Inspirar-Poesia, um segundo sopro

a diarista do tempo

Por Sueli Maia (Mai) em 10/06/2009


Mas o tempo é sempre o mesmo, ele é um só.
Um sol que se derrama a cada dia.
É que o tempo não diz, mas o que muda
é apenas a hora de compreender, viver e só então ensinar.
Sueli Maia

Estela é uma estrela e diariamente ela chega ou volta com o sol. Abre portas, cortinas, janelas e depois muda a roupa e vive prá ganhar mais um dia seu pão. Estela sorri, abre os braços, as caixas guardadas, vasculha gavetas porque quer limpar e organizar tudo por dentro. E vem arrumando, de dentro para fora, tirando a poeira das coisas do tempo que só vale a pena guardar, prá usar, construir. Hora de pisar na cozinha, picar o tempero e haja cheiro de alimento no ar. Limpar o chão que se pisa, lustrar a mobília e mostrar todo brilho e beleza do banco que foi feito com a madeira de demolição. Lavar roupas sujas, as louças e as mãos. E depois de decorar o interior e a fachada, perfumar, por dentro e por fora. Recolher todo lixo, separar, destinar. Desapego é o emprego correto é o verbo ideal e o que tiver de ir, deixar ir, reciclar. Renovar é energia. Coisas a limpar e remover do tempo, no tempo certo de ir. Olhar e ver que agora tudo está limpo e por compreender - esta - é a hora de viver. Hora de banhar e receber, usufruir ou guardar, muito ou pouco. Estela faz tempo e ensina que com arte se faz diarista do tempo.


Arte Digital e desenho livre: Tonho Oliveira
.

24 comentários:

Caio Fern disse... @ 5 de outubro de 2009 às 13:19

agora senti vontade de rsgar a fina pelicula e deixar o tempo fazer sua magica em mim ...
beijos !!

T@CITO/XANADU disse... @ 5 de outubro de 2009 às 13:51

A ALEGRIA É DE COISAS INTATAS
CALMA DE VENTO EM CALMA DE MOINHO
DESENHANDO NO AR TUDO QUE AFAGA
E FAZ DO POUCO SONO UM SONHO INFINDO.
COMPREENDA, AMIGA. É UMA ALEGRIA QUE VERTE DAS PRECES DESSE GESTO
E HÁ DE MORRER TAMBÉM - DISCRETO.

"O QUE TIVER DE IR DEIXA IR" - Adorei isso!

PAZ!

Luciene de Morais disse... @ 5 de outubro de 2009 às 14:22

Ahhhhhhh!
Que bom se eu soubesse sempre quando é hora de deixar ir... e o que deve ir... a dúvida!
Isso devo realmente deixar ir, porque? não é bom para mim? é um tolo apego? ou tenho muito a aprender ainda? quando será ou é agora, a hora de deixar ir? o que faz permanecer? isso que faz... é bom ou ruim? Será que permanecer não é o que realmente eu deveria aprender? ah! a dúvida!

Anônimo disse... @ 5 de outubro de 2009 às 14:41

Quaaaase me vi Estela. :)) Se abrisse caixas antigas, por ali ficaria, deslumbrada com coisas, com histórias e possíveis histórias.

beijocas

Paula Barros disse... @ 5 de outubro de 2009 às 16:29

Ai, que lindo, essa Estela, estrelar, que sabe lidar com o tempo, interno e externo, que sabe reciclar, fazer limpezas.

Ai, que lindo e belo, essa Sueli, Mai-ravilhosa, que escreve demais, e nos faz rodopiar no tempo, e nos faz pensar...

(pensar..nas faxinas que preciso fazer...me arruma uma Estela. rsrsrs)

beijos na alma.

Ricardo Valente disse... @ 5 de outubro de 2009 às 16:36

Bonito... que bom se todos conseguíssemos ser Estela. Seríamos felizes!
Boa semana aí, coisinha fofa.

Laura disse... @ 5 de outubro de 2009 às 16:44

Espero ainda o dia
Em que a minha faxina
Possa ser mais completa...

Espero ter forças
Para mudar tanto assim
Espanar meu corpo cansado ...

Agitado desta vida
Querendo correr no tempo
E tentar me apressar !...

Porque a hora está a chegar
E preciso me preparar
Me por bela por dentro e por fora!

Porque o lugar
Para onde quero ir
Precisa de muito lustre puxado!...

De ter tudo a brilhar
Como jóia na vitrine
Esperando que o Bem me venha buscar !...

Um beijinho da laura que gosta de vc...assim..

BAR DO BARDO disse... @ 5 de outubro de 2009 às 16:45

Minha reverência a Estela.
LUZ!

_Sentido!... disse... @ 5 de outubro de 2009 às 17:39

Venho deixar um sorriso e um beijo.
Depois volto :))))))

Cosmunicando disse... @ 5 de outubro de 2009 às 20:40

Desapego é o emprego correto é o verbo ideal e o que tiver de ir, deixar ir, reciclar.
.
amei isso!

Lara Amaral disse... @ 5 de outubro de 2009 às 21:34

Abençoados aqueles que de tudo fazem poesia, das coisas mais cotidianas, tanta beleza tira.
Abençoados os poetas como vc, Mai.
Beijos e boa semana!

Márcio Vandré disse... @ 5 de outubro de 2009 às 23:51

Poxa, ficou bem legal.
Vasculhar o passado sempre remete à memórias boas.
Que preço tem uma foto antiga?
:)
Um beijo pra ti!

byTONHO disse... @ 5 de outubro de 2009 às 23:56

Genial é você!

Este texto ficou perfeito.
Quando se ama o que se faz,
se fazemos bem feito, vira arte...

Nos movemos e tranformamos dentro
deste tempo!

Abraços MAI!

Anônimo disse... @ 6 de outubro de 2009 às 01:01

Fazer a energia fluir e deixá-la seguir seus cursos e caminhos, arranjos e desarranjos.

O passar do tempo é um distúrbio no cenário que vivemos. Cabe a nós, cada um protagonista de si, descobrir onde queremos ir e tentar... parar, entretanto, nunca é opção.

Ilaine disse... @ 6 de outubro de 2009 às 03:06

Mai, amiga, escritora!

É necessário que determinemos o ritmo resplandecente de nossos espaços temporários, tornando nossa passagem eterna e luminosa, como se fossem horas estreladas.

Beijo

Beto Canales disse... @ 6 de outubro de 2009 às 08:28

legal...

Erica de Paula disse... @ 6 de outubro de 2009 às 09:02

Ah, Mai adoro seus textos :)

Bjosss carinhosos♥

Tatá disse... @ 6 de outubro de 2009 às 11:01

Estela Sra. de sí e do seu mundo.

Lindos textos tens aqui.

Até mais..

Abraão Vitoriano disse... @ 6 de outubro de 2009 às 13:05

"Estela faz tempo e ensina que com arte se faz diarista do tempo."

como se tivéssemos um cronômtro, o tempo é determinado por nós, e construímos pontes para facilitar e arrumamos logo o quarto a espera do amor e dos beijos...
cada um com seu tempo de aprender a ser, cada um com sua forma de usar o tempo para o bem ou para maquinar ruins manias...

"o tempo não envelhece" então precisamos sempre inovar, para não ficar por baixo...

um beijo,
e de tu eu sei
que vem da tua mente
que é quente...

do teu menino-homem-sendo-mais-deixando-de-lado-as-normas...

Adriana Riess Karnal disse... @ 6 de outubro de 2009 às 15:28

Estela ganha seu pão, e faz boonito..à noite é Estrela.

nydia bonetti disse... @ 6 de outubro de 2009 às 17:20

Leva-se tanto tempo até que se consiga o desapego... Lindo, Mai. Beijo.

Wania disse... @ 6 de outubro de 2009 às 21:06

É que o tempo não diz, mas o que muda
é apenas a hora de compreender, viver e só então ensinar
.

Linda Estrela Estela que tens a brilhar no teu lar. Já aprendeu a hora de viver e, com seu trabalho, passou a ensinar!!
Que possamos nos desapegar do que não “nos serve” mais e abrir espaço para o novo.
A Vida pede isso... renovação!


Lindo texto, Mai!
E o Tonho, com seu belo trabalho, sempre inspirando!!!!

Bjs nas três Estrelas que brilharam aqui!

Mário Lopes disse... @ 6 de outubro de 2009 às 21:10

Quando se anda atrás do sol, no tempo das crianças, com os pés descalços e as mãos nuas quase a tocar o azul, que vai recuando até desistirmos, o tempo não avança porque ainda não sonhamos. Ele está dentro de nós. Quando pensarmos no futuro e no que teremos de fazer para não termos medo, então o tempo vai soltar-se de nós dentro do sonho, como as aves. Teremos de dizer adeus à criança e irmos com elas. Mas aí, o tempo vai ao nosso lado, o azul já não recua e o sol já se deixa acariciar nas pedras secretas onde amámos.


Linda Mai, lindo texto, e como quase consegues fazer recuar o tempo!...
Beijo pleno de presente, para uma escritora maravilhosa.

bete disse... @ 6 de outubro de 2009 às 23:40

simplicidade, desapego, deixar a energia fluir... foi o que senti ao ler. uma mulhersimples,, uma casa simples, um lar nobre.
bj

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