cor-respondente. O exílio é o breu. Transgrido a ordem. Transmuto a dor em sorriso. Meu grito é alegria guardada que esvai em desvãos. E a dor que se tenta abafar, se expande silente e, por dentro, eclode e explode em Arte. Em princípio era o verbo.
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Imagem Google
Música: Tanto tempo - Bebel Gilberto
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29 comentários:

Vivian disse... @ 24 de abril de 2009 às 00:41

...olha amor,
para trazer à luz este
paraíso de letras,
só estando grávida
de paz mesmo.

adoro te ler
adoro

bj, bj

:.tossan® disse... @ 24 de abril de 2009 às 00:53

Brindo mais uma taça de Dão português a este texto muito bonito e forte como uisque sem gelo. Beijo

Abraão Vitoriano disse... @ 24 de abril de 2009 às 02:09

"Meu poema é parto sem dor."

Ela tem o poder... E como sinto-me feliz em "apreciá-la sem moderação"...

você é muito, mais muito mesmo em mim...

te gosto,
beijos...

Osvaldo disse... @ 24 de abril de 2009 às 02:43

Oi, Mai;

Mais bela imagem que uma mulher grávida, não deverá existir. Nunca, como nesse momento, a mulher esteve tão ligada à mãe natureza, como nesses instantes da vida...
Também nesse momento a mulher, como a terra, gera seu fruto nas entranhas do seu corpo. É a Primavera que desponta em fruto desenvolvida no Inverno do sonho.
É fruto que crescerá no Verão para mais tarde, também ele, fruto, espalhar suas sementes e apreciar o resultado da sementeira no Outono da sabedoria.

Mulher grávida,... a esperança de um Planêta eterno, a certeza de um Mundo justo...

bjs, Mai.
Osvaldo

adouro-te disse... @ 24 de abril de 2009 às 08:03

Razão tinha eu para te chamar "transgressora" (vd comentário no post anterior).
E esta transgressão feita de dor... está perfeita_mente dorida!
Até na transgressão de que "No(Em) princípio era o (v)Verbo"!
Brilhante, Senhora!
E beijos.

Anônimo disse... @ 24 de abril de 2009 às 09:31

Delícia isso! Nem sei porque, me lembrou um riacho correndo (na verdade teria que ver uma grávida, né?).
Mas o gostoso do riacho é que você pode tocar, sentir e mergulhar nele, como nas suas palavras agora.

Beijinhos, querida.

Anônimo disse... @ 24 de abril de 2009 às 12:06

E o primeiro verbo foi "fazer", não foi? Mas de tudo, essa gravidez de paz e de luz e de vida (e pq não?) é tão bela e plácida.

Mundo fugaz, carente, esperando esse parir, esse choro primeiro e tantos outros. Chorar é tbm um verbo. O universo pranteando através de nós.

Quintal de Om disse... @ 24 de abril de 2009 às 12:14

Que gere a beleza dos teus verbos!

E nós, esatremos sempre aqui, aguardando e dando boas vindas aos nascimentos dos teus versos. Belos versos.

beijos na alma!

Paula Barros disse... @ 24 de abril de 2009 às 13:07

E nesse parto, fico sempre embalando o novo filho, gerado na emoção inquieta, parido na explosão de muitos sentimentos.

Seu estilo, é realmente único, sempre forte, sempre inquieto (assim sinto), um beijo.

Anônimo disse... @ 24 de abril de 2009 às 13:40

eu estou gráida de felicidade, vivendo o dia de hoje.
esse é o verbo ;)

Filipe Garcia disse... @ 24 de abril de 2009 às 14:21

Quem você não decifrou nesse poema, se não eu, nós?

Difícil não se enxergar em seus versos, Mai. São verbos, sim. E se fazem carne.

Beijo.

dilúvios disse... @ 24 de abril de 2009 às 14:37

é minha primeira vez por aqui
mas sinto-me completo por demais...

!

bete disse... @ 24 de abril de 2009 às 15:04

demais de lindo, intenso e simples ao mesmo tempo!
e ao ler fiquei com uma só palavra na cabeça....

SOU


bjs

Leo Mandoki, Jr. disse... @ 24 de abril de 2009 às 15:07

...e do verbo se fez carne...Gênesis.
...agora sim um poema que não me fez lembrar nenhum estilo...talvez uma Lispector qnd ela escrevia versos soltos de meditação e de existencialismo. VC, assim como eu, pensa bastante a palavra. Isso é bom e doloroso. Mas no fim é bom.
te cuida!

Luna disse... @ 24 de abril de 2009 às 15:09

Nas contracções da vida vivemos transmutando os sentires da melhor forma que sabemos, por vezes perdemos o norte mas como na vida tudo passa, tudo tem o sem tempo,
sempre acaba por existir um tempo para darmos o nosso grito de ipiranga
beijinhos

Ana Rita disse... @ 24 de abril de 2009 às 15:52

Olá Mai.
Gosto tanto dos teus comentários. Dizes as verdades, e eu gosto de as ouvir. É verdade, estou a sorrir mais. Não que, eu antes, andasse a rir menos. Porque eu sou uma rapariga que anda sempre sorridente. Mas, claro que, na vida existem "coisas" que nos metem abaixo, mas não é por isso que eu vou andar menos Viva não é?

Vai dando noticias tuas. (:
Beijo *

f@ disse... @ 24 de abril de 2009 às 16:40
Este comentário foi removido pelo autor.
f@ disse... @ 24 de abril de 2009 às 16:40

BELO…


O verbo vent a r… g r i t o pro f u n d o…
Vida que re n a s c e…
Poes i a e música de viola afi n a d a em s i l ê n c i o…

Beijinhos

Márcio Ahimsa disse... @ 24 de abril de 2009 às 18:10

A palavra é a lira, a palavra expira o ódio, o desamor, a palavra veste de luz um singelo verbo inerte. A Palavra desnuda a alma que já desejou estar calada. A Palavra é o sal, é a fé cega, faca amolada. A Palavra reverbera o sentimento. A Palavra usa, a palavra é difusa, a palavra é a trave e o gol, a palavra é magia que se faz e desfaz com o olhar alheio, com o compartilhar de instantes antes mesmo belos, com elos e castelos de cartas não marcadas, mas destacadas pelo saber ser verso nesse universo de poesia sem fim.


Beijos, querida minha. Engravide-se sempre de palavras, de verbos e versos, de poesia linda assim.

lula eurico disse... @ 24 de abril de 2009 às 19:07

Ainda a maiêutica. E o fazer vir à luz coisas verbais. Estás grávida de paz e de luz!

Ah, que imagem linda sobre o fundo preto! Ficou bem, a flutuar.

Abraço fraterno.

Erica de Paula disse... @ 24 de abril de 2009 às 19:28

Mai, que lindo, que intenso, que profundo!

Adorei querida Mai!

Bjos em teu coração!

Ana Rita disse... @ 24 de abril de 2009 às 20:33

Claro que sou um rapariga alegre. Sempre fui, e irei sempre ser. É muito dificil por-me triste. Mas obrigada pelas tuas palavras. Cresci meio metro quando disseste que eu Brilhava. Obrigada. É por estas simples coisas que vale a pena viver ou mesmo, simplesmente, escrever. Para receber este elogios todos.

Beijo
*

al disse... @ 24 de abril de 2009 às 21:07

e o orgulho que depois nos inunda por darmos à luz algo tão belo, tão nosso ..

adorei adorei ! logo eu que sou caranguejo, símbolo da maternidade :')

Mai *

Anônimo disse... @ 25 de abril de 2009 às 00:20

"O parto ocorre, parto-me (...)"

Achei, simplesmente, sensacional!

beeijos!

Elcio Tuiribepi disse... @ 25 de abril de 2009 às 08:04

Oi Mai...caramba, você está numa fase super boa mesmo, também pudera, engravidar-se assim é uma dádiva...
"Sou gente, sou ente, sou livre, sou Verbo, gerando palavra. Faminta, devoro emoção. Sou cor-respondente"...bonito isso, mas uma coisa que não me saiu foi essa:
"Deveríamos esperar mais falta ou, a completude? Será que conseguiríamos, amigo? Uma suposta inteireza? Custo a crer, sabes? Mas podemos ser íntegros"...seu coments me fez pensar, refletir...
Talvez a completude nos acomode...ou não...já a falta nos permite querer preencher o vão, buscar luz, e regar...regar e regar...mesmo que as sementes não floresçam...ou sim? Como já não diria Caetano...rsrs...
Quando nascer a próxima criança, eu apareço, o berçario aqui está em alta...rsrs...um abraço na alma...

Ana Rita disse... @ 25 de abril de 2009 às 08:35

Oh Mai, eu tenho a sensação que ja me estou a repetir muitas vezes, mas as tuas palavras têm que receber um Obrigado gigantesco. Sim, porque as tuas palavras são lindas. Mais um vez, Muito Obrigada.**


Agora em relação ás tuas perguntas, não, não sou actriz mas, tenho que confessar que adoro o palco em termos de dança. A dança para mim é uma das melhores coisas da vida. É tipo de um refugio no fim do dia. É quando sentimos o nosso corpo em harmonia, quando sentimos cada musculo, cada tendão dos nossos braços ou pernas. E sim, eu Amo a dança. Infelizmente, neste momento não estou a exercer regularmente esta actividade, mas que adorava, adorava.
E é verdade, hoje é dia 25 de Abril. Esta data tão importante para nós portugueses.
Para finalizar o meu comentário, gostei quando escreveste "aplausos", deu a sensação de estar num palco, onde as pessoas estavam a aplaudir, como um modo de terem gostado do que eu tinha feito.
Mais uma vez, Obrigada.

Bom fim de semana, Mai.

Beijo
**

Oliver Pickwick disse... @ 25 de abril de 2009 às 10:12

No princípio era o verbo, e o verbo estava com a poetisa, e o Verbo era poesia, e "habitou" entre nós, cheio de graça e de verdade.
Um beijo!

Átila Siqueira. disse... @ 25 de abril de 2009 às 21:14

E seus textos de fato brotam de ti, nascem de ti com grande esplendor de suas majestosas palavras.

Um grande abraço,
Átila Siqueira.

Anônimo disse... @ 18 de dezembro de 2009 às 12:31

Engravidar palavra dá nisso!
Textos que parecem ter vindo de um ventre onde o verbo faz morada.

Linda tua gestação.
Magnífico o parir!

Um beijo verbal.

Katyuscia.

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