Imortais, eternidade - imortal_idade...
Por Sueli Maia (Mai) em 3/22/2009..............................O verbo clama e eu vivo da palavra e amo as Letras. Na rota da viagem uma estalagem e o vinho do escritor é a palavra e seu ofício. Tejo é porto e é um lagarto - tejuaçu que vive no sertão. Aqui o Homem à procura do novo, a renúncia e uma história ímpar, palavras iguais na linguagem que é vaga. Na escassez das palavras o vazio e as letras. Na falta de pontes, um salto no escuro. No rigor da perfeição ele respira linguagem e signos. Sol a pino no areal de bugres. Caraya, Mucuripe e linho. Carnaúbas, Jandaias e cabaças. Repentes e pífanos. Baturité. Terra da luz, verdes mares e Guaramiranga. Torre Eiffel e Montevidéu. Romance e imortalidade. Encontrar a palavra e no silêncio, o papel e a solidão. Imortal é a obra e o livro não é o autor. E ele sofre? O autor desaparece ao publicar a história. Então carece humildade e desapego. Então é amor o mais puro e imenso amor - amor literário. A criação literária evoca amor e retribui o prazer generoso a todos os leitores e amantes. É que o prazer verbal precede o físico e um livro nasce da paixão, da inquietude, das perguntas e apenas uma possibilidade de resposta e uma chance de conseguir o feito. Ao encontro da palavra o leitor e o arrepio. Respira vidas e sente a vertigem, na busca da morte adiada, na obra que um homem eternizou - a grande obra de sua vida. E ela é escrita em noites não dormidas, na agonia de experimentar os trajetos e refazer os caminhos do real. Única. Para mim, mais que biografias ou romances, escritores e poetas, há calvários em vida e há descasos e muitas vidas nas estantes da imortalidade.
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Fotografia: S.Maia
Música : Intrumental Joe Satriani, Lenine, Súplica Cearense
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Na fotografia: Cantos de outono - o romance da vida de Lautréamont
Ruy Câmara - Editora Record
Um dos melhores e mais impressionantes livros que li, nos últimos tempos.
20 comentários:
Ah, Mai...
Que surpresa!
Já li este livro e realmente, faço e realmente, das suas, as minhas palavras.
Belíssimo e também recomendo.
Meu beijo pra você, flor de luz!
"Para mim, mais que biografias ou romances, escritores e poetas, há calvários em vida e há descasos e muitas vidas nas estantes da imortalidade."
Não conheço o livro. E o Outono... agora... não é a minha estação.
Mas... parafraseando... mais que blogs... há calvários e ressurreições, não há?
Beijos para o teu Outono da minha Primavera!
Oi, Mai;
Não conheço o livro de Ruy Câmara mas sabendo o seu amor pelas ltras e o entusiasmo com que fala deste livro, certamente será um daqueles que fará parte da mesinha de cabeceira e que lemos até que o sono nos vença...
Deverá ser desses livros que têm lugar cativo nas nossas bibliotecas e que de tempos em tempos nos dá vontade de reler porque certamente à sempre algo no livro que nos passou despercebido e acabamos sempre por descobrir.
Embora por aqui, comece agora a Primavera, certamente lerei esse "Outono" antes do Inverno chegar.
bjs
Osvaldo
Oi Mai...
Perdoa minha demora em responder.
Meu principal blog é o Plenitude, mas em qq um q vc deixar recado, eu respondo... mesmo que demore um pouquinho... rs... desculpa...
Beijos
Boa semana!!!!!
que vontade que me deu de ler o livro^^
"É que o prazer verbal precede o físico e um livro nasce da paixão, da inquietude, das perguntas e apenas uma possibilidade de resposta e uma chance de conseguir o feito."
(sublime, contagiante...)
Por que você é assim?
ah eu sei, quer dizer suspeito...
QUERIDA MAI ADOREI A TUA ESCRITA MARAVILHOSA COMO SEMPRE... NÃO CONHEÇO O LIVRO MAS PELO QUE ESCREVES DEVE SER REALMENTE MUITO BOM... ABRAÇOS DE CARINHO,
FERNANDINHA
Concordo Mai. Há descasos, há vidas, há muitas vidas nas estantes, imóveis na imortalidade.
E o escritor, o poeta, são apenas pessoas que somem pelos labirintos de alguma criação, obra, ou, sei lá, vivências escancaradas.
Beijo meu, querida.
.________querida Mai
imagino
que este livro
pelas tuas palavras_____deva ser bem interessante
.se
eu o encontrar lei-o:=)
beijO______ternO
Mai, não conheço o livro. Boa indicação. Carrego comigo a seguinte frase:
"Na falta de pontes, um salto no escuro".
É preciso corajem para se chegar a felicidade.
beijo grande
Confesso aqui em segredo que queria ter talento para viver de letras, não conheço o livro mas vou dar uma procurada
beijo
Fiquei motivado por você para ler este livro. Procurei informações sobre o livro e sobre o autor. Encontrei na net os dois primeiros capítulos e me decepcionei com a escrita do autor. Melhor talvez seja ler Os Cantos de Lautréamont.
Obrigado.
Um beijo.
Na verdade este é o encanto da literatura. Cada um entra num livro de um jeito. Cada leitor tem a arte de reescrever o livro. Cada um faz a viagem a seu modo.
Beijo.
Olá, Dauri
Não conheço o autor.
Não sei quem ele é.
Cheguei a esta obra por um desses acasos... Já havia lido sobre Lautréamont mas não gostei do que li e achei incompleto, superficial.
Recentemente fazendo uma pesquisa para meu trabalho com sobreviventes de suicídio, cheguei outra vez a Ducasse e essa obra.
Assim aconteceu, cheguei à homepage li os dois primeiros capítulos e pedi o livro.
Estou impressionada. O escritor não fez um trabalho superficial ou se baseou em estórias construídas porque tudo era nada haviauma inconsistência nos dados e o autor fez um trabalho de resgate histórico da vida de Isidore Ducasse.
O escritor Ruy Câmara refez trajetos reconstituiu percursos E vivenciou tudo, Dauri.
Uma pesquisa minuciosa. Uma vivência exitencialista, impressionante. Nos instantes finais a narratva, a escrita é absolutamente arrebatadora.
Acabei de ler o livro há uma semana e lerei novamente em algumas semanas porque é realmete impressionante a forma existencialista como ele viveu e escreveu uma biografia romanceada. Uma obra ímpar.
Eu realmente recomendo e reitero a qualidade da obra...
Outra questão é que o livro, (isto descobri depois), foi indicado para prêmio na Academia Brasileira de Letras.Esta obra está traduzida em vários Países e aqui no Brasil pouco ou quase nada se ouviu do livro que está lançado desde 2003.
Como sempre grandes escritores são negligenciados egrandes obras ficam em prateleiras enquanto vende-se livros de auto-ajuda com qualidade questionável.
De qualquer modo respeito a tua opinião. E agradeço teu comentário.
Beijos,
Mai
Eu concordo. O livro já escrito faz parte do mundo que ele retrata. Gostei de suas palavras, Mai. Acho que alguns escritores se sentem assim.
Bjos.
Obrigada Let, por teu comentário.
Na verdade ele enseja a possibilidade de pensarmos que o olhar do leitor o leva a perceber o texto sob ângulos distintos.
E aqui a tua observação é bastante pertinente - compreender o texto como um possível retrato de uma obra escrita e sua relação com o universo retratado.
Ainda no texto, levanto 'pensares' sobre sentimentos ou o que poderia estar nos corações dos escritores durante e após a conclusão de sua obra.
De fato, Let, conseguiste 'ver' o que me motivava nos instantes em que eu escrevia.
Mas mencionei a obra da fotografia e recomendei a leitura porque, a partir de agora usarei este blog para divulgar livros que eu li ou que estiver lendo e que forem interessantes.
Apenas isto.
Mais uma vez te agradeço, Let.
Uma vez me disseste que eras 'quase cega'...Que nada! Enxergas muito bem.
Beijos,
Love U.
Mai
a gente vê e lê de um tudo, crônica, poesia, conto. mas, suas impressões poéticas a respeito de uma obra vão além, transportam o leitor a um mundo de dor e prazer. para nós, leitores, é um mundo sempre bonito, iluminado pela construção da boa palavra. para quem escreve é bonito, mas dói e é escuro. tantas vezes martirizante.
adorei.
Mai, grata pela sua generosidade e carinho em meu blogue. faz tão bem.
(adorei a seleção de músicas).
beijão.
Oi Mai,
Nossa fiquei com vontade de ler esse livro!!!!!!
Me deu água na boca literária esse livro!!!!KKKKKKKKK
bjinhos
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