Inspirar-Poesia, um segundo sopro

governo central...

Por Sueli Maia (Mai) em 8/12/2009

Palavra se quebra assim: plan_alto, se_nado, seria assim? Con_fiar e quebrar a palavra é perder o governo e o controle sobre a palavra e sem controle não há governo. E o que eu governo? Tudo e nada ou simplesmente pouco. Talvez apenas a imensidão do mundo que cabe aqui dentro de mim. O meu poder reside aqui. Na vastidão de mim e do apenas-eu. Do que em mim habita não conhenho e desconheço ou contenho e conheço. Aposso-me e governo este EU, indivisível por dois, três, cinco ou mais. Meu território? A imensidão do meu pequeno e frágil corpo feminino. Território infinito-finito que, só, eu governo. Tão somente - EU que tomo posse de um mandato-escolha - Governar meu corpo, razão e emoção. Não somos inteiros mas podemos ser íntegros. INDIVÌDUO-INTEGRIDADE. E não renunciarei a este mandato. Seria uma escolha-desgoverno. Ambos, razão e emoção que controlam corpo e mente, me escapariam. IN_DIVI_DUO-ELISÃO. Decreto a mim o privilégio de pensar, sentir, viver, sofrer as dores e delícias das minhas emoções. Aposso-me e governo-me a mim e não a ti isto me faz livre e nisto está meu limite. Liberdade, eis meu governo, única hipótese de UM ser DOIS. Sujeito de mim não me assujeito a ti. Destituo o poder de qualquer outro sobre mim. Subverto ordem e governo, externos a mim. Meu corpo é meu mas posso dar-te, apenas pelo prazer de nós – juntos. E no prazer que me dás, meu desgoverno. Mas não sou tua! Estou tua. E este é o meu governo. Caos urbano, mulas urbanas no planalto central, palavra se quebra assim: sar_ney e porque não há mais cala_bouço, eu ouço - em Brasília, dezenove horas. Desligo o meu rádio porque ninguém ouve a voz do Brasil...
.
Arte: Salvador Dali

23 comentários:

Márcio Ahimsa disse... @ 11 de agosto de 2009 às 22:49

Nossa! Sem palavras...
Apenas uma nota: o controle sobre si é o controle sobre o mundo, pois, este, é a resposta de nosso tato, de nosso interagir de nós dentro para nós fora e, resumindo, enquanto tivermos controle sobre nosso mundo subjetivo, nosso mundo corpo, teremos controle sobre as relações externas sobre nós. Acho que é isso... Viajei novamente, rs. É a tese da loucura desenfreado do poeta em desalinho... rs


Mai, beijos querida. Fique bem. Carinho e ternura sempre.

Cris Animal disse... @ 11 de agosto de 2009 às 23:01

Nossa...amei! Que texto!

Temos uma saída: a que vc mostrou.Sejamos sujeitos de nós mesmos e não entregeuemos a posse do nosso eu, ainda que façam do povo a lona, onde os palhaços na verdade, serão eles....cedo ou tarde, mas pisoteando na lona ardida!

beijoooooooooooooooooo

Erica de Paula disse... @ 11 de agosto de 2009 às 23:18

Seus textos sempre me encantam, esse é lindo querida Mai...

Bjos e carinhos mtos em seu coração,

Batom e poesias disse... @ 11 de agosto de 2009 às 23:29

Em outros tempos terias sido chamada de subversiva.
Hoje apenas uma sonhadora...

Ótimo texto, Mai.
bjs
Rossana

Macaires disse... @ 11 de agosto de 2009 às 23:34

Apenas quando temos auto controle e consciência da imensidão que nos habita, é que somos capazes de nos doar e se "desgovernar"(como você diz),caso contrário não estaremos nos doando, mas sim nos escravizando!

Texto maravilhoso!
Beijo.

Márcio Vandré disse... @ 11 de agosto de 2009 às 23:37

Esse governo é desgovernado.
Jogado às moscas.
A democracia morreu e não deixaram enterrá-la.
E vamos indo.
Carregando nossas cruzes.
Mirando, quem sabe, o norte.
Ah se essa luz atingisse a consciência do povo que vota.

Um beijo, Mai!

Vivian disse... @ 12 de agosto de 2009 às 00:04

...que as forças brancas
possam derramar-se em luzes
de inspiração sobre todos
os governantes, líderes,
e mestres, trazendo assim
o equilíbrio perdido em meio
ao egocentrismo campeante
no planeta.

um beijo, querida linda!

Abraão Vitoriano disse... @ 12 de agosto de 2009 às 01:02

"Não somos inteiros mas podemos ser íntegros."

Mai,
seus caminhos abrindo-se e eu seguindo sem menor cerimônia... como já dizia Clarice: "Brasília uma prisão a céu aberto", e a cada dia nós encarceramos cada vez mais... nos alimentamos de ladinhas antigas, tanto é, que quando o tapete é varrido achamos "normal" encontrar sujeiras... isso é terrível.

"Sar
Não sabe
Eu sei
Longe Ney"

você tem uma alma linda... beijos grandes,

carinho,
do menino-quase-homem.

Anônimo disse... @ 12 de agosto de 2009 às 09:01

Sir Ney...
E eu me pergunto até quando reverenciaremos os outros senhores com nosso voto de confiança.

Enquanto isso, o meu próprio desgoverno governado pela alegria de viver assiste as angústia de um velho senhor atormentado pelo seu próprio desgoverno sem governo, atormentado pelos pactos que lhe cobram a alma.

Lú Naíma. disse... @ 12 de agosto de 2009 às 09:24

Mai, um detalhe:
Ser-se íntegro, é ser-se inteiro. Ninguém é inteiro se não for íntegro, e vice-versa.
Ser inteiro, hoje em dia, é coisa rara. Há quem seja pela metade. Ame pela metade. Vive sendo aquilo que não admite ser.
Governar o nosso corpo, mente e atitudes é complicado, mas não impossível. O problema é que a grande maioria (inclusive eu) se deixa corromper pelos sete ( ou mais?) pecados da vida. Mas afinal o que é o pecado? Muitas vezes, vejo-os como uma forma de se fugir às regras, e à monotonia da vida.
Se for este o caso, continuarei sendo pela metade.

Um beijo querida.

lula eurico disse... @ 12 de agosto de 2009 às 11:12

Estás perfeita, amiga. Conteúdo e forma, perfeito amálgama. Palavra quebrada, eis um signo, um sinal, uma simbólica advertência, um chamamento à razão dos homens do tempo presente.

Abraço fra/terno.

olharesdoavesso disse... @ 12 de agosto de 2009 às 11:47

"Talvez apenas a imensidão do mundo que cabe aqui dentro de mim. O meu poder reside aqui. Na vastidão de mim e do apenas-eu" As palavras quebradas-desacreditadas tiram o poder de quem desgoverna as palavra para tentar governar as vozes alheias. Frágil são todos os corpos. Final estrondoso "NInguém ouve a voz do Brasil..." QUanto significados Se/lei - te do lado esquerdo... Do meu blog.
Já no outro tem uma psotagem agora e outra às 18h09 hehe . Beijos Belíssima.

Ilaine disse... @ 12 de agosto de 2009 às 14:11

Mai!

Palavras que se estilhaçam, que se partem, que se formam em novas, que se misturam e se relacionam em vários sentidos. Governo de teu corpo, teu mundo, a imensidão de teus sentimentos... Governo de mulas urbanas no planalto central...

Maravilhoso texto.
Um carinho daqui!

Paula Barros disse... @ 12 de agosto de 2009 às 17:21

Mai, para comentar esse texto teria que dissecá-lo, separar frases por frases, é muito conteúdo contido nele.

"Não somos inteiros mas podemos ser íntegros"

Nesse momento fico com essa frase. Quem já se viu partido, quebrado, sabe a importância de pelo menos colar-se na tentativa de ser íntegro e seguir.

beijo

Éverton Vidal Azevedo disse... @ 12 de agosto de 2009 às 19:14

Você me deixou mais uma vez com a palavra presa na garganta, do começo ao fim do texto. Ninguém "lá" ouve a voz do Brasil mesmo. O Collor chegou até a dizer ao povo alagoano que nao desse ouvidos à "mídia". Voz de mídia ou voz do povo?

Estamos em crise sim. E é um bom momento surgir de vez uma nova consciência política.

Parabéns. Parabéns.
Inté.

Sidnei Olivio disse... @ 12 de agosto de 2009 às 19:40

Texto fantástico, Mai. Obrigado pelas suas visitas e comentários no "concretos". Estarei sempre por aqui tb. Abraço.

Anônimo disse... @ 12 de agosto de 2009 às 19:54

Esse teu texto é um minidicionário de governo. INTREGRIDADE. Divisão silábica, regras de acentuação, clareza nas definições.
fantástico texto.

BAR DO BARDO disse... @ 12 de agosto de 2009 às 20:17

Mai, penso muito numa anarquia responsável. Integral...

Boa noite!

Dora disse... @ 12 de agosto de 2009 às 20:28

Muito legal, Mai. Enquanto no plan-alto e no sen-ado...a palavra é quebrada, você tem o pacto de ser íntegra no seu corpo-e-espírito múltiplo! (Ninguém ouve mais a voz do Brasil, mesmo.) Mas, você, na sua subjetividade, pode ter seu poder e governar o que é seu: o seu EU.
Sarney quer governar "a res(coisa)publica", ou a república, como coisa dele...
Seja livre sempre, menina!
Beijos.
Dora

Anônimo disse... @ 12 de agosto de 2009 às 21:04

escritorazinha de merda. O que vocês querem é de novo pau de arara no rabo.

Sueli Maia (Mai) disse... @ 12 de agosto de 2009 às 21:19

Não irei agradecer teu comentário porque não sei quem és. Não costumo deletar comentários e não excluirei ou censurarei o teu.
Meu nome é Sueli Maia. Eu sou uma mulher e sou brasileira.

Ricardo Valente disse... @ 12 de agosto de 2009 às 22:18

Mai, tu escreves duma maneira meio fragmentada, muito legal. Não deixa prolixo, nem foge do assunto. Vários elementos vão se juntando num grand finale.
Abraço!

bete disse... @ 12 de agosto de 2009 às 22:31

Mai,

o texto como sempre ta lindo.

Venho te informar que foram contratadas pessoas com o intuito de fazer essse tipo de comentário toscos em blogs profissionais, para bagunçar e criar tumulto, ou criar falasas impressões de apoio a este ou aquele candidadto. esse aí pelo visto errou de lugar. As eleições deste ano vão dar uma briga de foice.
Então não se espante se vir esse tipo de coisa de novo. bjs

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