Inspirar-Poesia, um segundo sopro

Telaviv, cartas e letras...

Por Sueli Maia (Mai) em 1/16/2010
Telaviv nos postais e mesmo à distância te vejo bem perto. Aqui, muito já ficou para trás e tudo está longe. A cerejeira no quintal está florindo e os primeiros beija-flores disputam - no ar - a florada perfumada. Há tempos não sentia a calma de hoje. Dias agitados com noites maiores que as horas silenciosas do inverno. Somente agora que todos se foram, consigo escrever. Ah! amiga, que saudades de te ouvir e poder falar contigo! Mas ainda não será desta vez que nos sentiremos no abraço que guardo e que - sempre, me faz sentir-te ao meu lado. A lealdade dos amigos de infância e a velha troca das figurinhas dos álbuns da infância, agora, são blogs com postagens ilustradas com animés digitais. E somos modernas. E assim como tu, eu também compreendí que a paz é o estado de sentir e, sem correr, a paz é simplesmente abandonar coisas perdidas no tempo. É seguir, sem olhar para trás. Bem que dizias que as coisas do enternecer poderiam não tem fim. Mas sabes bem, Ema, querida, meu coração é um perfeito rendez-vous de um amor anarquista que ama, que me faz amar o mundo e que me deita e me deixa sem roupas, mesmo quando é inverno. Ah! Telaviv. Isto é um sonho, Ema, mas ainda irei abraçar-te, amiga. Domingos caminha ao nível do mar, ah! o mar que a tudo acalma e espanta... É um bom alquimista, acredita, não tem pendores de alpinista e prefere os peixes e as ondas do mar a tocar-lhe os pés. Aqui despeço-me, Ema querida, pois já é madrugada, há frio lá fora e hoje eu desejo sonhar com Telaviv. Beijo você, com amor, eu.
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Imagem Google
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20 comentários:

Sandra Costa disse... @ 9 de julho de 2009 às 23:02

'ema' seria a mulher do 'emo'?
hehehe.

eu 'senti' esse post, viu?

e o Inspirar-Poesia tá cada vez mais 'diário'. no pleno sentido da coisa, entende?

quem ler com o coração entenderá. e acho que essa é a tua intenção.

Márcio Vandré disse... @ 9 de julho de 2009 às 23:15

Eu tenho pena de quem ouse duvidar do poder de um abraço.
Não há carinho e segurança maior.
A certeza do reencontro também está aqui nas nossas mentes.
E certamente se realizará.
:)
Um beijo, Mai!
Se cuide!

Jacinta Dantas disse... @ 9 de julho de 2009 às 23:56

Sabe de uma coisa? ao te ler, senti saudade das cartas que escrevia. Nossa! há quanto tempo não faço isso. Escrever uma carta para um amigo, um amante, um conhecido. E, nessa sensação, imagino Ema, junto ao portão, esperando pelo carteiro, ansiosa para receber o beijo que permeia esse texto.
Bom te ver agora.
Beijo

Abraão Vitoriano disse... @ 10 de julho de 2009 às 00:00

"amigos são pra sempre"

e por mais distantante, e por mais modificados com o tempo, nada apaga uma amizade verdadeira...
como você bem descreve nas suas linhas: "a paz é simplesmente abandonar coisas perdidas no tempo." isso é bom demais, e quando nós crescemos juntos construíndo esse ensinamento, não há nada melhor.

Mai,
obrigado por ser e ser
carinho meu,
beijos.

"O menino que com você é mais menino"

Rafael Sperling disse... @ 10 de julho de 2009 às 02:07

Muito bonita essa sua "carta"...
E fiquei muuuto feliz com seu último post! Adoro quando você analisa os meus escritos, faz parecer que o que eu escrevo é mais importante, sabe... AHuahauh
Bjs, Mai

:.tossan® disse... @ 10 de julho de 2009 às 03:42

Lindo texto Mai...Uma carta a Ema, um sonho em retornar aos momentos vividos em Telaviv. Beijo

Lú Naíma. disse... @ 10 de julho de 2009 às 05:54

"E assim como tu, eu também compreendí que a paz é o estado de sentir e, sem correr, a paz é simplesmente abandonar coisas perdidas no tempo. "

A paz de espírito só consegue reinar se os fantasmas do passado estiverem devidamente enterrados, ou guardados, esquecidos, ou até escondidos da nossa memória. Só assim conseguiremos viver em total plenitude connosco e com aquilo que nos rodeia.


Lindo texto Mai,
um beijo

Dauri Batisti disse... @ 10 de julho de 2009 às 07:42

a paz é simplesmente abandonar coisas perdidas

a paz é simplesmente abandonar coisas

agora, são blogs com postagens ilustradas

e somos...

um beijo

lula eurico disse... @ 10 de julho de 2009 às 10:31

Hmmm. Esse comentário do Dauri me instigou.
Busco essa paz. Busco, mesmo?
A paz de esvaziar-me de mim. Desse constructo, disso que eu sou pelos outros.
Uma transvaloração nietzscheana?
Não.
Nietzsche é muito pra mim, pra nós, pra nossa civilização.
Mas se eu reencontrasse minha criança, nu de tudo, despojado das coisas que acumulei, ah...
O Tao?
Quem sabe?
O vazio taoísta me acena desde as rodas de uma bicicleta bela e azul, lá da meninice... rs

Abraço fraterno, minha doce amiga d'infância.

Robson Schneider disse... @ 10 de julho de 2009 às 11:37

Esse "quero sonhar em telaviv" foi demais viu. De fato nada demonstra mais segurança do que um abraço honesto.
Falando nisso... um abraço!

bete disse... @ 10 de julho de 2009 às 15:26

amizade eu acho que é a mais doce formar de amar.
bj

Paula Barros disse... @ 10 de julho de 2009 às 17:14

Adooooooooreeeeeeeeeeiiiiiiiii!!!

Fantasia ou realidade, adorei o amiga, a vontade de abraçar, saber que se pode conversar, confiar, algo tão difícil hoje em dia.

De uma forma bonita, amorosa, poética.

beijo

Daniel Hiver disse... @ 10 de julho de 2009 às 17:16

Muito bom o texto. A amiga. Telaviv. Topázio. A linha do trem. O frio de julho. A troca de figurinhas virtuais. Mas tua inspiração e delicadeza textual é bem real.
Daniel Hiver

Éverton Vidal Azevedo disse... @ 10 de julho de 2009 às 19:10

É um texto que a gente que está longe compreende e sente de uma maneira especial.

Muito inspirador também.

Bj!

Anônimo disse... @ 10 de julho de 2009 às 20:41

Uma escrita delicada, sofisticada.
Palavras escolhidas com tanto cuidado que até o nome é imperativo do verbo amar. Então AME. EMA AME...Brilhante!
Ou seria um topázio?
Amo você! Amo ler você, amo sentir você como nesta frase:
"meu coração é um perfeito rendez-vous de um amor anarquista que ama, que me faz amar o mundo e que me deita e me deixa sem roupas, mesmo quando é inverno."
Um beijo.

olharesdoavesso disse... @ 10 de julho de 2009 às 22:19

A paz vem de nós para o mundo. Não é abandonar as coisas, é seguir sem arrastá-las contigo. ´não sentir frio no inverno. Voltarei, bjs

Quintal de Om disse... @ 11 de julho de 2009 às 14:27

E para estar junto, não é preciso necessariamente estar perto, mas sim do lado de dentro.

E você também está, querida!
Seja Julho, agosto, setembro... seja qualquer estação, qualquer momento.

Beijos meus.

Saudades daqui estava, de você, dessas suas linhas da vida, do coração...

Desse aconchego, desse amor que se encontra aqui, nesta casa sua.

Carinho demais,
Sam

Unknown disse... @ 17 de janeiro de 2010 às 12:36

Perfeita tradução essa tua carta, o verdadeiro sempre resplandece e por isso é belo.

nydia bonetti disse... @ 17 de janeiro de 2010 às 22:05

Mai

Sou admiradora antiga deste gênero de literatura, chamado epistolar. As cartas costumam render textos belíssimos, como este teu. Telaviv já nem parece tão distante...

Beijo, boa semana!

Maria Luisa Adães disse... @ 20 de novembro de 2010 às 13:26

Mai

Estive em Telaviv há uns anos, quando Jericó pertencia a Israel.

Ao ler-te, deixa dizer assim, senti
o encanto daquela viagem que nunca esqueci e não vou esquecer.

E me recordei de coisas passadas
que mereciam ser recordadas.

Mai, chamas minha atenção, sensível
como eu e não sei porquê, parece-me
conhecer-te há muito... e há tão pouco tempo eu estou aqui.

Linda a música que estou a ouvir.
Linda e me toca até ao âmago.

Vem a meu lado, falar do passado
e gosta de mim!

Maria luísa

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