auto-falante - fuga...
Por Sueli Maia (Mai) em 2/22/2009Achava de ficar quando não ia ao vento. Andava assustado se ia e sem ficar mais que um minuto. Ficava com medo de sair e o acaso lhe pegar. E preferia não ser morto pelo mundo a lhe esbarrar. Era um tormento o burburinho da cidade. Uma agonia e as ruas gritavam muito alto aos seus ouvidos. Ficar era não ter que atravessar os soslaios com os oblíquos perseguindo. Na lógica a certeza absoluta de fantasmas a espreitar. Do que pensa a suspeição é certa na certeza de verdade ser. Andar cabisbaixo evita escândalo. Erguer a cabeça é dar que o pensem desejando em seu pensar. E tem a culpa e fala alto e denuncia. Tudo conspira e trama um drama contra si. São aliados e nessa hora está sozinho. E é todo mundo. O velho o moço e a criança são secretos de um clã. E não há calma em sua pressa. Tudo congela se pausar. É no descuido que o acaso se formula e é preciso vigiar. No silêncio do vento batendo no tempo, tudo faz som em seus ouvidos. Está nas ruas e esse é o seu mundo, ‘auto-falante’ que o persegue e ele foge e há pânico em sua pressa de voltar.
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Imagem: Collage Ju Gioli
Música: Pillippe Saisse Acoustique - Poem for 151
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14 comentários:
Oi, Mai;
Mas é o "pecado" de todas as grandes cidades e o Rio não foge à regra...
Adoro a "minha" petite Genève... Quando estou nas grandes e sinto essa asfixia de que a tua real crónica refere, sinto-me bem quando pego o avião pra voltar...
Mas não deixa de ser verdade que elas, as grandes, as enormes, as Metrópoles apesar dos seus aoto-falantes a nos buzinarem os ouvidos, também têm os seus encantos...
bjs
Osvaldo
Temos que tomar cuidado com o imediatismo urbano acelerado e perigoso dos nossos dias. Para onde ir? Para onde vamos? Não sei..
Bonito texto Mai. Beijo
Quanto panico e medo do que o cerca!
Sente medo, talvez pela insegurança que notamos nas faces das pessoas hoje em dia. Talvez pela pressa que temos em fazer tudo e não fazemos nada. Medo pelo medo de decidir alguma coisa. Medo de ser culpado por alguma outra coisa. Medo de ser verdadeiro, ser ele mesmo... se libertar.
Van.
Um psiquiatra diria síndrome de pânico - cid.... e ficaria rotulado para o resto da vida.
Um sociólogo iria analisar o caos urbano, a degradação da sociedade.
Um psicológo faria uma boa escuta com comprrensão do ser e da sociedade.
Eu, leitora, fico admirando a escrita. Por vezes me perco e por outras me acho.
abraços
Sendo assim, só nos resta enfrentar o medo do imprevisívil e seguirmos... mesmo sem saber onde vamos parar!
Beijo grande :)
GOSTO DE PALAVRAS QUE ME FAZEM PENSAR...
TEM PRÊMIO PARA VC NO BLOG, PODE DEIXAR QUE ESPERO COM PACIENCIA VC POSTAR.
BJS
Passei para uma pequena visita, lindo o seu blog. Espero voltar por aqui.
abraços - Mangarosa
QUERIDA MAI, SUBLIME TEXTO COM MUITOS PONTOS DE INTERROGAÇÃO E SE????
a VIDA NAS GRANDES CIDADES ESTÁ CADA VÊS MAIS DIFÍCIL...
UM GRANDE ABRAÇO DE AMIZADE,
FERNANDINHA
...simples assim.
um retrato de TODOS nós
habitantes da modernidade.
pobres coitados, isso sim.
um bj, amor meu
Mai...
Ó...
Assim...
Tô meio ausente por que a internet no trabalho tá em manutenção...
Esse carnaval vai 'passar em branco'...
Nada de folias nem viagens...
Quanto ao texto...pode fazer o que quiser...é tudo nosso...Faria bem pro meu ego ser reconhecido (se já não for tarde demais rs)
AlterBridge...
Conheço sim...
Apesar de não ouvir...
Bom...
Agora tenho que ir porque o pc já vai acabar...
Beijos...
Abraços...
Eu.
Ok, obrigada Mai!
Você também já está linkado e sendo acompanhado, de pertinho...
Beijocas :)
Ok, obrigada Mai!
Você também já está linkado e sendo acompanhado, de pertinho...
Beijocas :)
a no r mal id ade cons pirouuuu
ach ou - se zé firo...
Mai, amoreco, beijocas!
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