Inspirar-Poesia, um segundo sopro

sementes de alegria, colorindo a vida...

Por Sueli Maia (Mai) em 4/05/2009
Cinza era a face da tristeza que iria espantar. Sem dentes à mostra, o tamanho do jiló do seu silêncio era maior que sua boca. Encabulou-se de estar quieta e negociou com a timidez, destituiu sua vergonha, pegou o endereço e foi ao churrasco em casa de dona carioca. E mesmo antes de chegar ao morro foi ouvindo uma e escutou: - mããããiêêêê... Depois outro grito: - cadê a semente? - Assim encontrou o endereço. Casa de porta e janela com festa e crianças a corre. Família reunida no quintal e os índios pintados em vermelho com sementes de urucum eram cinco meninos. Tijolos feitos churrasqueira apoiavam na grelha, um peixe, embrulhado em papel alumínio. Carnes instigando a fome com cheiro que incensava a vizinhança que, aos poucos, ia chegando com um prato ou panela com comida. Havia cerveja e samba solto no quintal. E conversaram e foram muitas as histórias e os sorrisos. Havia sol, havia festa, havia gente, havia cor e transbordava humanidade e beleza de uma gente semente que simplesmente, sabe ser feliz. E era tanta fartura de união naquele almoço. Três horas de convívio e as sementes de alegria, devolveram-lhe um sorriso que era maior que sua boca e em sua face havia o brilho do urucum.
...
Fotografia : SMaia
frutos do urucum

15 comentários:

Vivian disse... @ 5 de abril de 2009 às 15:58

...a alegria é simples.
não vem embrulhada em papel
ouro...
antes sim vem de onde não se
precisa inventá-la nas pinturas
da tecnologia, porque sua cor original é a que contagia.

você é uma linda...

adoro

bj

Elcio Tuiribepi disse... @ 5 de abril de 2009 às 16:15

Não te disse...rsrs..legal demais...
"transbordava humanidade e alegria na imensa beleza de uma gente-semente que simplesmente, sabe ser feliz"...ahh...eu já sabia...
A trilha sonora com certeza era essa né? Bom fim de domingo...com a cor do urucum...

Márcio Ahimsa disse... @ 5 de abril de 2009 às 16:20

Urucum comum, número um maior que a união, comendo o pão pelas mãos, amassando o sofrer numa tigela e levando embora a tristeza, pois nessa mesa, só há espaço para alegria...

Mai, eu gosto disso, gosto muito.

Beijos, querida. Bom domingo.

Ah, eu recebi sim, o selo de poesia, está lá postado no meu blog. Obrigadíssimo, querida.

Beijão!!!

Fernanda disse... @ 5 de abril de 2009 às 17:52

isso é lindo demais,é uma alegria tão simples...que dinheiro nenhum paga,é um contato humano unico...

Dauri Batisti disse... @ 5 de abril de 2009 às 18:04

Bonito texto Mai. As tristezas podem ser substituídas pela alegrias. A solidão pela comunhão.
Linda foto do urucum. No Estado do Espírito Santo o urucum entra na panela, faz parte das nossas comidas. O moqueca capixaba, por exemplo, sempre é bem vermelha de urucum.

Abraão Vitoriano disse... @ 5 de abril de 2009 às 18:18

a mensagem é linda.

e eu consegui me encontrar no meio desta alegria toda. como é bom reunir sorrisos, perfumes, e cores...

Mai,
suas palavras valseiam em mim...

adoro!

lula eurico disse... @ 5 de abril de 2009 às 18:30

Cá na terra é o açafrão, palavra antiga. Faz-se o pó, colorau. Cá temos o samba-de-latada. A umbigada. O côco de roda. A alegria é universal, pré-cristã, infantil. É algo que vem dos povos aurorais.

Axé, saravá, shalom, aleluiah!!!

Maior é Deus pequeno sou eu!!!
rsrsrsrsrs

Compondo o olhar ... disse... @ 5 de abril de 2009 às 19:13

adorei seu blog... o texto excelente, parabéns!!

brigadinha pela visita e volte sempre.

bjocas

Cadinho RoCo disse... @ 5 de abril de 2009 às 19:35

Na fragrância do vermelho brasa da cor do urucum a face bem passada por tempo de festa.
Cadinho RoCo

Nuno de Sousa disse... @ 5 de abril de 2009 às 19:51

Mais uma bonita imagem amiga e o teu texto, maravilhoso como sempre, sempre bom passar por aqui e sentir o que escreves.
Bjs amiga e uma boa semana para ti,
Nuno

Paula Barros disse... @ 5 de abril de 2009 às 20:04

Ah, a música dá vontade de dançar. Lembra festa de quintal, de gente que é gente, e sabe se divertir e espantar as dores com sorriso.

"Em sua face já não mais cinza, havia brilho e o colorido era da cor do urucum."

Gosto dessa forma que você escreve, gosto muito.

Já fui a festas assim. Gosto de observar e aprender.

beijos mil, ótima semana. Se cuida.

Sandokan disse... @ 5 de abril de 2009 às 21:25

Apenas uma rosa
Ela trazia na sua mão
Ao longe senti o aroma
Que o vento leve e suave trouxe.
Podia então sentir teus passos
Andando vagamente
No silêncio escondido
Para que eu não despertasse
Daquele sonho envolvente.
Senti então o barulho da porta
Que abria lentamente
Seu perfume dominava
Entrava nos meus sonhos
Invadia a minha alma.
Meu quarto perfumado
Era o aconchego, o
Meu refúgio, o meu pensar.
Espalhada na cama
Envolvida nos lençóis vermelhos
Elea chegava de mansinho
Nem pedia licença,
Já me enchia de carinho,
Beijava-me inteiro,
Deixava-me alucinado
Envolvia-me nos seus desejos.
Meus sonhos se foram
Ali estava ela delirando
Pelo meu amor.
Suas mãos atrevidas ela deslizava
Não temia os limites
E eu ali sonhava e vivia
Toda aquela magia
Todo aquele momento
De ternura e encanto.
Ah! Que belo sonho...
Eterno ele será
O dia que você existir,
Não precisa nem trazer a rosa
Traga apenas o seu coração
E sua alma cheia de amor
Que eu cuidarei da sua vida
E do seu amor.

Maria Emília disse... @ 5 de abril de 2009 às 22:17

Uma das sementes caiu no meu jardim e vim até aqui espreitar para ver como era o sorriso.
Um abração,
Maria Emília

Oliver Pickwick disse... @ 6 de abril de 2009 às 18:05

Einstein dizia que, entre duas teorias para explicar o mesmo fenômeno, provavelmente a mais simples era a correta. Depois da leitura deste texto, acredito que tal conceito extende-se também à vida.
Um beijo!

Erica de Paula disse... @ 6 de abril de 2009 às 22:51

Mais um texto lindo amiga...

Meu e-mail é ericammaria@hotmail.com!

Aproveita e me add no msn.

Vc tem orkut?

Se tiver meu e-mail é: ericammaria@gmail.com

Gosto mt de ti!

Beijos linda!

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