teatrália...
Por Sueli Maia (Mai) em 3/26/2009Olhos sempre vivos isolados do mundo solar. A água escorrendo no corpo e os fios da vida em suas mãos. Suas pernas descruzavam impacientes no vestido de organza. Os dentes mastigando as unhas e os ossos virando pó. Figueiras travaram a língua nos desgastes das blasfêmias. Acordes dissonantes nas canções das madrugadas e os suspiros do cansaço. Carrancas e máscaras largadas e os crisântemos murchando no jardim. Uma cápsula de lagarta pendurada e nos mistérios do morrer, um casulo cintilante a espera de abrir. Entre louças e biscuits, uma boneca em miniatura enterrada em lençóis. Beijaram-se diáfanos mas não falaram nada naquela despedida. Descerraram-se as cortinas, as pálpebras caíram e o teatro de bonecos cheirava a naftalina, outra vez.
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Imagem Google - Teatro de Bonecos
11 comentários:
Ao fotógarfo a luz,
ao poeta as palavras,
a técnica e a arte,
pura poesia pura imagem...
Beijo
Bom dia Mai!
Obrigada por seu carinho na votação!
Estou em época de provas na faculdade,
Por isso acabo ficando em falta com as visitas...
Mas assim que passar essa fase, voltarei á visita-los
como era de costume.
Tenha um final de semana muito especial!
Um abraço carinhoso
Tossan disse tudo.
E canção do Fagner:
"Traduzir uma parte na outra parte, que é uma questão de vida e morte..."
A fragilidade da vida... um biscuit que se transforma numa boneca em miniatura enterrada em lençois.
E eu fiquei com peninha... as lembranças serem encaixotadas com as naftalinas. Detesto naftalina. ;)
bjs.
E o amor envelhece também. Como os crisântemos. E seus textos estão românticos. Gosto disso.
Bjos, Mai.
A pergunta que me veio a cabeça foi, somos bonecos dos nossos sentimentos ou eles são os nossos?
Enfim...
Beijos Mai
o comentário em cima é meu!
Borboleta que era,
ele não saiu do casulo
até sentir nova era
surgir do que era sujo e chulo.
Borboleta assim feita,
saiu em voo sem rumo definido
pelo vento cuja colheita
não captou com os ouvidos.
E o som foi se esvaindo
de pouquinho em pouquinho
naquela viagem em camera lenta...
E o som foi virando
vibraçãozinha friorenta
que ele esqueceu sozinho.
Vim ler com calma. Apreciando.
abraços
Mais um belo conjunto, fotografia e textos como tão bem nos sabes proporcionar.
Bjs em ti
Nuno
Por vezes vejo-me no lugar dos bonecos...
Gostei também desse.
Beijinho*
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